sábado, 27 de dezembro de 2008

Salmos, O Hinário oficial de Israel

SALMOS, O HINÁRIO OFICIAL DE ISRAEL
Salmos 61:8; 95:2; 105:2; Ico 14:26; Cl 3:16
INTRODUÇÃO
Não há livro na Bíblia que atraia mais as pessoas que os Salmos. Embora escritos como o hinário oficial de Israel, os Salmos alcançaram a todos os povos com sua mensagem de louvor, de adoração, de gratidão, de esperança e de salvação.
I. Caracterização Geral do Livro de Salmos
1. Titulos e nomes
a) O vocábulo Salmos. A palavra Salmos tem origem na tradução do Antigo Testamento hebreu para o grego, no ano 200 a.C., feita por 70 sábios – a Septuaginta (LXX). Nesta versão, os Salmos recebem o titulo de Psalmói: cânticos entoados com o acompanhamento de instrumentos de cordas.
A Vulgata, tradução latina da Bíblia feita por Jerônimo, denominou os Salmos de Liber Salmorum.
No hebraico, o termo que corresponde a salmos é Tehillim: Louvores ou Cânticos de Louvor.
b) Saltério. O Livro de Salmos também é chamado Saltério. Este termo vem da palavra grega Psâlterion. É o nome de um instrumento musical que, ao Antigo Testamento, já era bem conhecido (Sl 33:2; Sl 108:2 e 144:9).
2. Datas e Autoria
a) Período. Os salmos, segundo os estudiosos, foram escritos no período que vai de 1500 a 450 a.C. Ou seja: durante mil anos aproximadamente.
b) Autoria. Diversos foram os autores dos Salmos. O mais destacado foi Davi, rei de Israel, chamado apropriadamente de “o suave em salmos de Israel” (IISm 23:1).
Os salmistas, cujos nomes são mencionados na Bíblia, são os seguintes:
DAVI: escreveu 73 salmos (quase metade do Saltério);
ASAFE: escreveu 12 salmos (50, 73-83);
FILHOS DE CORÉ: 11 Salmos (42-49; 84-85; 87-88);
SALOMÃO: escreveu 2 Salmos (72 e 127);
MOISÉS: escreveu 1 Salmo (90);
ETÃ: escreveu 1 salmo (89);
Mais de 50 salmos foram escritos por autores desconhecidos.
II. Estrutura e Classificação
1. Divisão em Livros. Os 150 salmos são organizados didaticamente em cinco livros. Cada um desses livros termina com uma doxologia, ou “enunciação de louvor e invocação a Deus”.
Livro I – do salmo 1 ao 41; Livro II – do salmo 42 ao 72; Livro III – do salmo 73 ao 89; Livro IV – do salmo 90 ao 106 e Livro V – do salmo 107 ao 150.
2. Classificação dos Salmos. Conforme a Bíblia de Estudo Pentecostal, os salmos podem ser classificados nos seguintes temas:
a) Cânticos de Aleluia ou de Louvor. Engrandecem o nome, a bondade, a grandeza, a majestade e a salvação de Deus. Sl 8,34,103,115,145 e 150.
b) Cânticos de Ação de Graças. Reconhecem o socorro e o livramento divinos. Sl 18,34,100,126 e 138.
c) Salmo de Oração e Súplicas. Incluem lamentos e petições diante de Deus. Sl 3,6,54,90,141 e 143.
d) Salmos Penitenciais. Tratam da confissão de pecados. Sl 32,38,51 e 130.
e) Cânticos da História da Biblia. Narram como Deus se relacionou com Israel ao longo de sua história. Sl 78,105,108,126 e 137.
f) Salmos da Majestade Divina. Declaram a soberania de Deus. Sl 24,47,93 e 96.
g) Cânticos Litúrgicos. Usados em eventos ou festas especiais em Israel. Sl 15,24,45 e 68.
h) Salmos de Confiança e Devoção. Expressam confiança e devoção a Deus. Ex. Sl 11,16,23,27,40,46,131 e 139.
i) Cânticos de Romagem. Também chamados “Cânticos de Sião” ou “Cânticos dos Degraus”. Eram entoados pelos peregrinos, a caminho de Jerusalém, para celebrarem as festas anuais. Sl 43,46,48;76,84,120-134.
j) Cânticos da Criação. Referem-se ao poder criador de Deus e suas obras. Sl 8,19,33,65 e 104.
l) Salmos Sapienciais e Didáticos. Revelam a sabedoria de Deus. Sl 1,34,37,112,119 e 133.
m) Salmos Régios ou Messiânicos. Descrevem certas experiências dos reis Davi e Salomão, com significado profético, prefigurando a vinda do Messias. Sl 2,16,22,41,72,102,110 e 118.
n) Salmo Imprecatórios. Invocam maldição, ou vingança, sobre os inimigos de Deus e de seu povo. Sl 7,35,58,59,109 e 137.
3. Características especiais dos Salmos. A poesia hebraica não tem rima e pouco se preocupa com a métrica. Os salmos tem os seguintes elementos básicas:
a) Ritmo. Trata-se da repetição harmoniosa dos sons. Quando lemos: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade é para sempre. Louvai ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade é para sempre” (Sl 136:1-2), percebemos o subir e o descer da voz, numa harmonia bem característica.
b) Paralelismo. É o elemento indicativo do “equilibrio de forma e sentido”. A idéia é apresentada pelo salmista, e, em seguida, é repetida, gerando um contraste. Os principais paralelismos no saltério são os seguintes:
Paralelismo Sinônimo. Ocorre quando a segunda linha do salmo repete a primeira com palavras um pouco diferentes. “Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1:2).
Paralelismo Antitético. A segunda linha faz contraste com a primeira. “Porque o Senhor conhece o caminho dos justos mas o caminho dos ímpios perecerá (Sl 1:6).
Paralelismo Sintético. A segunda linha do salmo complementa a primeira, enriquecendo o pensamento original. “Senhor, meu Deus, em ti confio; salva-me de todos os que me perseguem e livra-me” (Sl 7:1).
Obs.: Os destaques foram feitos pelo comentador para fins didáticos.
c) Termos técnicos e títulos descritivos.
Selá. Este vocabulo ocorre 71 vezes, principalmente entre os livros I a III. Para alguns autores, trata-se de um sinal para mudança no acompanhamento musical, ou para aumentar o som dos instrumentos ou das vozes.
Higaiom. Como aparece nos salmos 9:16; 19:14; 92:3, parece indicar uma pausa para meditação ou dediminuição na altura dos sons dos instrumentos.
Mictão. Não se sabe o sentido exato desta palavra, mas parece indicar um salmo de lamentação e arrependimento (Sl 56-60).
Para Jedutum (Yedutum). Conforme usado nos salmos 39,62 e 77, indica confissão.
Masquil. Poesia com finalidade de meditação ou ensino (Sl 32,42,44,54).
III. Finalidade dos Salmos
1. Devocional. No seu sentido original, os salmos foram destinados à adoração a Jeová através de orações cantadas com acompanhamento de instrumentos musicais.
2. Cultual. Na Páscoa, na Festa dos Tabernáculos e na Festa da Colheita, os Salmos dos Degraus, do 120 ao 134, eram os mais usados. Segundo Davidson, “eram habitualmente entoados por um coro de levitas, de pé, nos quinze degraus que ligavam os dois pátios do templo” (Novo Comentário da Biblia). O Salmo 130 era muito usado em ocasiões de penitência como, por exemplo, no Dia da Expiação. Os salmos 92 a 100 eram eminentemente sabáticos. Além disso, os judeus tinham, em cada dia da semana, um salmo habitual.
IV. Salmos, um Livro para todas as Épocas
1. No Antigo Testamento. Houve momentos, no AT, em que o louvor era tão profundo, que as pessoas não podiam ficar de pé, como na ocasião em que a Arca foi levada da Tenda da Congregação para o Santo Templo em Jerusalém (IICr 5:5-9). Uma nuvem encheu a casa, e os sacerdotes não podiam ministrar, pois achavam-se envolvidos pela glória e pelo poder de Deus (IICr 5:13-14). Eles entoavam o salmo que diz: “o Senhor é bom e a sua benignidade dura para sempre” (Sl 136:1).
2. No Novo Testamento. No Novo Testamento, há nada menos que 186 citações dos Salmos. Uma lista extensa poderia ser incluída, enumerando os salmos citados no NT. Apenas para efeito de informação, anotamos os seguintes: Sl 1:1 (Atos 4:25-26); 2:7 (At 13:33; Hb 1:5; 5:5); 4:4 (Ef 4:26); 22:1 (Mt 27:46; Mc 15:34); 40:6-8 (Hb 10:5-7).
3. Para os crentes de hoje. Os cristãos descobriram, ao longo dos séculos, que, no Livro dos Salmos, podem encontrar mensagens de conforto, de paz, de encorajamento, de segurança, de socorro, de amor, de salvação. Todas mui apropriadas para as mais diversas ocasiões da vida.
Dos 150 salmos, há aqueles cuja predileção é inegável. Não se pode negar que o Salmo 23 é um dos mais populares. De igual modo, podemos citar os de números 34,37,40,46,91,121, apreciados até mesmo por não-evangélicos.
CONCLUSÃO
Os Salmos são excelente recurso para a oração. Muitas vezes, sem o percebermos, passamos a nos dirigir a Deus em orações rotineiras e repetitivas. Fazendo uso dos salmos, aplicando-os às nossas necessidades, podemos orar de modo significativo, sob a unção do Espirito Santo que, em última instância, é o inspirador e autor-maior dos Salmos.
QUESTIONÁRIO
1. Qual a origem da palavra salmos?
2. Que outro nome tem o Livro de Salmos?
3. Qual o mais destacado autor do Saltério e quantos salmos escreveu?
4. Em quantos livros se divide o Saltério?
5. Quais os três tipos principais de paralelismos, observados nos salmos?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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