sábado, 27 de dezembro de 2008

A Vitória de Cristo e o seu Domínio sobre as Nações

A VITÓRIA DE CRISTO E O SEU DOMÍNIO SOBRE AS NAÇÕES
Salmo 2:1-12
INTRODUÇÃO
O salmo segundo é um cântico messiânico. Nele, vê-se a vitória de Cristo, o Ungido de Deus, sobre as nações rebeldes e a implantação do seu Reino Eterno. Este salmo pode ser melhor compreendido, se visto em quatro cenários, a cada três versiculos.
I. A Rebelião das nações
1. Contra Deus
a) A pergunta irada de Deus. “Porque se amotinam as nações... Os reis da terra se levantam, e os principes juntos se mancomunam contra o Senhor...?” É uma pergunta irada contra o absurdo da natureza humana, no seu atrevimento em levantar-se contra o Deus Todo-poderoso!
b) A origem da rebelião. Trata-se de um prolongamento da rebelião iniciada nos céus, por Lúcifer. O adversário de Deus e de seu povo, não podendo lutar diretamente contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores, sempre procurou, ao longo dos séculos, encontrar lugar no coração dos homens, levantando-os contra a soberania de Deus, contra suas leis e principios.
c) A imaginação vã dos povos (v.1b) Os povos e seus governantes, tanto no passado quanto no presente, sempre deram lugar a imaginações vãs contra Deus. Filósofos e até teólogos chegaram a “decretar” a morte de Deus! É como se o vaso pudesse ter argumentos contra o oleiro (Is 29:16-17).
Na Espanha, o imperador romano, Diocleciano, mandou erigir um monumento, no qual se inscreveu: “A Diocleciano, máximo Hércules de César Augusto, por ter estendido o Império Romano de Leste a Oeste, e por ter apagado o nome dos cristãos”. É “o caso entre os outros cacos de barro” (Is 45:9), contendendo com o oleiro.
2. Contra o Filho de Deus
a) “Rompamos suas ataduras e sacudamos suas cordas” (v.3). O Evangelho de Cristo trouxe ao mundo a mensagem que liberta o homem do pecado, do diabo, mas que, ao mesmo tempo, liga o homem a Deus, através de ataduras espirituais, de cordas de amor. “Tomai sobre vós o meu jugo...porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11:29-30). Em lugar do jugo de Cristo, as nações preferem o julgo do pecado.
b) Os sistemas mundiais contra Cristo. A última parte do versiculo 2 do Salmo diz: “...e contra o seu ungido”. Não podia ser diferente. Os sistemas das nações estão arregimentados contra o Ungido de Deus. É que as nações rejeitaram e rejeitam a Jesus Cristo como o seu Senhor. Todos os sistemas do mundo estão se preparando para servir o Anticristo. Ver Jo 15:18; At 4:26-27.
3. Contra a igreja. A rebelião das nações contra Deus e contra o seu Ungido vem materializando-se de forma sistemática e cruel contra a Igreja de Cristo. Nero (66 a 68), Marco Aurélio (161 a 180 a.D.), Septímio Severo (202-211), entre outros imperadores romanos, mataram muitos cristãos, lançando-os às feras, trucidando-os, queimando-os vivos etc. Hoje, nos países muçulmanos, a Igreja é ferozmente perseguida.
II. A Resposta de Deus à Rebelião das Nações
No segundo cenário, vemos a maneira pela qual Deus responde à rebelião das nações.
1. Deus responde, rindo (v.4a). “Aquele que habita nos céus se rirá”. É algo um tanto inusitado para nós, que fomos ensinados a ver Deus sempre sério, severo, de semblante grave e circunspecto. Mas, diante do ímpio, dos rebeldes, Deus se ri (Sl 37:13; Sl 59:8).
2. Deus responde, zombando (v.4b). “...o Senhor zombará deles”. Deus não se ri nem zomba daqueles que o honram. Mesmo diante da morte do pecador, Deus não se ri nem zomba (Ez 33:11). Entretanto, diante dos seus inimigos, diante daqueles que deliberadamente se levantam contra Ele, Deus não somente se ri, mas zomba deles.
3. Deus responde com ira (v.5). “Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá”. Deus contempla a rebelião das nações, e começa a rir. Ele não se deixa escarnecer (Gl 6:7). Dos imperadores que perseguiram os cristãos, praticamente todos tiveram morte cruel. De um, os olhos saíram da órbita; outro foi estrangulado, ainda outro morreu afogado; dois suicidaram-se, cinco foram assassinados pelos seus servos. Jujião, o apóstata, levantou a espada para o céu, desafiando o Filho de Deus, a quem chamava, zombando, de “o Galileu”. Mas, quando caiu moribundo, gritou para os céus: “Tu venceste! Tu venceste, Galileu!” Deus se ira! “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31). Ver Isaías 40:15,17.
III. O Reinado do Messias
1. Sua primeira manifestação. “O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei”. A expressão refere-se, literalmente, a dar à luz um filho. Nos países orientais, referia-se à apresentação do filho do rei ao povo. Espiritualmente, porém, é uma referência a Cristo, o Filho de Deus. Em Marcos 1:1., lemos: “Principio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Trata-se, pois, de uma visão da proclamação de Cristo “como Filho de Deus e à sua unção como profeta, sacerdote e rei” (Nota da BEP, p. 818).
2. Seu cumprimento escatológico (vs. 8-9). No terceiro cenário, vemos o Reino Messiânico que será implantado após a segunda etapa da volta de Cristo. Na primeira fase de seu segundo advento, Ele será recebido apenas por aqueles que o aceitaram como Rei. Mas, na segunda fase. Jesus há de ser reconhecido por todos como o Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Todos hão de se submeter ao seu senhorio. Todos, sem exceção! As nações mais rebeldes e contumazes hão de se curvar diante do cetro do Filho de Deus.
3. Jesus reinará sobre todas as nações (v.8). “Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão”. Este é o oferecimento legitimo do Senhor de toda a Terra ao seu Filho, ao seu Ungido. A promessa do domínio universal de Cristo cumprir-se-á quando da implantação do Reino Milenial (Zc 9:10; Dn 2:34-35; 44-45).
4. O juizo implacável de Cristo sobre as nações (v.9)
a) A vara de ferro. “Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro”. Normalmente, um rei não usa vara ou cetro de ferro, que é material inferior, mas de puro ouro. Contudo, no texto em apreço, vemos que Cristo, para esmagar o poderio das nações, usará uma força implacável, representada pela “vara de ferro”: um instrumento de castigo e juízo sobre todos os reinos e nações rebeldes.
b) A fragilidade das nações. As nações serão esmigalhadas como se fossem vasos de barro sob o peso do juízo divino. Apesar de seu poderio bélico, econômico, politico e tecnológico, elas serão destruidas pela força do braço do Senhor. Conforme viu Daniel, todos os reinos serão espalhados como a “pragana das eiras no estio, e o vento os levou...” (Dn 2:35). Nem o Anticristo com todo o seu esquema poderá evitar que isto se suceda. Ele também será fragorosamente derrotado pelo Ungido de Deus.
IV. A Conclamação de Deus às Nações
No último cenário do Salmo 2. Deus, em sua infinita misericórdia, conclama as nações rebeldes a obedecê-lo, dando prova de reverência, honra e respeito àquEle a quem odiaram durante tantos séculos. Esta conclamação é apresentada em cinco exortações distintas:
1. Exortação à prudência. “Agora, pois, ó reis, sede prudentes” (v.10a). O Rei dos reis, como que lhes dando “um puxão de orelhas”, diz aos governantes: “Sejam prudentes, tenham juízo”. É uma lição para quem deseja realmente servir a Deus; devem fazê-lo com redobrada prudência e não de qualquer maneira.
2. Exortação ao aprendizado divino. “...deixai-vos instruir, juízes da terra”. Os juízes e os magistrados são chamados à responsabilidade. São intimados a deixarem-se instruir pelo Senhor. Jesus convida a todos a aprenderem com Ele (Mt 11:29).
3. Exortação a temer a Deus. “Servi ao Senhor com temor...” (v.11a). As nações rebeldes, derrotadas por Cristo, são convocadas a prestarem serviço com temor ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, que terá o dominio universal.
4. Exortação à alegria. “...e alegrai-vos com tremor” (v.11b). Deus quer que o sirvamos com temor, mas também com alegria (Sl 100:2). Mas não é uma alegria qualquer. É um misto de alegria e temor. É a alegria reverente e a reverência jubilosa.
5. Exortação à adoração ao Senhor Jesus. “Beijai o Filho para que não se ire...” (v.12). Quem o odiava, terá de beijá-lo. Trata-se de um sinal de reverência, de respeito, de consideração. Os cristãos dos primeiros séculos usavam o beijo (ósculo) santo (1Co 16:20; At 20:37). As consequências para os que não se dispuserem a beijar o Filho será a morte, o furor e a ira do Todo-poderoso (v.12c).
Conclusão
O Salmo 2 mostra-nos, acima de tudo, que toda a rebelião contra Deus será esmagada pelo poderio irresistível do Reino Eterno de Cristo, o Filho Ungido de Deus. Só haverá um escape para as nações: beijar o Filho, ou seja, honrar a Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Questionário
1. Como podemos classificar o Salmo 2?
2. Qual a origem da rebelião das nações contra Deus?
3. Como Deus responde à rebelião das nações?
4. Quando Jesus reinará sobre todas as nações?
5. Quais as exortações de Deus às nações rebeldes?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

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