sexta-feira, 9 de julho de 2010

ANJOS uma perspectiva biblica e atual (Parte 10)

DISCERNINDO OS ESPIRITOS ENGANADORES
1Timóteo 4:1-10

Introdução
Indubitavelmente estamos vivendo “nos últimos tempos” da Igreja na Terra. Todos os sinais que precedem a vinda de Cristo para o arrebatamento estão tendo o seu cumprimento cabal. Entre eles, a apostasia da fé promovida por Satanás e seus demônios. Satanás tem comissionado demônios como os “espiritos enganadores”, que se intrometem ardilosamente no meio do povo para enganar. Entretanto, o Espirito Santo revela os ardis e expõe as obras de engano do diabo.

I – Expondo os Espiritos Enganadores à Luz da Palavra de Deus
1.Paulo reforça a revelação do Espirito Santo. Paulo começa declarando: “O Espirito expressamente diz...” O contexto dessa escritura desvenda o “mistério da piedade”. A Igreja é uma demonstração do “mistério da piedade”. Jesus Cristo é a revelação desse “mistério”, mas a Igreja é o seu agente demonstrador. A Igreja está na Terra para sustentar essa revelação contra os poderes do mal. A Igreja é, portanto, “coluna e firmeza da verdade”. Na verdade, são dois os misterios sobrenaturais: o de Deus e o do diabo. Os dois misterios são propagados por agentes humanos. O primeiro opera a salvação, o outro, a condenação. O primeiro é revelado pelo Espirito, na Palavra, para a efetuação da obra salvadora, o outro serve-se de “espiritos enganadores” para desviar as pessoas da salvação.
2.A operação do misterio da injustiça. A expressão “ultimos tempos” equivale a do apóstolo Pedro em sua mensagem no dia de Pentecostes, em Atos 2:17, ao referir-se aos “ultimos dias”. A biblia, em 1Tm 4:1, mostra que Satanás opera e manifesta o mistério da iniquidade nos últimos tempos, quando a operação seria muito mais forte. Os “espiritos enganadores” produzirão prodigios e sinais para impressionar as pessoas. Os espiritos do engano envolverão a muitos e com certa facilidade, e as pessoas envolvidas tornar-se-ão instrumentos de iniquidade e engano sob o comando de Satanás. Os crentes em Cristo sofrerão pressões espirituais tremendas, mas o Espirito Santo irá operar no seio da Igreja, tornando-a apta para enfrentar os espiritos de engano (2Pe 3:1-4; 1Jo 4:1-4).
3.A possessão por espiritos enganadores. O texto de 1Timóteo 4:1-4 indica que os “espiritos enganadores” são demônios que atuam e influem sobre pessoas que se permitem ser usadas por eles. De fato, por alguma forma de sujeição demoniaca, esses espiritos apossam-se de tais pessoas, as quais a Biblia identifica como “homens maus e enganadores...enganando e sendo enganados” (2Tm 3:13; 2Jo 7; 2Pe 2:1). Assim, entendemos que aqueles que se colocam a serviço de Satanás para propagar doutrinas falsas e negar as verdades divinas são, indiscutivelmente, possuidos por esses espiritos demoníacos.
4.A caracterização das atividades dos espiritos enganadores. “Apostasia” significa negação e abandono da fé cristã. O apóstolo, já naquela época, percebia alguns sinais tipicos do ataque sorrateiro dos espiritos de engano. O texto diz que certas pessoas desqualificadas espiritualmente se deixariam levar pelos espiritos enganadores, tornando-se agentes do engano, pois obedeceriam a esses espiritos. Além disso, estariam constantemente sob a influência desses espiritos. Se o “misterio da piedade” é a revelação de Cristo e das doutrinas básicas do Cristianismo, o “mistério da injustiça” é a disseminação das doutrinas de demônios. As doutrinas demoniacas visam interferir e desviar a mente dos cristãos das doutrinas cristãs fundamentais. Os espiritos de engano desenvolviam falsos conceitos de santidade, induzindo os incautos a acreditar que poderiam ser salvos mediante a obediência a esses conceitos. Coisas como a “proibição do casamento” e a “abstinência de alimentos”. Tenhamos cuidado com os defensores de regras carentes de base biblica, os quais desejam dominar os sentimentos e os corações das pessoas por procedimentos antibiblicos.

II.Modos de agir dos espiritos enganadores
1.Eles induzem os cristãos ao auto-engano. Quantos crentes vivem escravizados a certos comportamentos que ofendem ao Espirito Santo, ferem a Palavra de Deus e levam os mesmos crentes a serem enganados por suas próprias ideias.
a) Enganam-se a si mesmos os que ouvem a Palavra e não a praticam. Tiago escreve: “Pelo que, rejeitando toda imundicia e acúmulo de malicia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas. E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos” (Tg 1:21,22). Para rejeitar a imundicia e a malicia, o cristão precisa desenvolver sua capacidade de percepção ao perigo. É um erro doutrinario julgar a Palavra de Deus pelas emoções. O correto é sempre julgar nossas experiências pessoais à luz da Biblia. Torna-se enganosa a atitude daqueles que criam doutrinas pseudo-espirituais baseadas em palavras de profetas ou visionários, ou pela interpretação isolada de textos das Escrituras. Os espiritos enganadores procuram seu ponto de apoio em mentes vulneráveis ao auto-engano.
b) Enganam-se a si mesmos os que se colocam acima do pecado. Diz o apóstolo João: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (1Jo 1:8). O autor não está se referindo à pena do pecado de outrora, da qual o cristão já foi perdoado no Calvário, mas à condição presente. Porém, independente da nossa condição de salvos da pena do pecado, ainda há em nós o estigma do velho homem, que precisa ser dominado diariamente. Por isso ninguém pode negar a condição de pecador, ainda que remido. Se dissermos que não temos pecado, somos vitima do auto-engano. Entretanto, se pecarmos, também temos o sangue de Jesus Cristo, que nos purifica de todo o pecado (1Jo 1:7). Mas devemos estar atentos, porque é neste ponto que os espiritos enganadores induzem o crente a enganar-se a si mesmo.
c)Enganam-se a si mesmos os que acham que não colherão o que semearam. Quando um cristão tem consciência da lei da semeadura, ele toma precauções com o tipo de semente que plantará durante sua vida. Paulo escreve aos gálatas o seguinte principio: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Nossa mente pode tornar-se um campo aberto para as incursões do inimigo, que lançará sementes daninhas e perniciosas quando estivermos descuidados. Jesus ilustra muito bem esse principio na sua parabola acerca do joio (Mt 13:24-30). Às vezes pensamos que o principio da semeadura não é para nós, crentes. Mas isto pode ser um auto-engano, pois o que semearmos certamente colheremos (Gl 6:8). Quando o rei Davi pecou, mesmo tendo sido posteriormente perdoado, não pode evitar as consequencias danosas das sementes más que havia plantado (2Sm 11; Sl 51:1-19).

2.Eles promovem falsos ensinadores no meio do povo de Deus. O apóstolo Paulo declara que esses espiritos de engano atuam sobre “os filhos da desobediência” (Ef 2:2), uma referência aos cristãos nominais dominados pelos impetos da carne, que mais facilmente assimilam doutrinas de demônios. Paulo não está afirmando que tais pessoas falam sobre demônios, mas que ensinam doutrinas de demônios. Essas pessoas se constituem agentes diretos dos espiritos enganadores. Sob a influência do espirito do erro, elas fazem desviar da fé cristã os irmãos frágeis levando-os a aceitar doutrinas demoniacas. Suas consciências ficam cauterizadas, e por isso não tem nenhuma sensibilidade ao Espirito de Deus. Sob o manto da hipocrisia, cultivam uma falsa aparência de religiosidade e ensinam mentiras acobertadas por falsos conceitos cristãos.
a) Cuidado com os falsos profetas. Geralmente, esses falsos ensinadores se escondem atrás da máscara de falsas profecias. O apóstolo Paulo teve o cuidado de ensinar sobre o assunto, com estas palavras: “Não extingais o Espirito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal” (1Ts 5:19-22). Ora, não devemos menosprezar as profecias, mas precisamos ter o cuidado de só aceitar a profecia que tenha base na Palavra de Deus. A falta de uma convivência mais seria e racional com a Palavra tem tornado as igrejas locais muito vulneráveis aos espiritos enganadores. É triste quando percebemos igrejas e ministros dirigidos por pseudoprofetas tratados como superiores à própria Palavra de Deus. É tempo de colocarmos esse “dom de profecia” na sua verdadeira perspectiva eclesiástica e biblica.
b) Provai os espiritos. Precisamos aprender a discernir o fato e o verdadeiro. Paulo ensina que devemos “provar os espiritos”, para ver se são de Deus ou não (1Jo 4:1). O apóstolo João já percebia em sua época a ameaça dos falsos ensinadores que se abrigavam no seio da igreja e, com fingida espiritualidade, introdiziam falsas doutrinas – doutrinas de demônios. Toda doutrina precisa ser testada à luz do ensino geral das Escrituras, e não segundo ideias particulares de quem quer que seja. Se alguém se diz autorizado pelo Espirito Santo a ensinar qualquer coisa, sem o respaldo da Palavra, o mesmo deve ser provado. Por isso a Biblia ordena: “Provai se os espiritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se tem levantado no mundo” (1Jo 4:1).

Questionário
1.Quanto ao “mistério da piedade”, em que consiste a revelação deste, e quem é o seu agente demonstrador?
2.Através de quem Satanás trabalha para desviar as pessoas da salvação.
3.Como a biblia identifica as pessoas possuidas por espiritos enganadores?
4.Se o “mistério da piedade” é a revelação de Cristo e das doutrinas básicas do Cristianismo, o que vem a ser o “mistério da injustiça”?
5.Quais as duas precauções que devemos tomar contra os falsos ensinadores?
(EXTRAÍDO da revista “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos – ANJOS uma perspectiva biblica e atual)

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