sábado, 27 de dezembro de 2008

O Senhor é o meu Pastor, nada me Faltará

O SENHOR É O MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ
Salmo 23:1-6
INTRODUÇÃO
O salmo 23 é o Salmo do Pastor. É uma canção de fé. O salmista tinha larga experiência como pastor de ovelhas. Num breve texto, ele conseguiu resumir diversos aspectos do cuidado de Deus para com os seus servos, “ovelhas do seu pasto” (Sl 100:3).
I. Os cuidados do Pastor
1. O Senhor como pastor. O salmista tinha em mente o que Jeová-Raá (o Senhor como Pastor) representava para ele. Davi conhecia reis, profetas, sacerdotes, generais etc, mas, para expressar melhor a sua visão de Deus, tomou emprestada a figura de um bondoso pastor de ovelhas, e o seu relacionamento com o rebanho. Davi sabia o que era ser pastor, pois exercera essa atividade quando jovem (Sl 78:70-71). Sabia que Deus é o Pastor de Israel (Sl 80:1); que “ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão” (Sl 95:7; Sl 100:2b; Is 40:11; Ez 34:6-19).
Nós, os que aceitamos a Cristo, também somos comparados a ovelhas, pois Jesus é o nosso Pastor. Ele disse: “Eu sou o bom Pastor...” (Jo 10:11a; 14a). Ver Hebreus 13:20 e 1Pe 5:4).
2. O pastor que provê. O salmista começa, falando do Pastor: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (v.1b). O Senhor é ao mesmo tempo Pastor e também Jeová-Jeré: o Senhor que Prové. Isto fala do cuidado e do amor de Deus para com os seus servos, individual e coletivamente. Ele não deixa faltar nada que seja útil e necessário à vida do crente fiel que se comporta como sua ovelha, buscando obedecê-lo e fazendo a sua vontade. Se o Bom Pastor não nos dá algo é porque, certamente, não é bom para nós. Mas tudo aquilo de que necessitamos para o nosso bem, Ele provê na medida certa e no tempo certo.
3. O pastor que alimenta. “Deitar-me faz em verdes pastos” (v.2a). O bom Pastor não leva o rebanho a alimentar-se em qualquer pastagem. Conhecendo os campos, ele sabe onde encontrar o melhor alimento para as ovelhas. Não lhes dá pasto seco nem contaminado. Na vida espiritual, o Senhor Jesus Cristo, o bom Pastor, nos alimenta com a sua Palavra (Cf Jo 6:32-35; 8:31; 10:9c; 15:7).
4. O pastor que guia. “Guia-me mansamente a águas tranquilas” (v.2c). O pastor cuidadoso leva as ovelhas a se alimentarem nos verdes pastos, diante de águas tranquilas, apropriadas para dessedentar-lhes a sede, ao mesmo tempo em que lhes dá a sensação de paz e descanso. E o faz mansamente. Adiante das ovelhas, Ele as guia “pelas veredas da justiça” (v.3b). As ovelhas são conduzidas em direção à paz e à justiça “por amor do seu nome”. Jesus Cristo, nosso bom Pastor, nos deixou a sua gloriosa paz (Jo 14:27), que “excede a todo o entendimento” (Fp 4:7), e nos deu o exemplo, cumprimendo “toda a justiça” (Mt 3:15).
5. O pastor que dá refrigério. “Refrigera a minha alma” (v.3a). Em meio ao calor sufocante, o pastor procurava lugares altos, onde as ovelhas pudessem sentir o soprar aconchegante do vento suave. Nosso Pastor, Jesus Cristo, nos refrigera a alma. Ele prometeu, e enviou, o Consolador, o Espirito Santo (Cf Jo 14:16-18; 7:37-39).
Quando o crente está desanimado, abatido, sufocado pelas lutas e tribulações, ouve ele o Espirito Santo soprar-lhe aos ouvidos: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus...” (Is 41:10). O Senhor restaura as nossas forças, aliviando-nos da fadiga, do cansaço (Is 40:29). Através do arrependimento e da conversão, “os tempos do refrigério pela presença do Senhor” chegaram até nós (At 3:19).
6. O pastor que dá segurança. O pastor do salmo dá segurança à ovelha, mesmo que ela esteja passando “pelo vale da sombra da morte”. Este vale é uma figura das situações de perigo pelas quais o crente pode passar: doenças, acidentes, agressões ou ameaça de morte. O bom Pastor dá segurança à ovelha, através de três coisas:
a) Através de sua presença, “Porque tu estás comigo”. É o Jeová-Shamá – o Senhor que está presente, no meio de seu povo. O crente fiel, sentindo-se na presença de Deus, não teme mal algum. Jesus, nosso Pastor, prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28:20).
b) Através de sua vara. Em hebraico, vara é shábet, um instrumento de defesa usado pelos pastores de ovelhas para afugentar lobos, leões e ursos. Era uma especie de bastão não muito longo, porém muito resistente. As ovelhas eram contadas, passando por “debaixo da vara” (Lv 27:32). A vara representa a autoridade e o poder do Senhor. Hoje, o que põe o “leão” em retirada é o nome de Jesus (Mc 16:17-18).
c) Através do seu cajado. Segundo Matthew Henry, o cajado é um instrumento distinto da vara. Enquanto esta era mais curta, aquele era mais comprido e delgado, podendo ser até curvado. Com ele, o pastor guia as ovelhas, levanta as que estão cansadas, trazendo-as para junto de si. Jesus, nosso Pastor, cuida de nós com o “cajado” do seu amor. Quando estamos fracos, Ele nos fortalece; quando estamos caidos, Ele nos levanta; quando estamos querendo afastar-nos do rebanho, Ele nos toca com o seu cajado, e nos reconduz “pelas veredas da justiça, por amor do seu nome” (Sl 23:3b).
II. O Hospedeiro Divino
Nos versículos 5 e 6, o cenário muda, e o salmista passa a falar com o Pastor. Davi sente-se como um hóspede honrado e feliz, na casa do hospedeiro divino, desfrutando da segurança, da provisão e da alegria proporcionadas pela Casa do Senhor.
1. Preparando uma mesa farta. O salmista traslada-se, mentalmente, do ambiente pastoril para um cenário doméstico, rico e abundante, em que Deus, o Jeová-Jiré, propicia todo o suprimento necessário ao seu servo, providenciando uma mesa perante ele. É mesa de bênçãos: salvação, paz, alegria, gozo do Espirito Santo, segurança e muito mais.
2. Na presença dos inimigos. Por ironia divina, o Senhor nos prepara a mesa na presença de nossos adversários. Enquanto estes nos desejam a morte, Deus nos dá vida abundante; enquanto nos almejam a queda, Deus firma-nos sobre a Rocha; esta é a mesa que o Senhor nos preparou.
O Bom Pastor, como se vê, leva-nos continuamente à “sala do banquete” (Ct 2:4). E, como está escrito em Provérbios, o que tem o coração alegre tem um banquete continuo (Pv 15:15).
3. Ungindo a cabeça com óleo (v.5b). O bom anfitrião, na Palestina, ungia o visitante com óleo. Era um gesto de honra. Jesus censurou um fariseu, que o hospedara, por não lhe ter ungido a cabeça com óleo (Lc 7:46). No salmo em estudo, o hospedeiro unge a cabeça do hóspede com óleo, ou azeite perfumado, representando a unção de Deus através do Espirito Santo.
4. O cálice transbordando Isso nos fala da alegria transbordante do Espirito Santo. Jesus disse que não nos dá o Espirito por medida. Isto é, de modo mesquinho, racionado (Jo 3:34). Ele promete bênçãos sem medida (Ml 3:10). Ele veio para que tenhamos vida com abundância (Jo 10:10). O Senhor prometeu um transbordar de “rios de água viva” do interior do crente cheio do Espirito Santo (Jo 7:38-39).
5. Bondade e misericórdia para sempre
a) A bondade de Deus (v.6a). Bondade é a qualidade daquele que é bom. Deus, o hospedeiro divino, retratado no salmo em estudo, reflete em si a bondade absoluta. O Senhor é bom e reto (Sl 25:1). A Palavra nos manda provar e ver que “o Senhor é bom...” (Sl 34:8). Ele é bom para os que nele esperam (Lm 3:25). A bondade de Deus excede a tudo o que se possa entender a respeito dessa qualidade. É sinônimo de benignidade, de beneficência (Cf. Ne 9:17; Sl 17:7; 106:4; 119:64).
Davi, vendo-se como hóspede na Casa de Deus, tinha a certeza de que a sua bondade não seria somente por um dia, mas para sempre. Jesus, nosso Senhor e Salvador, prometeu estar conosco de igual modo: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos”. (Mt 28:20).
b) A misericórdia de Deus. O salmista tinha a convicção de que a bondade e a misericórdia do Senhor o acompanhariam por todos os dias de sua vida (v.6a). Ele via a compaixão de Deus pelos seus servos em suas dores e lutas. Ter misericórdia é sentir a miséria alheia. Ninguém melhor que Deus para se compadecer de nós. Ele está sempre ao nosso lado quando enfrentamos dificuldades seja na vida espiritual, seja na familiar, pessoal, financeira, ou na saúde etc.
A misericórdia de Deus é tão grande que, enquanto visita a maldade dos pais nos filhos até à quarta geração. Ele faz misericórdia em milhares de gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos (Êx 20:6). Deus é misericordioso e compassivo (Sl 103:8). A misericórdia de Deus é tão grande que se eleva até os céus (Sl 57:10) e dura para sempre (Sl 100:5). Nós, hoje, pela graça de Deus, contamos com a sua eterna misericórdia. Ele viu a nossa miséria quando andávamos desgarrados como ovelhas que não tem pastor (Mt 9:36; 6:34), e nos amou tanto que enviou o seu Filho unigênito para morrer em nosso lugar (Jo 3:16).
Conclusão
O Salmo 23, um dos mais conhecidos, lidos e recitados, em todos os tempos e lugares, tem mensagens profundas para o nosso viver. Se nos colocarmos na condição de ovelhas do seu pasto, Ele será sempre o nosso Pastor “e nada nos faltará”. Se confiarmos no seu cuidado e proteção, Ele será sempre o nosso querido anfitrião, preparando-nos uma mesa farta, com todo o provimento necessário à nossa vida espiritual e material. É uma grande bênção poder recitar o Salmo 23, conhecido como o Salmo do Pastor. Contudo, mais importante, é conhecer o Pastor do Salmo e ter intimidade com Ele.
Questionário
1. Qual a expressão, na lingua hebraica, que identifica o Senhor como o Pastor?
2. Na vida espiritual, com que o Senhor Jesus nos alimenta?
3. Através de que o Bom Pastor nos dá segurança?
4. Nos versiculos 5 e 6, que outra figura o salmista usa para identificar o Senhor?
5. Que representa para nós a unção da cabeça com óleo de que fala o Salmo 23?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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