quinta-feira, 8 de julho de 2010

ANJOS uma perspectiva biblica e atual (Parte 05)

SATANÁS, SUA ORIGEM E QUEDA
Isaías 14:12-17; Ezequiel 28:13-15

Introdução
Nas lições anteriores, estudamos acerca dos anjos que servem a Deus. A partir desta lição estudaremos a respeito dos anjos que servem a Satanás. Nada melhor para entender esse assundo do que começar por Santanás, sua origem e queda.

I.O Estado Original de Satanás
O texto de Ezequiel é uma profecia com sentido duplo. Inicialmente, os primeiro dez versiculos falam do “principe de Tiro” para referir-se ao seu orgulho que o levou a exaltar-se qual divindade. Por isso, o seu julgamento foi inevitável. Em segundo plano, a profecia tem uma referência direta a Lúcifer.
1.A relação figurada com o rei de Tiro (Ez 1-10).
a) Quem é o rei ou o principe de Tiro. Nos primeiros dez versiculos, o rei de Tiro é apresentado literalmente como alguém conhecido na história como Thobal (ou Ithobaal II) que reinou em 586 a.C. Naquele período, Thobal, como rei de Tiro, uma cidade-reino, encheu-se de orgulho e presunção, imaginando-se um deus. Há uma relação nos títulos “principe” e “rei”, porque se trata do mesmo personagem. A linguagem profetica é que faz a distinção.
No versiculo 2, o profeta fala do “principe de Tiro” e no versiculo 12 fala do “rei de Tiro”. Na primeira parte quando fala do “principe”, apresenta-o como um homem vaidoso e presunçoso, que se imaginava um deus. Porém, o texto quando fala do mesmo personagem no versiculo 12, passa a ter um sentido mais espiritual, e desse modo, entende-se que se trata, comparativamente, de outro rei, chamado Lúcifer, influenciador espiritual do principe literal. Thobal, o principe, imaginava a sua cidade como inexpugnável por estar construida sobre uma rocha.
b) A arrogância do rei de tiro. Nos versiculos 2 a 5, o profeta condena o arrogante e blasfemo “principe de Tiro” pelo fato de imaginar-se “um deus” e de julgar-se conhecedor de todos os segredos da vida. “O principe” imaginava ter a mente de Deus e afirmava: “Eu sou Deus” (Ez 28:2,9).
2.Algumas caracteristicas originais antes da queda (Ez 28:12-16). O texto indica que Lúcifer era possuidor de elevada distinção e detentor de honrosos titulos e posições, conforme destacaremos a seguir:
a) “o aferidor da medida” (v.12). A palavra “selo” (aferidor) é uma tradução fiel do original hebraico, porque significa que ele era a imagem perfeita da criação divina e uma imagem refletida em si mesmo que lhe conferia o privilégio de ser a mais bela e inteligente criatura de Deus (v.12). Nele se encontrava a medida perfeita da criação daquilo que Deus queria.
b) “estava no Éden, jardim de Deus” (v.13). A menção sobre pedras preciosas existentes no jardim do Éden tem um sentido figurado para ilustrar os privilégios dessa criatura chamada Lúcifer, personificada no texto como “o rei de Tiro”. O ornamento de pedras preciosas desse personagem indica a grandeza e a beleza de sua aparência. Era um tipo da glória tipificada e representada por Lúcifer antes da queda.
c)“no dia em que foste criado” (v.13). É importante essa expressão porque declara que Lúcifer é um ser criado por Deus. Como criatura de Deus não lhe dava o direito de imaginar-se tão superior a ponto de querer ser igual a Deus.
d) “querubim ungido para proteger” (v.14). Na descrição profética de Ezequiel, Lúcifer pertencia a mais alta classe de seres angélicos. Sua relação com Deus manifestava-se em sua função especifica de proteger o trono de Deus. Esse ministério de proteção dos querubins tem a ver com a incumbência de preservar toda a criação divina (Gn 3:24; Ex 25:17-20; Sl 80:1).
e) “perfeito eras nos teus caminhos” (v.15). A frase tem na conjugação verbal do verbo ser no passado “eras”, a história antiga de Lúcifer, como alguém que escondia em seu interior a iniquidade da vaidade e do orgulho.
II. Nomes e Titulos Pessoais
1. Lúcifer. Esse nome não aparece literalmente na Biblia. Na linguagem figurada de Isaías 14:12, o nome Lúcifer aparece vinculado a expressão “filho da alva”. Os babilônicos criam que os astros celestes ou estrelas fossem seres angélicos, por isso, “um filho da alva” representava a primeira luz da manhã, e Lúcifer, em seu primeiro estado possuia esta característica.
2. Satanás. Esse titulo lhe foi dado após a sua queda da presença de Deus, e significa “adversário” (Zc 3:1; 1Pe 5:8). Foi a partir do momento em que Lúcifer encheu-se de iniquidade e permitiu que a presunção o dominasse que aconteceu a grande tragédia universal. Ele imaginou-se poderoso o suficiente para competir ou mesmo superar o trono de Deus. Lúcifer, então, se fez adversário e oponente constante e implacável contra o Criador. Tornou-se, por isso, um arquinimigo de toda a criação viva de Deus.
3. Diabo. Esse nome é uma transcrição do vocábulo grego diabolos que significa “caluniador, acusador” (Ap 12:10). Essa característica ele demonstrou como uma das suas tarefas mais terriveis e maléficas. Existe uma história onde o diabo calunia e acusa um servo de Deus chamado Jó. Embora esse homem fosse íntegro, o diabo apareceu diante do Senhor para acusá-lo (Jó 1:9-11). Portanto, a Bíblia identifica a diabo como caluniador e acusador dos servos de Deus. Como pai da mentira, ele tenta acusar os servos do Senhor, como se Deus não pudesse perceber as suas mentiras (Jo 8:44). Mas a Bíblia declara que “temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2:1).
4. Belzebu (Mt 10:25; 12:24,27). Esse titulo tinha uma relação com um deus pagão de Ecrom, por nome Baal-Zebub ou Baal-Zebul. No texto grego do NT, esse nome aparece como Belzebu, cuja atribuição dada pelos judeus do tempo de Cristo era o de “príncipe dos demônios” (Mt 10:25; Mc 3:22). Como os judeus usavam esse nome com um tom de escárneo, porque o mesmo referia-se a um ídolo pagão, Jesus, sem reserva nem qualquer pudor, identificou Belzebu como Satanás (Lc 11:18,19; Mc 3:24-27).
5. Abadom (hb) ou Apolion (gr). Essas palavras das linguas hebraica e grega, respectivamente, tem o mesmo sentido na Bíblia e significam “destruidor” (Ap 9:11). Portanto, destruição é uma característica destacada das obras de Satanás. Ele tenta destruir tudo o que é santo e puro, tudo o que é precioso para Deus. De modo especifico, ele aparece no livro de Apocalipse 9:11, como o anjo do abismo, identificado como Abadom ou Apolion.
III. A Queda de Lúcifer
Nos pontos anteriores, analisamos o estado original de Lúcifer e os seus vários nomes, mas agora estudaremos a queda de Lúcifer, porque é o único modo de conhecermos as razões de tantas desgraças no mundo que vivemos.
1. A queda de Lúcifer resultou de sua própria escolha. Deus estabeleceu a sua soberana vontade para ser obedecida e apreciada por seus anjos. Entretanto, a vontade divina não seria obedecida por força, mas livremente. É por esse principio biblico que podemos entender a causa da queda de Lúcifer. A escritura de Isaías 14 é tipológica. A profecia fala do rei Nabucodonosor, um outro rei ilustrado à semelhança de Thobal, rei de Tiro. O que precedeu a queda de Lúcifer foi a sua ilusão e engano acerca do seu próprio poder nas hostes angelicais. Imaginando-se superior a todos os demais anjos criados, pretendeu tomar o lugar do Criador. Cinco afirmativas descritas em Isaias 14:13,14 revelam as pretensões de Lúcifer:
a) “Eu subirei ao céu”. Uma tentativa de estar acima de toda a criação e do próprio Deus.
b) “Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono”. Quando se refere às estrelas de Deus, ele estava falando dos demais anjos criados.
c) “No monte da congregação me assentarei”. O monte da congregação refere-se ao lugar do trono de Deus onde ele queria assentar-se.
d) “Subirei acima das mais altas nuvens”. Mais uma vez, ele revela sua intenção presunçosa de superioridade.
e) “Serei semelhante ao Altissimo”.Aqui estava a mais grave das pretensões de Lúcifer. Ele queria colocar-se em posição unilateral em relação ao Criadopr.
2. A queda de Lúcifer foi inevitável e consequente. Sua avidez irrefreada de querer ser igual a Deus, aguçou o interesse de grande número de anjos que resolveu acompanhá-lo. Por esse ato pecaminoso contra o seu Criador, Lúcifer foi destituido de suas funções celestiais e condenado a execração eterna. Mas ele continua como o instigador do pecado no mundo (Rm 7:14).

Conclusão:
Ao conhecermos a história da origem e queda de Satanás, resta-nos como crentes em Cristo, tratar desse assunto com mais seriedade. Nos dias atuais, a Igreja tem cometido dois graves erros no que tange a essa doutrina: mistificacação e racionalização. Os que mistificam a crença em Satanás, o tratam como se o mesmo fosse “uma energia, uma mera figura espiritual, um bicho peludo”. Os que racionalizam, não desacreditam da Biblia, mas preferem intepretar a realidade pessoal e espiritual de Satanás, como se fosse “uma força negativa da mente” ou coisa semelhante. Mas na verdade, Satanás está vivo, é real, é pessoal e procura influenciar o mundo contra Deus e contra todos os que servem a Deus.

Questionário
1.Qual o primeiro pecado do rei de Tiro a ser denunciado pelo profeta Ezequiel?
2.Qual o nome real do rei de Tiro segundo a história?
3.A quem o rei de Tiro personifica?
4.Das pretenções de Lúcifer em Isaias 14:13,14, qual delas revela sua intenção de superioridade?
5.Qual das carcteristicas pessoais de Lúcifer o levou a cair da presença de Deus?

(EXTRAÍDO da revista “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos – ANJOS uma perspectiva biblica e atual)

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