domingo, 4 de janeiro de 2009

A Verdadeira Prosperidade

A VERDADEIRA PROSPERIDADE
Salmo 73:1-17
INTRODUÇÃO
O salmista teve a sua fé duramente provada ao procurar entender porque os ímpios prosperam tanto, enquanto os justos, embora temam, a Deus e pautem exenplarmente a sua vida, sofrem, às vezes, tremendos dissabores. Contudo, Deus é justo. Se não entendemos tudo o que acontece no mundo, um dia, quando chegarmos à divina presença, compreenderemos todos os mistérios.
I. Bom é Deus para com Israel
O salmo começa com uma conclusão incisiva. O salmista previne o leitor: o que exporá com relação aos ímpios, refere-se a uma situação já superada. Essa conclusão é a razão de ser do Salmo 73. Mas do que uma lamentação sobre a prosperidade dos ímpios, este salmo é um hino de fé e de confiança em Deus.
II. Asafe e a Prosperidade dos ímpios (vs. 4-12)
O salmista enfoca diversas facetas da vida dos ímpios. Muito perturbado, refere-se a estes como sendo os poderosos deste mundo. Parece esquecer-se dos ímpios que estão sempre marcados pela pobreza e miséria.
1. Não trabalham muito. Na realidade, pode-se perceber claramente que muitos homens abastados são ímpios da pior especie. Ganham dinheiro facilmente através de atividades desonestas tais como tráfico de drogas, prostituição (inclusive de menores), contrabando, extorsão etc. Há muita gente trabalhando para eles, de modo que não precisam afadigar-se nem se consumir em suor.
2. São soberbos e violentos (v.6). Asafe ressalta o fato de os ímpios cercarem-se de orgulho como de um colar; eles “vestem-se de violência como de um adorno”. A violência do ímpio, na prática, é uma atitude de defesa. A Bíblia declara que “a soberba do homem o abaterá...” (Pv 29:23).
3. Bem alimentados e criativos (v.7). Na verdade, os ricos, que não tem compromisso com Deus, vivem de banquetes e de festas, que são simbolo do poder humano. Eles não encontram tempo para refletir acerca de seu destino eterno.
4. São corruptos e opressores (v.8). Infelizmente, até no meio evangélico, há pessoas que procedem injustamente contra operários e trabalhadores. Não é à toa que Tiago condena os ricos opressores (Tg 5:4).
5. São incrédulos e blasfemam contra Deus (vs. 9-11). Temos visto exemplos marcantes de ímpios que se voltaram contra Deus e, hoje, encontram-se esmagados pela mão do Altíssimo. Eis o que Davi deixou-nos escritos: “Aquele que habita nos céus se rirá...o Senhor zombará deles” (Sl 2:4). E, na Epistola aos Hebreus, encontramos esta advertência: “Horreda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31).
III. Como Asafe sentiu-se ante a prosperidade dos ímpios
1. Quase desviado (v.2). Após afirmar que Deus é bom para com Israel, Asafe passa a narrar o que lhe sucedeu ao contemplar a prosperidade dos ímpios. Sua mente ficou perturbada. Ele mesmo o confessa: “Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram”.
2. Invejando os soberbos (v.3). Como pode um homem de Deus, como Asafe, ser assaltado por um sentimento tão baixo quanto a inveja? Só o entenderemos, analisando sua crise a partir do prisma da fraqueza humana. Ele teve inveja dos soberbos”ao ver a prosperidade dos ímpios”.
3. Ficou perturbado. “Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado” (v.16).
4. Ficou desiludido com a sua vida espiritual (v.13-14). Diante de tantas evidências quanto à prosperidade dos ímpios, o salmista concluiu que, em vão, havia purificado o seu coração e lavado as suas mãos na inocência.
5. O coração azedou (v.21). Muitas pessoas deixam-se dominar por esse tipo de emoções e, como resultado, acabam acometidas por muitas doenças. O Dr. Mc Millen, PhD cristão, afiança que 90% das enfermidades são de origem emocional. Por isso, a Palavra de Deus recomenda: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (hb 12:15).
IV. Entendendo a Verdadeira Prosperidade (v.15-20).
O salmista, então, descobre que ele próprio era próspero, e não o sabia. Por isso, glorifica a Deus.
1. Teve prudência no falar (v.15). “Se eu dissesse: Também falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos”. Mostra-nos isto que Asafe, embora houvera pensado negativamente, a ninguém manifestou o teor de seu pensamento. Nada disse à esposa, nem aos filhos, ou aos amigos. Se o tivesse feito, teria pecado duas vezes. Uma, por achar que Deus, era injusto. Outra, por abrir a boca e dizer coisas inoportunas.
2. Entrou no santuário de Deus (v.17a). Ao invés de falar, de murmurar, como muitos hoje em nossas igrejas, Asafe entrou no santuário para orar, buscar a Deus, e derramar, diante dEle, suas mágoas e frustrações.
3. Entendeu o fim dos ímpios (v.17b). Deus não revelou a Asafe o progresso, nem a prosperidade dos ímpios, mas o fim destes. O que estava acontecendo, o salmista já o sabia. Deus permite que o ímpio prospere. Mas só materialmente. Espiritualmente, o ímpio é um miserável. Ele se gaba: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta”. Todavia, a resposta de Deus logo vem: “E não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap 3:17).
O salmista, por conseguinte, teve uma visão do futuro dos impios, a partir do que acontece no presente: “...então, entendi eu o fim deles”. Meditemos no que o salmista entendeu:
a) Deus os põe em lugares escorregadios (v.18a). Refere-se isso à falta de solidez dos ímpios. Eles não tem base firme para suas vidas. Tem a casa edificada sobre a areia.
b) Deus os lança em destruição (v.18b). Por mais que prosperem, o fim dos impios (se não se converterem) é a destruição. “Os ímpios serão lançados no inferno...” (Sl 9:17a).
c) Eles caem em desoloção e são consumidos por terrores (v.19). Podem ter muitas riquezas, mas, no final, serão atormentados (Ver Lc 16:19-31).
d) Deus despreza a aparência deles (v.20b). A essa altura, orando no templo, o salmista já houvera entendido que a glória e a prosperidade dos ímpios são apenas aparentes.
4. A verdadeira prosperidade (vs. 23-28). Em sua estada no templo, o salmista teve profundas revelações. Não só quanto a falsa prosperidade dos perversos, mas, também, do que é ser realmente próspero.
a) É estar com Deus (v.23a). “Todavia, estou de continuo contigo”. A presença de Deus dá descanso (Êx 33:14). Na presença do Senhor há fartura de alegria (Sl 16:11).
b) É estar seguro por Deus (v.23b). O salmista reconhece: “...me seguraste pela mão direita”. Asafe, agora, reconhece que, na verdade, ele é quem estava prosperando. Mesmo tendo sido tentado, o Senhor o sustentou em todas as coisas.
c) É ser guiado por Deus até a eternidade (v.24). “Guiar-me-ás com teu conselho e, depois, me receberás em glórias”. Quem é guiado por Deus tem segura prosperidade, principalmente no que tange às riquezas eternas.
d) É ser rico, espiritualmente, no céu e na terra (v.25). “A quem tenho eu no céu senão a ti?” Ele conclui que ninguém é mais valioso que o Senhor. Nenhuma riqueza material supera o fato de se ter Deus na vida. Isso contraria a idéia que muitos crentes alimentam quanto à prosperidade, que é vista do ponto de vista utilitarista e material. Bens materiais são bênçãos de Deus para o crente, mas a verdadeira prosperidade é a das riquezas espirituais e eternas.
e) É ter Deus como fortaleza e porção da vida (v.26). O salmista, em sua oração, viu que a sua carne era fraca, mas Deus era a fortaleza do seu coração. E acrescentou que Deus é a porção da sua vida. Essa é a verdadeira prosperidade.
f) É aproximar-se de Deus e confiar nEle (v.28). Asafe conclui o salmo, dizendo: “Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus”. Ele não avaliava mais a prosperidade com ênfase na transitoriedade dos bens materiais, mas na prevalência do espiritual sobre o material e, principalmente, no relacionamento com Deus. Por fim, ele coloca no Senhor a sua confiança para anunciar aos outros as grandes obras de Deus.
Conclusão
Que a experiência de Asafe, permitida por Deus, e registrada em sua Palavra, sirva de preciosa lição para nós, hoje, e que jamais nos deixemos abater pelo fato de vermos os ímpios prosperarem. Davi, no Salmo 37:1, recomenda: “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade, porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura”.
Questionário
1. No salmo em estudo, a que tipo de ímpios Asafe se referia?
2. De acordo com a lição, cite as cinco características que o salmista viu nos ímpios.
3. Por que o salmista teve inveja dos soberbos?
4. Quando foi que Asafe entendeu o fim dos ímpios?
5. De acordo com a lição, em que consiste a verdadeira prosperidade?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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