domingo, 4 de janeiro de 2009

Deus é a Verdadeira Segurança do Crente

DEUS É A VERDADEIRA SEGURANÇA DO CRENTE
Salmo 91:1-4; 5,7; 10-11
INTRODUÇÃO
Não se sabe ao certo quem foi o autor deste salmo nem quando foi composto. Uns dizem que foi Davi. Outros, que teria sido Moisés. Uma coisa é certa: foi o próprio Deus quem inspirou o salmista a escrever esta bela porção das Escrituras.
I. O inquietante Problema da Segurança
1. A insegurança nos dias do salmista. Na época em que o Salmo 91 foi escrito, havia muita insegurança. Pode-se notar, entre os versiculos do texto, várias expressões de perigos e ameaças, tais como “laço do passarinheiro”, “peste permiciosa”, “espanto noturno”, “seta que voe de dia”, “mortandade”, “mal”, “praga”, “leão”, “áspide”, “serpente”. Tudo isso indica que havia perigo de ordem material, humana e espiritual.
2. A insegurança em nossos dias. Se não fosse a proteção divina, ninguém, nos dias de hoje, poderia sentir-se seguro, nem mesmo em sua própria casa. Há insegurança dentro e fora do lar, principalmente nas grandes cidades. Diz o patriarca Jó: “Desde as cidades gemem os homens...” (Jó 24:12). Há assaltos, assassinatos, estupros, sequestros e violência por toda a parte.
3. A atitude do crente em relação à insegurança. Diante do problema da insegurança, que é real e constante, o crente em Jesus precisa saber comportar-se como filho de Deus.
a) Reconhecer que só Deus dá segurança. Não adianta confiar em sistemas de segurança sofisticados, nem em cães amestrados nem em vigilantes profissionais. A primerira-ministra da Índia, Indira Ghandi, tinha bons guarda-costas. Mas um deles acabou por assassiná-la. Cumpre-se, pois, a Bíblia: “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127:1b).
b) Confiar no Senhor. O salmista diz: “Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança...” (Sl 40:4a). As ameaças à vida do crente são muitas. O inimigo procura levantar pessoas para prejudicar o servo de Deus quer em relação à sua integridade fisica e emocional, quer em relação ao seu patrimônio e negócios. Mas, na Bíblia, temos este consolo: “Em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem” (Sl 56:11). O Salmo 8:4 traz uma declaração de fé na proteção divina: “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança”.
c) Fazer a sua parte. Há pessoas, na igreja, que agem de modo errado. Certo irmão, imprudentemente, deixou sua casa toda aberta, e saiu para a igreja, dizendo que Deus guardaria os seus bens. Quando retornou, os ladrões haviam levado tudo. Ele ficou triste, achando que Deus não cumpria a sua palavra. Mas, o que realmente aconteceu, foi que esse irmão deixou de fazer sua parte. Deus nos guarda, sim, mas aquilo que nos compete fazer, Ele não o fará. Não podemos, pois, alimentar uma fé ingênua e sem fundamento bíblico.
II. A Segurança que Deus Proporciona
1. Sob a proteção do Altíssimo (v.1-9).
a) Habitando no esconderijo (v.1a). O salmista inicia o texto, dizendo daquele que “habita no esconderijo do Altíssimo”. O verbo habitar fala da continua permanência na presença de Deus.
b) Descansa à sombra do Onipotente (v.1b). Assim como a sombra de uma árvore frondosa e benfazeja propicia refrigério ao que se abriga sob sua folhagem, o crente fiel pode encontrar descanso para a fadiga da vida à sombra da proteção divina, pois esta lhe serve de refúgio e cobertura. Lembra-nos o que Jesus ensinou (Mt 11:29).
c) Refúgio e Fortaleza (v.2). O salmista professa a si mesmo que Yahweh (Javé, o Senhor) é o seu refúgio e fortaleza, e nEle há de sempre confiar. Deus não prometeu ao crente um “mar de rosas”, ou seja: uma vida sem problemas. Jesus precaveu-nos de que, no mundo, haveríamos de ter aflições (Jo 16:33). Paulo escreveu: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3:12). Entretanto, o crente fiel tem, a seu dispor, refúgio e fortaleza no Senhor, onde se abriga, seguramente, diante das adversidades.
d) Livre do laço do diabo (v.3). O salmista, aqui, passa a falar na segunda pessoa, levando a outrem a mensagem de confiança na segurança do Senhor. Sob a proteção de Deus, o crente livra-se do “laço do passarinheiro e da peste perniciosa”. Laço fala de armadilha, e passarinheiro é uma figura do diabo. Diante disso, Paulo exorta-nos a que fiquemos firmes no Senhor, revestidos da armadura de Deus, para não cairmos nas “astutas ciladas do diabo” (Ef 6:10-11).
e) Sob as asas do Altíssimo (v.4). Aqui, temos uma interessante metáfora. Deus é comparado a uma ave-mãe que tudo faz para proteger a seus filhos. Diante de um perigo, a galinha, por exemplo, chama os seus pintainhos, e abriga-os sob as suas asas: “...debaixo das suas asas estarás seguro, a sua verdade é escudo e broquel” Ou seja: dois escudos estão a proteger o crente: um grande e outro pequeno. Isto mostra que a proteção divina proporciona-nos abrigo contra as ameaças e perigo desta existência. Quanto à verdade divina, serve-nos esta como poderosa arma de defesa.
f) Vencendo o medo (v.5-6). Um médico crente explicou que o medo e a ignorância são as piores pragas na vida de um filho de Deus. Sob a proteção do Senhor, o crente não deve temer estas quatro coisas: a) “...espanto noturno...” Durante a noite, os demônios procuram, com as suas incursões e ataques, intimidar o crente fiel, mas este encontra-se devidamente protegido pelo Altissimo. b) “Seta que voe de dia”. Isto é: obras malignas que, lançadas à distância, tem por objetivo atingir o crente em plena luz do dia. Eis algumas destas setas perigosas: uma tentação, vinda não se sabe de onde; uma enfermidade repentina; uma palavra que fere, de quem não se espera etc. c) “Peste que ande na escuridão”. A versão grega do Antigo Testamento hebreu, conhecida como Septuaginta, interpreta que, tanto a seta que voa de dia como a peste que anda na escuridão, são demônios. d) “...mortandade que assole ao meiodia”. O nome já diz tudo: são epidemias de enfermidades mortais. Mas o nosso Deus serve de proteção inexpugnável contra tais agentes.
2. Os inimigos caem vencidos (v.7). “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido”. Esta é uma promessa extraordinária. Crer nela, e colocá-la em prática no viver diário, é algo que encerra um grande significado para o crente. Conhecemos um irmão que, certa vez, foi ameaçado de morte por uma “mãe-de-santo”. Esta, para materializar o seu intento, enviou-lhe um emissário armado para matar o pastor. Mas o assassino, ao entrar no templo, caiu de joelhos, e foi-se arrastando até o púlpito, sem poder levantar-se. Diante de todos, ele explicou que, ao chegar à porta, duas mãos potentes empurraram-no para baixo, impedindo que ele se levantasse. Este elemento não pode fazer nada, absolutamente nada, contra o pastor. A promessa divina cumpriu-se de maneira plena: o servo de Deus não foi atingido.
III. Proteção ao Lar e á Família
1. Nenhum mal nem praga (v.10). É preciso crer nesta promessa: “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda”. Nesta passagem, temos uma maravilhosa promessa para os nossos lares. O mal pode ser entendido como todo o tipo de adversidade, no seu sentido mais amplo possivel. Já a praga tem significado bem mais compreeensivel: refere-se às doenças que se espalham e matam muita gente. A promessa assegura-nos que nem mal nem praga podem atingir a tenda (ou a casa) do crente fiel.
2. Os Anjos (v.11-12). Há uma guerra espiritual, declarada e quase sempre invisivel, que ameaça a integridade espiritual e fisica dos crentes. Mas o nosso Deus tem exercitos formados por anjos, cuja missão é guardar-nos em todos os nossos caminhos (cf. v.11). Eles são ministros de Deus a serviço dos que hão de herdar a salvação (hb 1:13a-14).
IV. Vitória Sobre o Adversário (v.13)
1. Pisando o leão, a áspide, o leãozinho e a serpente. O leão representa todo o tipo de inimigo violento; a áspide, que é um animal venenoso, representa os inimigos cuja língua é como a peçonha: são aqueles que caluniam, mentem, difamam, e injuriam para prejudicar o crente; o leãozinho representa aquele tipo de inimigo que, aparentemente, não faz mal, por ser pequeno, mas tende a crescer e a ficar feroz e indomável; a serpente é bem o tipo do diabo ou de seus seguidores, que só visa atacar para matar.
Sob a proteção do Altissimo, porém o creme fiel tem o poder para vencê-los e pisá-los. Cristo, nosso Salvador, esmagou a cabeça da serpente, cumprindo o que fora previsto em Gênesis 3:15. Ele despojou nossos inimigos espirituais (Cl 2:15). Ele nos garante a vitória. Os inimigos são fortes, mas em Cristo e por Cristo, somos mais que vencedores (Rm 8:37).
V. Fala o Altíssimo (vs. 14-16)
Nos versiculos 14 a 16, o salmista silencia, e passa a ouvir Deus falar sobre aqueles que vivem sob a proteção do Senhor.
1. Ressaltando o amor a Deus (v.14). “Porque tão encarecidamente me amou...” Esta palavra, dita pelo próprio Deus, mostra que, aquele que tem a proteção do Altissimo, ama-o de todo o coração. Por isso, torna-se alvo do livramento divino.
2. O alto retiro. “Também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome”. Deus dá o livramento, e ainda coloca, em elevada posição espiritual, aquele que conhece, valoriza, reverencia e exalta o seu santo nome.
3. Invocação e resposta (v.15). “Ele me invocará e eu lhe responderei”. Certamente, não há coisa que mais o crente deseje do que esta: saber que suas orações e súplicas são respondidas pelo Senhor. Mas Deus só atende a súplica daquele que tão encarecidamente o ama. Ele livra o seu servo na angustia e da angústia; e, mais que isso: glorifica o que conhece o seu nome.
4. Longevidade e salvação (v.16). Como fecho de ouro deste salmo, Deus, falando pelo escritor, promete longos anos de vida “aquele que habita no esconderijo do Altíssimo”, de modo que possa ver a salvação do Senhor.
Conclusão
A proteção de Deus é tão grande, que o crente, embora continue na terra cumprindo a sua missão, é imoral. Mesmo que passe por tribulações, perigos e ameaças, só há de morrer, quando o Altíssimo o quiser ou permitir. Que o Senhor nos faça dignos, em Cristo, de desfrutar dessa maravilhosa segurança que somente Ele pode oferecer.
Questionário
1. Que acontece com o que habita no esconderijo do Altissimo?
2. De acordo com a lição, quem é tipificado pela figura do Passarinheiro?
3. Que promessa há no salmo 91 para os lares?
4. Com que promessa Deus encerra o salmo?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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