sexta-feira, 9 de julho de 2010

ANJOS uma perspectiva biblica e atual (Parte 09)

SATANÁS, O AGENTE DA TENTAÇÃO
Mateus 4:1-11

Introdução
No texto base de nossa lição, temos o relato da tentação de Jesus. Nesta luta, o Senhor saiu-se como o grande vencedor, mostrando-nos que, se lhe seguirmos o exemplo, obteremos vitórias igualmente espetaculares.
I – A Tentação de Jesus – Mt 4:1-11
O autor da Epístola aos Hebreus (4:15) diz que Jesus foi tentado em tudo. Essa declaração parece chocar-se com a lógica da Divindade, uma vez que é impossivel que Deus seja tentado ou submetido a tentação. Porém, devemos analisar essa declaração sob a ótica cris-to-lógica que destaca as duas naturezas de Cristo, a divina e a humana.
1.Ele foi tentado em tudo (Hb 4:15). Jesus foi tentado como homem e não como Deus. Era a encarnação do verbo Divino que assumiu completamente a humanidade em seu ser. Ele não era meio-Deus nem meio-homem. Ele era cem por cento Deus e cem por cento homem. Ao despir-se de sua glória divina, Ele submeteu-se a toda experiência humana como homem completo, e foi como tal que ele foi tentado pelo diabo no deserto.
2.Ele venceu a tentação em sua essência. A tentação vem de fora, mas a sua essência pode estar profundamente arraigada no coração das pessoas. A diferença entre Jesus e nós era que Ele não herdou a natureza pecaminosa que herdamos de Adão e Eva. Jesus foi gerado pelo Espirito Santo, mas tinha um corpo como nós. Mas Ele venceu para que também vencêssemos.
3.Por que Jesus foi tentado pelo diabo? John Broadus, em seu comentário de Mateus, página 123, responde a essa questão da seguinte maneira: “(1) Ele daria, pela tentação, prova de sua verdadeira humanidade, de que possuia uma alma humana. (2) Seria parte do seu exemplo a nós. (3) Faria parte de sua disciplina pessoal. (4) Faria parte de sua preparação para ser um intercessor compassivo (Hb 2:18; 4:15). (5) Era parte da grande batalha na qual “a semente da mulher pisaria a cabeça da serpente” (Gn 3:15).
Ao tentar Jesus, o diabo queria convencê-lo a desistir ou a adiar sua missão. O tentador sabia qual era a missão de Jesus, por isso, procurou criar-lhe situações embaraçosas, tentando levá-lo a empregar meios contrarios ao plano divino. Jesus, contudo, não cedeu a nenhuma das insinuações satânicas. Ele não fraquejou, nem tomou atalhos para cumprir sua missão. Do mesmo modo, somos tentados a provocar a ira de Deus e a pecar contra a sua vontade soberana, mas devemos resistir firmes na fé (Tg 4:7; 1Pe 5:8,9).
4.Jesus foi tentado no deserto. Ao final dos 40 dias e 40 noites no deserto, Jesus estava fraco fisicamente. Ele necessitava alimentar-se. O diabo percebendo esse fato, entendeu que seria uma boa oportunidade de induzir a Jesus a pecar contra o Pai. Vendo muita pedra naquele deserto, o diabo procurou despertar em Jesus os instintos basicos do ser humano. As pedras facilmente provocariam a imaginação de um homem faminto. Ele poderia produzir um milagre de transformação daquelas pedras em pão, mas resistiu ao diabo: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4).
Ao colocar em dúvida a identidade divina de Jesus com um “SE”, o diabo estava tentando obrigar a Jesus a mudar o curso da ordem natural das coisas, induzindo Jesus a desobedecer ao Pai. Quantas vezes as nossas tentações começam com um “se” de dúvida, de indução maldosa a prática de coisas impróprias.
5.Jesus foi tentado no pináculo do templo (Mt 4:5,6). Uma das armas do diabo é o orgulho, por isso, tentou provocar tal sentimento em Jesus. Mas esse sentimento não estava no coração de Jesus, porque Ele não herdara a natureza caida de Adão. O diabo queria que Jesus se lançasse do pináculo do templo para que fosse amparado pelos anjos, ocasionando assim a ira do Pai, por estar desviando o curso normal das coisas. Mas Jesus respondeu-lhe imediatamente: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus” (Mt 4:7). Aprendemos com esta tentação de Jesus que devemos ter sempre em mente o senso da vontade de Deus. Nada devemos fazer que contrarie a soberana vontade do Pai Celeste.
6.Jesus foi tentado no alto monte (Mt 4:8-10). Levado a um alto monte onde se podia ver os reinos da terra, o diabo mentirosamente se disse dono de tudo. Ele sabia que havia promessas messiânicas de um reino universal onde Jesus seria o Rei. O diabo sabia, também, que Israel aguardava a restauração do reino, e que o Messias prometido se assentaria no trono de Davi. Jesus era o Rei prometido e esperado. Se Ele cedesse as provocações satanicas, certamente prejudicaria todo o plano divino.
É assim que Satanas opera em nossos dias. Ele procura compelirnos a galgar lugares e posições fora de tempo, a tomar decisões precipitadas e, acima de tudo, a contrariar a vontade de Deus.

II.A Tentação na perspectiva Bíblica
A distinção entre o conceito de tentação e a prática do pecado é perfeitamente clara na Biblia. Se “Jesus foi tentado em todas as coisas, a nossa semelhança” (Hb 4:15), temos de admitir que estaremos neste mundo expostos a tentação. Se ele foi vencedor e não pecou, nós tampouco temos de pecar (1Co 10:13). Por isso, devemos enfrentar o diabo, repudiando-o e refutando suas insinuações.
1.Identificando a base das tentações. Adão e Eva cederam a tentação da “antiga serpente”. O seu pecado trouxe a morte fisica e espiritual. O apóstolo Paulo escreveu aos efésios sobre o estado espiritual da humanidade como estando morta em relação a Deus (Ef 2:1). Essa morte espiritual neutralizou o relacionamento do homem com Deus. Por esta razão, o homem foi desenvolvendo padrões de pensamento e conduta centrados na satisfação do ego. Porém Cristo mudou o curso da vida humana, oferecendo um novo padrão de vida mediante a obra expiatória no Calvário (2Co 5:17).
2.A natureza carnal, campo de atração das tentações. É a “carne” o inimigo que faz o crente tropeçar e viver em acirrado combate, impedindo-o de manter uma vida de santificação. Não se trata do aspecto fisico da carne, mas diz respeito aquela inclinação para a prática de obras más. A “natureza carnal” é o campo de ação do diabo.
A essência da tentação é a tendência ou inclinação para se satisfazer ilicitamente as necessidades fisicas e psicologicas do ser humano. Devemos entender que toda tentação é um convite para se viver independente de Deus.
3.A sedução da tentação. Por que sedução? Porque essa é a forma mais discreta de o diabo induzir-nos ao pecado. As tentações não vem sobre nós para que cometamos pecados como estupros, roubos, assassinatos etc. Geralmente o diabo nos tenta com as coisas que a nossa natureza carnal deseja. Ate onde vai a minha liberdade em Cristo?
Lamentavelmente, muitos cristãos entendem que, por causa da liberdade cristã, estão livres para fazerem o que bem quiserem. Entretanto, não é por esse caminho que ficaremos livres do pecado (Rm 6:14-23).

III.As vias pelas quais somos tentados
há pelo menos três vias de acesso as tentações. Essas vias se manifestam através da natureza pecaminosa do ser humano; são as avenidas que atraem o pecado. Essas três vias estão identificadas na Biblia como: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, conforme a escritura de 1Jo 2:15-17.
1.A primeira via: Concupiscência da carne (1Jo 2:16). Foi através dessa via que Satanás procurou seduzir Jesus quando o Senhor Jejuava no deserto. O desejo da sua carne era comer pão, pois Ele estava há 40 dias sem comer nada. Mas Jesus não se deixou dominar pela sedução de Satanás, vencendo-o pelo poder da Palavra de Deus (Mt 4:3).
2.A segunda via: A concupiscência dos olhos (1Jo 2:16). Por essa via, Satanás conseguiu enganar Adão e Eva. Gênesis 3:1-12 relata de modo claro os passos que levaram o casal a se tornar escravo dos apetites da natureza terrena. (1) Olhou - “vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, e agradavel aos olhos” (Gn 3:6). (2) Desejou - “asrvore desejavel para dar entendimento” (Gn 3:6). (3) Tomou - “tomou do seu fruto” (Gn 3:6). (4) Comeu - “tomou do seu fruto e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3:6). (5) Morreu - “no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17). O fruto proibido parecia-lhes delicioso, mais que todos os outros. Satanás aguçou-lhes esse desejo pelos olhos.
3.A terceira via: A soberba da vida (1Jo 2:16). Por essa via, Satanás procura tentar-nos a sermos independentes de Deus. Ele seduziu a mente de Adão e Eva a desejarem conhecimento superior ao que já tinham: “Vossos olhos se vos abrirão e, sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3:5).
Era uma oferta de Satanás para induzir o primeiro casal ao mesmo erro que ele, o diabo, cometera ao ser expulso da presença de Deus. É um perigo quando o crente acha que não precisa de Deus, e que pode resolver seus problemas sozinho.

Conclusão
Qual o meio de escape das tentações? Talvez não consigamos evitar as tentações, mas podemos neutralizá-las mediante uma vida de oração e consagração a Deus. O apóstolo Paulo nos esclarece que “não sobreveio tentação sobre vós, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis suportar” (1Co 10:13).

Questionário
1.O que diz o autor de Hebreus em 4:15?
2.Qual a diferença entre Jesus e nós?
3.O que nos ensina a tentação de Jesus?
4.O diabo poderia dar a Jesus o que lhe prometeu quando da tentação do deserto?
5.Pode o crente sozinho vencer a tentação?
(EXTRAÍDO da revista “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos – ANJOS uma perspectiva biblica e atual)

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