sábado, 27 de dezembro de 2008

A Confissão dos Pecados e o Perdão Divino

A CONFISSÃO DOS PECADOS E O PERDÃO DIVINO
Salmo 51:1-13
INTRODUÇÃO
Por não ter vigiado, Davi caiu em pecado de adultério. Como um abismo chama outro abismo, ele ainda foi levado a mentir, enganar e a cometer homicídio. Mas como tivesse humildade para reconhecer o seu erro diante de Deus, foi perdoado. Mas até o fim de sua vida, sofreria os efeitos daqueles minutos de prazer pecaminoso.
I. Quem era Davi
1. Um homem ungido. O jovem pastor, filho de Jessé, foi ungido rei, em lugar de Saul (1Sm 16:13a). Após a unção, “...o Espirito do Senhor se apoderou dele” (1Sm 16:13b).
2. Um homem corajoso. Cheio do poder do Espirito Santo, foi protagonista de uma vitória considerada impossível. Venceu o gigante Golias, o campeão dos filisteus (1Sm 17:50).
3. Um homem cheio do temor de Deus. Não obstante ter oportunidade de tirar a vida de seu perseguidor mortal, o desviado Saul, Davi poupou-lhe a vida por respeitar a unção de Deus que havia sido posta sobre o rei (1Sm 26:8-9).
4. Um homem escolhido por Deus. No Salmo 89:3, lemos: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi”. Sim, Davi era um homem segundo o coração do Deus de Israel.
II. Os Pecados de Davi
Para se entender o profundo significado do Salmo 51, é indispensável meditar sobre o que ocorreu no capitulo 11 do livro de 2Sm. Aí vemos que o homem que matara a Golias, foi derrotado pelo gigante da concupiscência
1. Ociosidade. Enquanto o exército de Israel estava na batalha, Davi repousava em Jerusalém. Ao invés de orar e vigiar, pedindo a Deus que guardasse os seus soldados e capitães, deixou-se vencer pela ociosidade, passeando no terraço da casa real (2Sm 11:1-2).
2. Cobiça. De repente, o rei teve a sua atenção atraida para uma mulher bonita que lhe desperta a lascivia. A cobiça da carne o domina. Ele foi “...atraido e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1:14), que é desejo intenso ou apetite sexual desordenado. Se a concupiscência conceber, dá à luz o pecado (Tg 1:15a).
3. Adultério.
a) Tentado. Ele deu lugar à tentação. Primeiro, olhou; depois, mandou perguntar o nome da mulher; e, por fim, ordenou fosse ela trazida até o palácio real. Nesse ponto, a concupiscência já houvera concebido (Tg 1:15).
b) Vencido. Naquele momento, Davi deixou de ser um homem segundo o coração de Deus (1Sm 13:14) e passou a cumprir a concupiscência da carne (Gl 5:16b). O homem que matara um leão, um urso e um gigante, foi derrotado pelo pecado sexual. Convém lembrar que, além do sexo, o poder e o dinheiro são os outros meios mais usados para derrubar um homem de Deus.
4. Homicídio. Já morto espiritualmente, Davi arquitetou um plano diabólico.
a) A astúcia. Sabedor de que a mulher estava grávida, Davi chamou Urias, e ordenou-lhe que fosse para casa a fim de se deitar com a esposa, pois assim ninguém ficaria sabendo que o filho gerado era fruto do pecado do rei (2Sm 11:10-12).
b) A serviço do diabo. O rei enviou uma carta pelas mãos do próprio Urias, endereçada a Joabe, instruindo-o a que pusesse Urias no lugar mais perigoso da batalha para que fosse morto. Como Urias era um servidor fiel, não violou a carta. Se o tivesse feito, teria visto que levava a própria sentença de morte.
c) Insensibilidade. Ao saber a noticia da morte de Urias, o rei, cinicamente, mandou que se dissesse a Joabe: “Não te pareça isso mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele” (2Sm 2:25). Se não o bastasse, Davi ordenou que se buscasse a viúva para ser sua esposa (2Sm 2:27). Quando um homem de Deus chega a esse ponto, é sinal de que a sua consciência já está totalmente cauterizada (1Tm 4:2).
III. Consequências do Pecado
1. Perda da comunhão divina. Davi, que era um homem segundo o coração de Deus (1Sm 13:14), perdeu, de um momento para o outro, a presença de Deus (v.12).
2. O Afastamento do Espirito Santo. Davi experimentou quão terrível é viver afastado do Espirito Santo (v.11). O Espirito de Deus é santo. Ele não permanece num coração que abriga o pecado.
3. Escândalos. Quando a prática do pecado resulta em escândalos, ele (o pecado) reveste-se de maior gravidade. Por isso, Jesus afirmou: “Ai do mundo por causa dos escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! (Mt 18:7).
IV. A Intervenção de Deus
1. Deus envia o profeta para repreender a Davi. Natã foi enviado ao rei com uma mensagem em forma de parábola. O profeta narrou a Davi um fato revoltante, envolvendo um certo homem que cometera uma grande injustiça (2Sm 12:1-5). O rei, ao ouvir atentamente o profeta, ficou furioso, dizendo: “Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso” (2Sm 12:5).
2. A coragem do profeta. O homem de Deus porém replicou-lhe com firmeza: “Tu és este homem. Assim diz o Senhor, Deus de Israel...A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; a ele mataste com a espada dos filhos de Amom” (2Sm 12:7,9).
3. A sentença divina. Ali mesmo, sem burocracia nem protelações, o profeta proferiu a sentença de Deus contra o rei:
a) “Não se aportará a espoda jamais de tua casa”. Foi o que realmente aconteceu. O filho que nascera daquele adultério morreu (2Sm 12:14). Mas as desgraças não pararam por aí. Amnon foi assassinado por Absalão (2Sm 13:28,29). Absalão foi morto por ter se rebelado contra o pai (2Sm 18:9-17). E, tempos depois, já no final do reinado de Davi, Adonias também seria morto à espada (1Rs 2:24,25).
b) “Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti...” (2Sm 13:11a). Absalão, filho predileto de Davi, adulterou com as mulheres do pai em plena praça pública (2Sm 16:21-22). Como se não bastasse, a filha do rei foi estuprada por um de seus irmãos (2Sm 13:10-15).
V. A Oração do Pecador Arrependido
Reprendido por Natã devido ao gravissimo pecado, Davi não se fez de inocente. De imediato confessou: “Pequei contra o Senhor” (2Sm 12:13a).
1. A súplica. No Salmo 51, Davi começa por suplicar a Deus por misericórdia. Ele não procura desculpa alguma para justificar o seu ato. Antes: roga ao Senhor que lhe apague as transgressões, segundo a benignidade e a misericórdia divinas. Ele ainda implora que o Senhor lhe lave da terrível iniquidade e o purifique do horrendo pecado (v.2).
2. A confissão. (v.3-4). Amargurado, Davi confessa reconhecer as suas transgressões, pois o seu pecado está continuamente diante si. Ele reconhece e confessa: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que aos teus olhos é mau” (v.4a). O que concluimos desta passagem? Quando alguém peca, peca contra Deus. E Deus jamais terá o culpado por inocente (Na 1:3).
3. O clamor pela restauração.
Davi não conhecia o poder purificador do sangue de Jesus. Mas sabia que, quando alguém era considerado imundo, por ter tocado num cadáver (Nm 19:6) ou num leproso (Lv 14:4), precisava, de acordo com a Lei, passar pela cerimônia de purificação, na qual o sacerdote tomava um molho de hissopo, molhava-o na “água da separação”, e a espargia sobre o transgressor. Assim, Davi considerava-se tão imundo, que precisava passar por esse processo. Hoje, na Nova Aliança, “o sangue da aspersão” (Hb 12:24), ou seja: o sangue de Cristo, purifica as nossas consciências das obras mortas (Hb 9:14) e de todo o pecado (1Jo 1:7).
a) “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (v.10). Davi anelava por uma purificação interior e por um espirito reto. Somente aquele que reconhece o seu pecado é que consegue sentir a sujeira deste na alma. Por isso, Davi arrepende-se de sua transgressão e a confessa. Sim, o verdadeiro arrependimento faz com que aborreçamos o pecado.
b) “Não me lances fora da tua presença...” (v.11). Ele sentia falta da presença do Senhor, e por isso clamava: “Não retires de mim o teu Espirito Santo”. Sem a presença do Espirito Santo, deixamos de ser espirituais, e passamos à condição de meras criaturas.
c) “Torna a dar-me a alegria da salvação...” (v.12). Como Davi havia perdido a alegria da salvação, agora clama ao Senhor para que lhe restitua a bênção perdida.
VI. O Compromisso Diante do Perdão
Após sentir-se perdoado, Davi promete a Deus fazer algo que ficara impedido de realizar por causa de sua transgressão.
1. Ensinar aos transgressores (v.13). “Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos”. Tendo experimentado o que é transgredir a lei divina, o salmista assume o compromisso de levar os transgressores a aprender os caminhos do Senhor, e a se converterem de seus pecados.
2. Um parêntese de temor (v.14). Atingido pelo medo de voltar a pecar, Davi abre um parêntese na sua oração, e pede a Deus que o livra dos crimes de sangue. De certo, a morte de Urias continuava a ferir-lhe a conciência.
3. Louvor a Deus (v.15). Davi pediu a Deus que abrisse os seus lábios para que a sua boca pudesse entoar louvores ao Senhor.
Conclusão
Quando um servo de Deus cai, principalmente em se tratando de um lider, o diabo e seus demônios se alegram. Entretanto, quando o filho de Deus arrepende-se sinceramente, o Senhor estende sobre ele o manto do perdão. Há alegria no céu.
Questionário
1. Quais as três qualidades de Davi, ressaltadas nesta lição?
2. Quais foram os pecados de Davi?
3. Qual foi a sentença de Deus a Davi?
4. De acordo com a lição, quais os elementos da oração de arrependimento de Davi?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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