domingo, 4 de janeiro de 2009

A Doração Cristã

A DORAÇÃO CRISTÃ
Salmo 122:1-3,4,6,8-9
INTRODUÇÃO
Os judeus, principalmente os que tinham vindo do cativeiro, acalentavam um sentimento todo especial ao entrarem em Jerusalém, e, principalmente, ao transporem os umbrais do Templo. Pois Jerusalém era o lugar santo por excelência. Hoje, o cristão fiel, sente-se de igual modo feliz, quando, em reverência e santidade, vem à casa de Deus para adorá-lo.
I. Conceitos de Adoração
1. Conceito geral. A palavra 'adorar' vem do latim (adorare), significando render culto, reverenciar, venerar, amar extremosamente. “A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande Deus do céu e da terra” (BEP).
2. Conceitos bíblicos
a) Glorificar a Deus. Paulo, falando aos coríntios sobre a liberdade e a caridade cristãs, recomenda: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31). Deste versículo, podemos deduzir que adoração é glorificar a Deus em tudo, em todas as áreas da vida.
b) O culto racional a Deus. Implica em adorar a Deus, apresentando o nosso “corpo em sacrificio vivo, santo e agradável a Deus, que é o ...culto racional” (Rm 12:1). Isto quer dizer que todas as partes do nosso corpo devem ser consagradas a Deus, pois o nosso corpo é templo do Espirito Santo (1Co 6:19; Jo 16:14).
c) Louvar a Deus. O vocábulo 'louvar' vem do latim (loudare), e significa exaltar, glorificar, bendizer. Cantar é, sem dúvida, a forma mais usada na adoração a Deus. O salmista confessa: “...e a minha boca te louvará com alegres lábios” (Sl 63:5; Sl 47:6).
II. Adoração no Antigo Testamento
1. Centrada num lugar. Os judeus, no Êxodo, tinham a sua vida religiosa em torno do Tarbernáculo, no deserto. Depois, a adoração foi centralizada no Santo Templo, e após o exílio babilônico, nas sinagogas.
2. Restrita aos homens. Somente os homens poderiam comparecer às três festas anuais “diante do Senhor” (Ex 23:17).
3. De caráter nacional. Jerusalém centralizava o culto a Deus. Era proibido oferecer sacrificios em qualquer outro altar a não ser no que se encontrava no Tabernáculo e, posteriormente, no Santo Templo.
4. Centrada no sacerdote. O povo, durante o culto, ficava na parte externa do Tabernáculo, ou do Templo. No lugar santo, só entravam os sacerdotes: e, ao Santo dos Santos, onde se achava a arca do testemunho, só tinha acesso o sumo sacerdote e, assim mesmo, apenas uma vez por ano (Êx 30:10).
5. Ritualística. Embora todo o ritual, no AT, fosse símbolo do sacrificio de Cristo, o cerimonial sempre acabava por prevalecer, de modo marcante, sobre a essência do culto. A adoração, pois, era muito mais exterior que interior.
6. Sacrificios cruentos. No culto do Antigo Testamento, havia sacrificios de animais (Lv 17:11; Hb 9:19-22).
7. Ministério do louvor. No AT, havia um ministério regular de louvor, abrangendo cantores e músicos coletivamente (1Cr 23:5-6; 1Cr 25:7).
III. Adoração no Novo Testamento
1. Em Espirito e em verdade. Jesus veio trazer uma nova dimensão na adoração a Deus. Ela não se restringiria a um lugar especifico. Respondendo à mulher samaritana, que argumentava quanto ao lugar da adoração, Jesus foi categórico: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espirito e em verdade...” (Jo 4:23).
2. No Templo e nas casas. Os apóstolos ensinavam o Evangelho no templo e nas casas (At 5:42; 20:20).
3. Não ritualística. No NT, não há mais necessidade de ritualismo. Pois Cristo, o Cordeiro de Deus, já cumpriu todos os sacrificios, em nossso lugar, efetuando eterna redenção (Hb 9:11-15).
4. Culto racional. Como já foi dito, o culto racional é o verdadeiro culto a Deus, e só pode ser prestado por quem tem a mente renovada. Somente assim podemos experimentar a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2).
5. Louvor congregacional. No NT, as igrejas valorizavam o canto congregacional. (Ef 5:19).
6. A ação do Espirito Santo. No Antigo Testamento, a ação do Espirito Santo era, entre o povo, esporádica. Já no Novo Testamento, a adoração é essencialmente movida pelo Espirito Santo.
Innfelizmente, o culto-espetáculo, centrado no homem, esta invadindo muitas igrejas.
IV. A Adoração na casa do Senhor
1. A alegria na adoração. “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (v.1). Davi externa, nessa expressão, toda a sua alegria por lhe haverem convidado a ir ao Santo Templo, em Jerusalém. É uma felicidade poder ir à igreja, por mais humilde que esta seja, para adorar a Deus.
2. Por que a casa do Senhor é tão importante?
a) É o lugar onde habita o nome do Senhor. O nome santo (Êx 20:7); nome admirável (Sl 8:9).
b) É o lugar santo. Nele, está a presença do Senhor (Êx 3:5). Deve-se guardar o pé, quando se entra na Casa de Deus (Ec 5:1). Santidade convém à Casa do Senhor (Sl 93:5).
c) É o lugar onde a glória de Deus se manifesta. Na dedicação do Templo, por Salomão, uma nuvem encheu a casa de modo que os sacerdotes não podiam manter-se em pé, “porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor” (1Rs 8:10-11).
d) Lugar onde há verdadeira alegria. “Na tua presença há abundância de alegrias” (Sl 16:11).
e) Lugar de zelo pelas coisas de Deus. “Pois o zelo da tua casa me devorou...” (Sl 69:9). Hoje, muitos crentes entram e saem do templo sem esboçar a menor reverência.
f) Lugar de oração. Jesus entrou no templo, e revoltou-se ao ver o mercantilismo na Casa do Senhor. Agiu de modo enérgico, expulsando de lá os vendilhões, dizendo: “A minha casa será chamada casa de oração...” (Mt 21:12-13). O que mais falta, hoje, nas igrejas e nos lares, é oração.
V. Oração pela cidade onde moramos
1. “Ó Jerusalém!” (v.2b). Admirado, Davi contemplava Jerusalém como se fora esta (e realmente o era) “...uma cidade bem sólida” (v.3). Isto se referia também à unidade que Jerusalém inspirava às diversas tribos hebréias, pois tinham a cidade como ponto de referência. E, a Jerusalém, iam elas, anualmente, adorar a Deus (v.4).
2. “Orai pela paz de Jerusalém” (v.6a). O salmista sabia que só podia adorar a Deus em paz se a cidade também estivesse em paz. É necessário que oremos pela cidade onde moramos, pois suas estruturas econômica, social, politica, administrativa e espiritual, encontram-se, via de regra, sob a opressão do diabo.
3. “Prosperarão aqueles que te amam” (v.6b). Este é um dos versiculos favoritos dos judeus. Eles crêem que, orando por Jerusalém, serão galardoados por Yahweh com a bênção da prosperidade.
Conclusão
A paz é o anséio comum dos que moram nas metrópoles. Só o Evangelho de Cristo, o Principe da Paz, pode atender-nos nesta premente necessidade. Ou seja: fazer com que residamos em paz e segurança nas grandes cidades.
Questionário
1. Com relação ao lugar, o que diferencia a adoração no AT e no NT?
2. Quem podia comparecer às três festas anuais dos judeus?
3. Que tipo de louvor é valorizado no NT?
4. Por que devemos buscar o bem da cidade?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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