sábado, 14 de novembro de 2009

Cativeiro babilônico

2Crônicas 36:9-20
Como brasileiros, nossa experiência com a guerra felizmente se limita à literatura. Somos um pais pacifico. Mal podemos imaginar o que seria uma invasão militar em nossa cidade. Mas foi isso que ocorreu com Jerusalém. O ataque e o cativeiro babilônico sobrevieram ao reino do Sul como medida extrema da parte de Deus para que o povo reconhecesse o Seu poder e voltasse a servi-lo de todo o coração. Não foi simplesmente um castigo mas, acima de tudo, um meio para que, através do sofrimento, os judeus se curassem da idolatria, Jr 46:27,28. Vejamos como ocorreu o cativeiro.
I.Origem do império Babilônico
A Babilônia não era apenas uma cidade mas, inicialmente, uma importante provincia do grande Império Assirio, situada na Mesopotâmia, região entre os rios Tigre e Eufrates.
a) Periodo de glória. Depois de conseguir sua independência, aliou-se aos medos e atacou a capital assiria, Ninive, em 612 a.C., arrasando-a completamente. Empreendeu outras conquistas na região, inclusive sobre Judá, e se tomou uma potência mundial: o imperio babilônico.
O Rei Nabucodonosor era o grande soberano, com vasto dominio. Fez da cidade de Babilônia a mais poderosa fortaleza do mundo, adornada de esplendores e belezas jamais ultrapassados. Seus famosos jardins suspensos foram contados entre as sete maravilhas do mundo antigo.
b) Periodo de decadência – Os sucessores de Nabucodonosor já não tiveram o mesmo pulso e o império babilônico começou a debilitar-se. Esse império fora usado por Deus para castigar o reino do Sul por causa de sua idolatria. Mas enfrentou, em seguida, o terrível juízo do Todo-poderoso, Jr 25:12 e Dn 5:3-6. Outro vizinho se torna mais poderoso e se levanta: os persas. E, em 539 a.C., a Babilônia é invalida pelo grande conquistador persa. Ciro. O império babilônico chega ao fim e agora é a vez dos medos e persas dominarem o mundo antigo, Dn 5:28.
II.O Cativeiro Babilônico
O cativeiro babilônico iniciou-se com as investidas de Nabucodonosor sobre o reino do Sul. Durou 70 anos e, quando terminou, o imperio babilônico já não existia. Um novo imperio havia se levantado: o medo-persa, 2Cr 36:20.
a) A destruição de Jerusalém, 2Cr 36:17-20. Em 586 a.C., os babilônicos entraram na cidade de Jerusalém, através de uma brecha feita nas muralhas, 2Rs 25:3,4. Zedequias, o último rei de Judá, tentou escapar mas foi capturado e levado a Ribla, onde teve seus olhos vazados Dali, foi levado para a Babilônia, 2Rs 25:5-7. As muralhas de Jerusalém foram derrubadas. As principais casas e os palacios foram incendiados. Os utensilios da casa de Deus e todos os tesouros que havia nos palácios foram levados pelos invasores. O templo, que era o orgulho e a glória dos judeus, foi reduzido a cinzas, 2Rs 25:9-10; 2Cr 36:18-20. Nabucodonosor foi impiedoso, 2Cr 36:17. Uma parte do povo morreu à espada e o restante foi levado para o cativeiro, 2Cr 36:20; Jr 52:8-30.
b) A vida em Judá, após o ataque – Era triste a situação dos que ficaram em Jerusalém e região. Só os habitantes mais pobres foram deixados em meio às ruinas de sua terra, Jr 39:10. Alguns judeus, que haviam fugido durante a investida de Nabucodonosor, voltaram a residir em Judá e a cultivar a terra, Jr 40:11,12. Gedalias governou sobre eles, 2Rs 25:22.
Muitos judeus fugiram para o Egito, Jr 42:18; 43:5-11, apesar das advertências de Jerusalém, que também havia ficado em Judá, em cumprimento à Palavra de Deus, Jr 15:11; 40:2-4. Desse modo a Palavra do Senhor foi mais uma vez desobedecida e a terra ficou deserta.
c) A vida no exilio – A forma como os babilônios trataram seus vencidos foi muito diferente da dos assirios. Os assirios espalhavam os cativos por terras estrangeiras, fazendo-os perder sua identidade; os babilônios conduziram seus cativos para a capital do Império e permitiram-lhes morar em colônias e gozar de certa liberdade tanto politica como religiosa. Muitos judeus, no exilio, dedicaram-se ao comércio, à agricultura, tornando-se ricos e prósperos. Alguns alcançaram prestigio e alta posição politica, Dn 2:8,49; 6:1-3.
III. Dois importantes profetas do Exílio
Com o estudo desse fundo histórico fica mais fácil entender que os profetas desempenharam função importantissima para que as medidas disciplinares do cativeiro obtivessem êxito e a restauração fosse possivel.
a) Ezequiel profetiza no vale de ossos – Foi vocacionado para exercer o ministério profético antes da queda definitiva de Jerusalém. Sua mensagem, inicialmente, foi idêntica à que Jeremias havia anunciado: a destruição inevitável do reino do Sul, Jr 15:1,2: Ez 14:14,20. Talvez por causa do perigo que tais mensagens representavam, a linguagem de Ezequiel é cheia de alegorias. Ele relatava as visões de forma dramatizada. Às vezes, pareciam muito estranhas. Por exemplo, para anunciar a invasão da cidade por Nabucodonosor, Ezequiel abriu uma brecha no muro e, por ali, saiu com sua mudança, Ez 12:3-7.
Após a destruição de Jerusalém, Ezequiel voltou sua atenção para as esperanças do futuro. Uma de suas mais comoventes mensagens de restauração foi a visão do vale de ossos secos, Ez 37:1-14. Ezequiel não hesitou em anunciar que, assim que os judeus compreendessem o que havia ocorrido e se submetessem à vontade de Deus, o milagre da restauração se concretizaria, Ez 43:7-9.
b) Daniel – profeta e estadista – Registrou na última metade de seu livro diversas visões acerca dos acontecimentos futuros. Sua autoridade profetica decorre do compromisso intenso e sincero com Deus, Dn 1:8; 2:20-22 e 6:10. Daniel acompanhou o cumprimento das profecias biblicas, Dn 9:2, e confortou seu povo com mensagens de restauração da parte de Deus, Dn 9:24, 12:2-3.
(EXTRAÍDO da revista de estudos bíblicos “ALELUIA”).

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