sábado, 7 de fevereiro de 2009

O nó do afeto

O nó do afeto
“Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que fizesse presentes o máximo de tempo possível. Ela entendia que, embora a maiiora dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, devia achar um tempinho para dedicar e entender as crianças. Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com seu filho, nem de vê-lo, durante a semana. Quando ele saia para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço já era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para promover o sustento da familia. Mas, ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beija-lo todas as noites quando chegava à sua casa.
E para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beija-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai havia estado ali e o beijado.
O fato nos faz refletir sobre muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, de se comunicarem com o filho. Aquele pai encontrou a sua, simples mas, eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo. Por vezes nós nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos, como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes e desculpas vazias. É válido nos preocuparmos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que, eles sintam isso. Para que haja comunicação é preciso que os filhos “ouçam” a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto do que as palavras.
É por essa razão que o beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro.
A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor. Mesmo que este gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
E você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?”

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