segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Velho Testamento I (2º Samuel parte 2)

2)A Queda de Davi:
1) O grande pecado de Davi (11-12)
2) A rebelião de Absalão (13-20)

As palavras de Natã, que Davi tivesse dado ocasião aos inimigos de Jeová de o blasfemarem (12:14), tem-se cumprido nos sarcasmos dos incrédulos que zombam de Davi por ter sido chamado “um homem segundo o coração de Deus”. Que Davi fosse um homem segundo o coração de Deus não quer dizer que não tivesse defeitos, mas, sim, significava que era um homem em cujo coração havia um desejo sincero de fazer a vontade de Deus e buscar sua justiça com humildade de atitudes, em contraste com Saul, que sempre buscava o seu próprio caminho Davi cometeu um pecado, porém, com verdadeiro sentimento de justiça de Jeová e de sua própria culpa, ele se arrependeu vestido em saco e banhando-se cinzas.
Há muitas lições importantes que podemos aprender do pecado de Davi: Por mais forte e espiritual que a pessoa seja, se desviar os seus olhos de Deus, estará sujeita a cair. O relato do pecado do maior herói de Israel, sem procurar desculpá-lo, é uma prova forte da origem divina da Bíblia. O mais natural teria sido colocar um véu sobre este acontecimento, se a bíblia fosse apenas um romance mal contado como dizem os escarnecedores. A graça de Deus pode perdoar o mais vil pecado arrependido, pois a Bíblia diz: “Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Tornou Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morreras” (12:13). Tudo o que o homem semear isto também ceifará. A criança, nascida da união pecaminosa de Davi, morreu. Seus dois filhos seguiram-lhe no adultério e um cometeu crime de assassinato. Deus não tolerará o pecado, mesmo que seja de um dos filhos mais amados.
Não se passou muito tempo desde este fatídico acontecimento, para que Davi colhesse o que havia semeado. Seu filho Amnom praticou um ato de imoralidade que levou Absalão a assassiná-lo (13). Davi amava seu filho, mas o temor da opinião publica o fez vacilar em chamá-lo do desterro a que fora sentenciado. Joabe sabendo da luta que havia no coração do rei, entre o afeto e o dever, recorreu ao estratagema descrito no capitulo quatorze. Lá, encontramos a mulher sabia usando de uma conversa hábil, para obter a promessa do rei, de que seu filho que supostamente tinha assassinado o irmão seria perdoado. Ela logo insinuou que se Davi perdoasse a Absalão não estaria fazendo mais do que tinha feito por ela e não podia haver acusação de parcialidade contra ele. O estratagema foi bem sucedido. Porém, os acontecimentos subsequentes provaram que Davi foi imprudente em perdoar Absalão porque mais tarde esse filho se revoltou contra ele.
A decisão imediata de Davi em sair de Jerusalém e colocar o Jordão entre si e os rebeldes foi o ato de um hábil soldado. Em conexão com a fuga de Davi, deve ser lido o Salmo três. Notemos a paciência e humildade de Davi em face do insulto de Simei. Ele vê a mão de Deus em tudo (16:5-12). Aitofel aconselha a Absalão a cometer um ato que tiraria qualquer esperança de reconciliação com seu pai e que obrigaria todos em Israel a manifestar o seu parecer (16:21-23). Esse ato foi um cumprimento de 2Sm 12:12. Aitofel logo aconselhou a Absalão a formar uma pequena força e capturar o pai antes que ele pudesse organizar uni grande exercito. Husai venceu esse conselho sugerindo que Absalão fizesse uma mobilização geral de todo o seu exercito. Isso daria tempo a Davi a passar o Jordão e reunir um grande exercito. Aitofel, prevendo a vitoria de Davi, e a sua própria desgraça, suicidou-se.
A reprovação insolente de Joabe a Davi demonstra que ele não o amava (19:1-7). Era um rebelde de coração. O fato de ter assassinado Absalão tinha feito com que Davi se opusesse completamente contra ele (19:13; 1Rs 2:5).
O Capitulo dezenove mostra alguns tristes fatos: 1) Davi parece ter esquecido o uso e o significado da oração. No desenvolvimento incessante deste capitulo não se menciona nenhuma vez a frase: “Davi consultou ao Senhor”. 2) O resultado foi que o seu afeto egoísta e excessivo para com o filho rebelde apagou o afeto que devia ter demonstrado aos seus valentes e fieis soldados. 3) Perdoou Simei, jurando-lhe por Jeová, um juramento que não devia ter feito (1Rs 2:8,9) quando devia te-lo julgado. 4) Condenou Mefibosete quando devia ter agido com justiça. 5) Recompensou Ziba quando devia te-lo castigado. 6) Apressou-se a ir a Jerusalém sem dar tempo aos chefes e soldados das tribos do norte de o ajudarem na restauração. Dessa maneira ocasionou o derramamento de sangue e a miséria que se seguiu no capitulo seguinte. 7) A tribo de Judá mais uma vez foi a primeira a dar as boas-vindas a Davi. Chegará o tempo em que Israel e Judá darão boas-vindas ao Filho de Davi (19:11-15; Zc 12:10; Mt 23:39).
A preferencia de Davi pela tribo de Judá resultou em uma guerra civil. O homem de Deus nunca deve por os seus interesses familiares acima dos interesses do Reino de Deus. Na verdade esta atitude de Davi deu inicio, mais tarde, a divisão do seu reino no governo do seu neto Roboão (19:41-20.2; 1Rs 12:16-24).

Nenhum comentário: