sábado, 27 de dezembro de 2008

A Confissão dos Pecados e o Perdão Divino

A CONFISSÃO DOS PECADOS E O PERDÃO DIVINO
Salmo 51:1-13
INTRODUÇÃO
Por não ter vigiado, Davi caiu em pecado de adultério. Como um abismo chama outro abismo, ele ainda foi levado a mentir, enganar e a cometer homicídio. Mas como tivesse humildade para reconhecer o seu erro diante de Deus, foi perdoado. Mas até o fim de sua vida, sofreria os efeitos daqueles minutos de prazer pecaminoso.
I. Quem era Davi
1. Um homem ungido. O jovem pastor, filho de Jessé, foi ungido rei, em lugar de Saul (1Sm 16:13a). Após a unção, “...o Espirito do Senhor se apoderou dele” (1Sm 16:13b).
2. Um homem corajoso. Cheio do poder do Espirito Santo, foi protagonista de uma vitória considerada impossível. Venceu o gigante Golias, o campeão dos filisteus (1Sm 17:50).
3. Um homem cheio do temor de Deus. Não obstante ter oportunidade de tirar a vida de seu perseguidor mortal, o desviado Saul, Davi poupou-lhe a vida por respeitar a unção de Deus que havia sido posta sobre o rei (1Sm 26:8-9).
4. Um homem escolhido por Deus. No Salmo 89:3, lemos: “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi”. Sim, Davi era um homem segundo o coração do Deus de Israel.
II. Os Pecados de Davi
Para se entender o profundo significado do Salmo 51, é indispensável meditar sobre o que ocorreu no capitulo 11 do livro de 2Sm. Aí vemos que o homem que matara a Golias, foi derrotado pelo gigante da concupiscência
1. Ociosidade. Enquanto o exército de Israel estava na batalha, Davi repousava em Jerusalém. Ao invés de orar e vigiar, pedindo a Deus que guardasse os seus soldados e capitães, deixou-se vencer pela ociosidade, passeando no terraço da casa real (2Sm 11:1-2).
2. Cobiça. De repente, o rei teve a sua atenção atraida para uma mulher bonita que lhe desperta a lascivia. A cobiça da carne o domina. Ele foi “...atraido e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1:14), que é desejo intenso ou apetite sexual desordenado. Se a concupiscência conceber, dá à luz o pecado (Tg 1:15a).
3. Adultério.
a) Tentado. Ele deu lugar à tentação. Primeiro, olhou; depois, mandou perguntar o nome da mulher; e, por fim, ordenou fosse ela trazida até o palácio real. Nesse ponto, a concupiscência já houvera concebido (Tg 1:15).
b) Vencido. Naquele momento, Davi deixou de ser um homem segundo o coração de Deus (1Sm 13:14) e passou a cumprir a concupiscência da carne (Gl 5:16b). O homem que matara um leão, um urso e um gigante, foi derrotado pelo pecado sexual. Convém lembrar que, além do sexo, o poder e o dinheiro são os outros meios mais usados para derrubar um homem de Deus.
4. Homicídio. Já morto espiritualmente, Davi arquitetou um plano diabólico.
a) A astúcia. Sabedor de que a mulher estava grávida, Davi chamou Urias, e ordenou-lhe que fosse para casa a fim de se deitar com a esposa, pois assim ninguém ficaria sabendo que o filho gerado era fruto do pecado do rei (2Sm 11:10-12).
b) A serviço do diabo. O rei enviou uma carta pelas mãos do próprio Urias, endereçada a Joabe, instruindo-o a que pusesse Urias no lugar mais perigoso da batalha para que fosse morto. Como Urias era um servidor fiel, não violou a carta. Se o tivesse feito, teria visto que levava a própria sentença de morte.
c) Insensibilidade. Ao saber a noticia da morte de Urias, o rei, cinicamente, mandou que se dissesse a Joabe: “Não te pareça isso mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele” (2Sm 2:25). Se não o bastasse, Davi ordenou que se buscasse a viúva para ser sua esposa (2Sm 2:27). Quando um homem de Deus chega a esse ponto, é sinal de que a sua consciência já está totalmente cauterizada (1Tm 4:2).
III. Consequências do Pecado
1. Perda da comunhão divina. Davi, que era um homem segundo o coração de Deus (1Sm 13:14), perdeu, de um momento para o outro, a presença de Deus (v.12).
2. O Afastamento do Espirito Santo. Davi experimentou quão terrível é viver afastado do Espirito Santo (v.11). O Espirito de Deus é santo. Ele não permanece num coração que abriga o pecado.
3. Escândalos. Quando a prática do pecado resulta em escândalos, ele (o pecado) reveste-se de maior gravidade. Por isso, Jesus afirmou: “Ai do mundo por causa dos escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! (Mt 18:7).
IV. A Intervenção de Deus
1. Deus envia o profeta para repreender a Davi. Natã foi enviado ao rei com uma mensagem em forma de parábola. O profeta narrou a Davi um fato revoltante, envolvendo um certo homem que cometera uma grande injustiça (2Sm 12:1-5). O rei, ao ouvir atentamente o profeta, ficou furioso, dizendo: “Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso” (2Sm 12:5).
2. A coragem do profeta. O homem de Deus porém replicou-lhe com firmeza: “Tu és este homem. Assim diz o Senhor, Deus de Israel...A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; a ele mataste com a espada dos filhos de Amom” (2Sm 12:7,9).
3. A sentença divina. Ali mesmo, sem burocracia nem protelações, o profeta proferiu a sentença de Deus contra o rei:
a) “Não se aportará a espoda jamais de tua casa”. Foi o que realmente aconteceu. O filho que nascera daquele adultério morreu (2Sm 12:14). Mas as desgraças não pararam por aí. Amnon foi assassinado por Absalão (2Sm 13:28,29). Absalão foi morto por ter se rebelado contra o pai (2Sm 18:9-17). E, tempos depois, já no final do reinado de Davi, Adonias também seria morto à espada (1Rs 2:24,25).
b) “Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti...” (2Sm 13:11a). Absalão, filho predileto de Davi, adulterou com as mulheres do pai em plena praça pública (2Sm 16:21-22). Como se não bastasse, a filha do rei foi estuprada por um de seus irmãos (2Sm 13:10-15).
V. A Oração do Pecador Arrependido
Reprendido por Natã devido ao gravissimo pecado, Davi não se fez de inocente. De imediato confessou: “Pequei contra o Senhor” (2Sm 12:13a).
1. A súplica. No Salmo 51, Davi começa por suplicar a Deus por misericórdia. Ele não procura desculpa alguma para justificar o seu ato. Antes: roga ao Senhor que lhe apague as transgressões, segundo a benignidade e a misericórdia divinas. Ele ainda implora que o Senhor lhe lave da terrível iniquidade e o purifique do horrendo pecado (v.2).
2. A confissão. (v.3-4). Amargurado, Davi confessa reconhecer as suas transgressões, pois o seu pecado está continuamente diante si. Ele reconhece e confessa: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que aos teus olhos é mau” (v.4a). O que concluimos desta passagem? Quando alguém peca, peca contra Deus. E Deus jamais terá o culpado por inocente (Na 1:3).
3. O clamor pela restauração.
Davi não conhecia o poder purificador do sangue de Jesus. Mas sabia que, quando alguém era considerado imundo, por ter tocado num cadáver (Nm 19:6) ou num leproso (Lv 14:4), precisava, de acordo com a Lei, passar pela cerimônia de purificação, na qual o sacerdote tomava um molho de hissopo, molhava-o na “água da separação”, e a espargia sobre o transgressor. Assim, Davi considerava-se tão imundo, que precisava passar por esse processo. Hoje, na Nova Aliança, “o sangue da aspersão” (Hb 12:24), ou seja: o sangue de Cristo, purifica as nossas consciências das obras mortas (Hb 9:14) e de todo o pecado (1Jo 1:7).
a) “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (v.10). Davi anelava por uma purificação interior e por um espirito reto. Somente aquele que reconhece o seu pecado é que consegue sentir a sujeira deste na alma. Por isso, Davi arrepende-se de sua transgressão e a confessa. Sim, o verdadeiro arrependimento faz com que aborreçamos o pecado.
b) “Não me lances fora da tua presença...” (v.11). Ele sentia falta da presença do Senhor, e por isso clamava: “Não retires de mim o teu Espirito Santo”. Sem a presença do Espirito Santo, deixamos de ser espirituais, e passamos à condição de meras criaturas.
c) “Torna a dar-me a alegria da salvação...” (v.12). Como Davi havia perdido a alegria da salvação, agora clama ao Senhor para que lhe restitua a bênção perdida.
VI. O Compromisso Diante do Perdão
Após sentir-se perdoado, Davi promete a Deus fazer algo que ficara impedido de realizar por causa de sua transgressão.
1. Ensinar aos transgressores (v.13). “Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos”. Tendo experimentado o que é transgredir a lei divina, o salmista assume o compromisso de levar os transgressores a aprender os caminhos do Senhor, e a se converterem de seus pecados.
2. Um parêntese de temor (v.14). Atingido pelo medo de voltar a pecar, Davi abre um parêntese na sua oração, e pede a Deus que o livra dos crimes de sangue. De certo, a morte de Urias continuava a ferir-lhe a conciência.
3. Louvor a Deus (v.15). Davi pediu a Deus que abrisse os seus lábios para que a sua boca pudesse entoar louvores ao Senhor.
Conclusão
Quando um servo de Deus cai, principalmente em se tratando de um lider, o diabo e seus demônios se alegram. Entretanto, quando o filho de Deus arrepende-se sinceramente, o Senhor estende sobre ele o manto do perdão. Há alegria no céu.
Questionário
1. Quais as três qualidades de Davi, ressaltadas nesta lição?
2. Quais foram os pecados de Davi?
3. Qual foi a sentença de Deus a Davi?
4. De acordo com a lição, quais os elementos da oração de arrependimento de Davi?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

Se Conselho Fosse Bom, Não se dava, Se vendia

“SE CONSELHO FOSSE BOM, NÃO SE DAVA, SE VENDIA”

O VALOR DO CONSELHO
Pv 12:15
INTRODUÇÃO
Queremos discordar com esse provérbio popular que tenta desvalorizar o conselho e o aconselhamento. O avanço cientifico, o acesso à educação e à intelectualidade tem aumentado a soberba humana e muitos não querem buscar conselho. Mas a Palavra de Deus nos mostra que não somos auto-suficientes e precisamos de Deus e do irmão. O provérbio acima traz dois falsos conceitos: Primeiro desvaloriza o conselho, depois acentua o comercio das coisas boas. Pensaremos hoje no valor do conselho.
I. A Importância do Conselho
A Biblia dá verdadeira importância ao conselho. Textos como Pv 12:15; 13:10; 15:22; 20:18, etc, dão ao conselho um papel importante em nossa aquisição de sabedoria. Proverbios nos diz que o fracasso de muitos projetos se dá por falta de conselho e às vezes por não se ter buscado a multidão de conselheiros, Pv 11:14.
II. Um Deus Conselheiro
O conselho do Senhor, o melho conselho.
O nosso Supremo Conselheiro é o Senhor. Vejamos alguns textos:
a) Salmo 32:8, Salmo 73:24, Isaías 9:6 (Jesus), Salmo 16:7, Isaias 11:2 e 28:29, Jeremias 32:19 e O Senhor Jesus em Apocalipse 3:18.
b) Os profetas foram condenados por não buscarem a profecia no conselho do Senhor. Jeremias 23:18.
c) Muita gente sofreu por não ter buscado o conselho do Senhor. As mulheres que ouviram o conselho de Balaão (Nm 31:15,16); Israel faz uma péssima aliança com os gibeonitas por não consultar o Senhor, Josué 9:14-23, e outros casos.
III. O Bom Conselho
O bom conselho vem do Senhor. Ele, porém, usa seus instrumentos.
Pensemos neles:
a) Através de sua Palavra. Salmo 119:105.
b) Através do seu Espirito Santo pelo testemunho interior. Romanos 8:14-16.
c) Deus usa seus servos, pastores e lideres para transmitir bons conselhos. Moisés em Êxodo 18:15; o conselho de Jetro ao genro Moisés (Êxodo 18).
d) Através da própria Igreja. Colossenses 3:16.
e) Do ministério de aconselhamento, de profissionais, psicólogos e terapêutas comprometidos com Deus e sua Palavra. Jetro tinha esse ministério. Os sábios conselheiros de Salomão, os quais Roboão não quis ouvir.
Conclusão
Deus não nos deixará sem conselho. Conselho bom só vem de Deus e de seus instrumentos. Viver sem buscar aconselhamento é expressar uma autosuficiência perigosa. Deus quer nos orientar e nos transformar em bons conselheiros.
(EXTRAÍDO da “Explicando as Escrituras” Jovens e Adultos 2 Semestre/2005))

Salmos, O Hinário oficial de Israel

SALMOS, O HINÁRIO OFICIAL DE ISRAEL
Salmos 61:8; 95:2; 105:2; Ico 14:26; Cl 3:16
INTRODUÇÃO
Não há livro na Bíblia que atraia mais as pessoas que os Salmos. Embora escritos como o hinário oficial de Israel, os Salmos alcançaram a todos os povos com sua mensagem de louvor, de adoração, de gratidão, de esperança e de salvação.
I. Caracterização Geral do Livro de Salmos
1. Titulos e nomes
a) O vocábulo Salmos. A palavra Salmos tem origem na tradução do Antigo Testamento hebreu para o grego, no ano 200 a.C., feita por 70 sábios – a Septuaginta (LXX). Nesta versão, os Salmos recebem o titulo de Psalmói: cânticos entoados com o acompanhamento de instrumentos de cordas.
A Vulgata, tradução latina da Bíblia feita por Jerônimo, denominou os Salmos de Liber Salmorum.
No hebraico, o termo que corresponde a salmos é Tehillim: Louvores ou Cânticos de Louvor.
b) Saltério. O Livro de Salmos também é chamado Saltério. Este termo vem da palavra grega Psâlterion. É o nome de um instrumento musical que, ao Antigo Testamento, já era bem conhecido (Sl 33:2; Sl 108:2 e 144:9).
2. Datas e Autoria
a) Período. Os salmos, segundo os estudiosos, foram escritos no período que vai de 1500 a 450 a.C. Ou seja: durante mil anos aproximadamente.
b) Autoria. Diversos foram os autores dos Salmos. O mais destacado foi Davi, rei de Israel, chamado apropriadamente de “o suave em salmos de Israel” (IISm 23:1).
Os salmistas, cujos nomes são mencionados na Bíblia, são os seguintes:
DAVI: escreveu 73 salmos (quase metade do Saltério);
ASAFE: escreveu 12 salmos (50, 73-83);
FILHOS DE CORÉ: 11 Salmos (42-49; 84-85; 87-88);
SALOMÃO: escreveu 2 Salmos (72 e 127);
MOISÉS: escreveu 1 Salmo (90);
ETÃ: escreveu 1 salmo (89);
Mais de 50 salmos foram escritos por autores desconhecidos.
II. Estrutura e Classificação
1. Divisão em Livros. Os 150 salmos são organizados didaticamente em cinco livros. Cada um desses livros termina com uma doxologia, ou “enunciação de louvor e invocação a Deus”.
Livro I – do salmo 1 ao 41; Livro II – do salmo 42 ao 72; Livro III – do salmo 73 ao 89; Livro IV – do salmo 90 ao 106 e Livro V – do salmo 107 ao 150.
2. Classificação dos Salmos. Conforme a Bíblia de Estudo Pentecostal, os salmos podem ser classificados nos seguintes temas:
a) Cânticos de Aleluia ou de Louvor. Engrandecem o nome, a bondade, a grandeza, a majestade e a salvação de Deus. Sl 8,34,103,115,145 e 150.
b) Cânticos de Ação de Graças. Reconhecem o socorro e o livramento divinos. Sl 18,34,100,126 e 138.
c) Salmo de Oração e Súplicas. Incluem lamentos e petições diante de Deus. Sl 3,6,54,90,141 e 143.
d) Salmos Penitenciais. Tratam da confissão de pecados. Sl 32,38,51 e 130.
e) Cânticos da História da Biblia. Narram como Deus se relacionou com Israel ao longo de sua história. Sl 78,105,108,126 e 137.
f) Salmos da Majestade Divina. Declaram a soberania de Deus. Sl 24,47,93 e 96.
g) Cânticos Litúrgicos. Usados em eventos ou festas especiais em Israel. Sl 15,24,45 e 68.
h) Salmos de Confiança e Devoção. Expressam confiança e devoção a Deus. Ex. Sl 11,16,23,27,40,46,131 e 139.
i) Cânticos de Romagem. Também chamados “Cânticos de Sião” ou “Cânticos dos Degraus”. Eram entoados pelos peregrinos, a caminho de Jerusalém, para celebrarem as festas anuais. Sl 43,46,48;76,84,120-134.
j) Cânticos da Criação. Referem-se ao poder criador de Deus e suas obras. Sl 8,19,33,65 e 104.
l) Salmos Sapienciais e Didáticos. Revelam a sabedoria de Deus. Sl 1,34,37,112,119 e 133.
m) Salmos Régios ou Messiânicos. Descrevem certas experiências dos reis Davi e Salomão, com significado profético, prefigurando a vinda do Messias. Sl 2,16,22,41,72,102,110 e 118.
n) Salmo Imprecatórios. Invocam maldição, ou vingança, sobre os inimigos de Deus e de seu povo. Sl 7,35,58,59,109 e 137.
3. Características especiais dos Salmos. A poesia hebraica não tem rima e pouco se preocupa com a métrica. Os salmos tem os seguintes elementos básicas:
a) Ritmo. Trata-se da repetição harmoniosa dos sons. Quando lemos: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade é para sempre. Louvai ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade é para sempre” (Sl 136:1-2), percebemos o subir e o descer da voz, numa harmonia bem característica.
b) Paralelismo. É o elemento indicativo do “equilibrio de forma e sentido”. A idéia é apresentada pelo salmista, e, em seguida, é repetida, gerando um contraste. Os principais paralelismos no saltério são os seguintes:
Paralelismo Sinônimo. Ocorre quando a segunda linha do salmo repete a primeira com palavras um pouco diferentes. “Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1:2).
Paralelismo Antitético. A segunda linha faz contraste com a primeira. “Porque o Senhor conhece o caminho dos justos mas o caminho dos ímpios perecerá (Sl 1:6).
Paralelismo Sintético. A segunda linha do salmo complementa a primeira, enriquecendo o pensamento original. “Senhor, meu Deus, em ti confio; salva-me de todos os que me perseguem e livra-me” (Sl 7:1).
Obs.: Os destaques foram feitos pelo comentador para fins didáticos.
c) Termos técnicos e títulos descritivos.
Selá. Este vocabulo ocorre 71 vezes, principalmente entre os livros I a III. Para alguns autores, trata-se de um sinal para mudança no acompanhamento musical, ou para aumentar o som dos instrumentos ou das vozes.
Higaiom. Como aparece nos salmos 9:16; 19:14; 92:3, parece indicar uma pausa para meditação ou dediminuição na altura dos sons dos instrumentos.
Mictão. Não se sabe o sentido exato desta palavra, mas parece indicar um salmo de lamentação e arrependimento (Sl 56-60).
Para Jedutum (Yedutum). Conforme usado nos salmos 39,62 e 77, indica confissão.
Masquil. Poesia com finalidade de meditação ou ensino (Sl 32,42,44,54).
III. Finalidade dos Salmos
1. Devocional. No seu sentido original, os salmos foram destinados à adoração a Jeová através de orações cantadas com acompanhamento de instrumentos musicais.
2. Cultual. Na Páscoa, na Festa dos Tabernáculos e na Festa da Colheita, os Salmos dos Degraus, do 120 ao 134, eram os mais usados. Segundo Davidson, “eram habitualmente entoados por um coro de levitas, de pé, nos quinze degraus que ligavam os dois pátios do templo” (Novo Comentário da Biblia). O Salmo 130 era muito usado em ocasiões de penitência como, por exemplo, no Dia da Expiação. Os salmos 92 a 100 eram eminentemente sabáticos. Além disso, os judeus tinham, em cada dia da semana, um salmo habitual.
IV. Salmos, um Livro para todas as Épocas
1. No Antigo Testamento. Houve momentos, no AT, em que o louvor era tão profundo, que as pessoas não podiam ficar de pé, como na ocasião em que a Arca foi levada da Tenda da Congregação para o Santo Templo em Jerusalém (IICr 5:5-9). Uma nuvem encheu a casa, e os sacerdotes não podiam ministrar, pois achavam-se envolvidos pela glória e pelo poder de Deus (IICr 5:13-14). Eles entoavam o salmo que diz: “o Senhor é bom e a sua benignidade dura para sempre” (Sl 136:1).
2. No Novo Testamento. No Novo Testamento, há nada menos que 186 citações dos Salmos. Uma lista extensa poderia ser incluída, enumerando os salmos citados no NT. Apenas para efeito de informação, anotamos os seguintes: Sl 1:1 (Atos 4:25-26); 2:7 (At 13:33; Hb 1:5; 5:5); 4:4 (Ef 4:26); 22:1 (Mt 27:46; Mc 15:34); 40:6-8 (Hb 10:5-7).
3. Para os crentes de hoje. Os cristãos descobriram, ao longo dos séculos, que, no Livro dos Salmos, podem encontrar mensagens de conforto, de paz, de encorajamento, de segurança, de socorro, de amor, de salvação. Todas mui apropriadas para as mais diversas ocasiões da vida.
Dos 150 salmos, há aqueles cuja predileção é inegável. Não se pode negar que o Salmo 23 é um dos mais populares. De igual modo, podemos citar os de números 34,37,40,46,91,121, apreciados até mesmo por não-evangélicos.
CONCLUSÃO
Os Salmos são excelente recurso para a oração. Muitas vezes, sem o percebermos, passamos a nos dirigir a Deus em orações rotineiras e repetitivas. Fazendo uso dos salmos, aplicando-os às nossas necessidades, podemos orar de modo significativo, sob a unção do Espirito Santo que, em última instância, é o inspirador e autor-maior dos Salmos.
QUESTIONÁRIO
1. Qual a origem da palavra salmos?
2. Que outro nome tem o Livro de Salmos?
3. Qual o mais destacado autor do Saltério e quantos salmos escreveu?
4. Em quantos livros se divide o Saltério?
5. Quais os três tipos principais de paralelismos, observados nos salmos?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

Pau que nasce torto, morre torto

“PAU QUE NASCE TORTO, MORRE TORTO”

O FATALISMO
2Co 5:17
INTRODUÇÃO
Esse falso provérbio popular tem enganado e desanimado a muitos. Ao dizer estas palavras as pessoas desistem de esperar mudanças em outras pessoas e se entregam a um verdadeiro fatalismo. Vamos perceber que esse falso conceito não tem base biblica, e vamos descobrir o que realmente a Biblia diz sobre alguém que começou em más circunstâncias.
I. O que é o fatalismo
Na Enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia de R. N: Champlin lemos que fatalismo “aponta para inevitabilidade dos acontecimentos com ou sem causas conhecidas”. No Dicionário Básico de Filosofia de H. Japiassú encontramos que o fatalismo “(do latim fatalis, fatum, destino), doutrina segundo a qual todos os acontecimentos do universo, especialmente os da vida humana, encontram-se submetidos ao destino,... não restando nenhum lugar para a inteligência e a iniciativa humanas”. E por fim, no Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD, encontramos a seguinte definição para o fatalismo: “Doutrina de que os acontecimentos operam independentemente de nossa vontade e dos quais não podemos escapar”.
II. O Fatalismo e as Escrituras
O fatalismo contraria as Escrituras que afirmam ser o homem livre para escolher o seu próprio destino. Leiamos: Dt 30:19; Sl 7:15; Is 1:19,20; 7:15; Os 8:7; 2Co 9:6; Gl 6:17, etc. O fatalismo nega a obra redentora do Calvário. Gl 3:13,14; 2Co 5:17, etc.
III. Casos concretos nas Escrituras que contrariam a Doutrina do Fatalismo
a) Pedro, o pescador profano, torna-se um homem cuja própria sombra cura. Mt 26:74; At 5:15.
b) O endemoninhado agressivo e intranquilo torna-se um homem calmo, em perfeito juizo. Mc 5:5,15.
c) João, um discipulo vingativo, torna-se o apóstolo do amor. Lc 9:53,54 e 1Jo 4:7.
d) A Samaritana de má reputação torna-se testemunha da verdade. Jo 4:17,18,29.
e) Saulo, o cruel e violento perseguidor, torna-se no terno apóstolo Paulo. At 9:1; 21:13.
O insensivel carcereiro de Filipos torna-se amigo generoso e compassivo. At 16:24,33.
Conclusão: O carpinteiro de Nazaré
O fatalismo e a predestinação, que é filha do fatalismo, não encontram base nas Escrituras. O Carpinteiro de Nazaré ainda desentorta pau torto, vida torta. Porém seu futuro dependerá das escolhas que você e sua familia fizerem hoje.
(EXTRAÍDO da “Explicando as Escrituras” Jovens e Adultos 2 Semestre/2005))

Os Pecados de Jeroboão

OS PECADOS DE JEROBOÃO
Dennis Allan
As histórias dos reis de Israel estão cheias de citações dos pecados de Jeroboão. A maldade dele se tornou ponto de referência para julgar os seus sucessores. Os registros nos dois livros dos Reis comentam que outros andam, seguiram, aderiram e não se apartaram dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate. Agora, quase 3.000 anos depois do reinado deste rei, ainda podemos – e devemos – aprender lições importantes dos seus erros.
O contexto histórico
Salomão, o terceiro rei de Judá, pecou tanto contra Deus que o Senhor decidiu tirar a maior parte do reino das mãos dos descendentes dele. Após a morte deste filho de Davi, o reino se dividiu em duas partes. A parte do sul, conhecida como Judá, ficou sob o dominio dos descendentes de Davi. A maior parte, composta das dez tribos do norte, foi dada por Deus a Jeroboão, filho de Nebate, um efraimita já provado como administrador hábil.
Jeroboão tinha tudo que precisava para ser muito bem sucedido. Quando Deus mandou o profeta Aías falar com Jeroboão sobre o plano divino de lhe entregar as 10 tribos de Israel, ele prometeu a permanência da familia de Jeroboão no trono, se este fosse fiel ao Senhor: “Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e anfares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel” (1Rs 11:38). Que promessa! Que oportunidade para estabelecer sua dinastia em Israel! Mas houve uma condição: Se ouvir as ordens, andar no caminho, fizer o que é reto e guardar os mandamentos de Deus, a dinastia dele seria estabelecida. Esta condição de obediência foi o problema de Jeroboão. Vamos examinar a historia de Jeroboão para aprender como evitar os pecados que levaram ao fracasso da dinastia dele.
A preocupação de Jeroboão
A pesar da promessa de Deus, Jeroboão sentiu-se inseguro como rei de Israel. Ele se preocupou, especialmente, com a influência dos irmãos em Judá. Se os israelitas voltassem a Jerusalém para comemorar as festas anuais, como Deus mandou na lei dada a Moisés, eles poderiam rejeitar Jeroboão. Os sacerdotes lá em Jerusalém iam comentar sobre o tempo que foi projetado pelo avô e construido pelo pai do rei de Judá. Assim, pensou Jeroboão, o povo consideraria Roboão o rei legítimo e voltaria para Judá. Eles poderiam até assassinar o rei de Israel!
Quantas vezes fazemos a mesma coisa? Ao invés de confiar nas promessas de Deus, imaginamos todas as coisas que poderiam acontecer. Ficamos preocupados e anciosos sobre coisas imaginadas, quando devemos simplesmente confiar no Senhor. Pedro disse que devemos nos humilhar “sob a poderosa mão de Deus... lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:6-7)
As inovações de Jeroboão
A falta de fé de Jeroboao o levou a cometer uma série de pecados. Na leitura de 1Rs 12:25-33, encontramos quatro inovações que o rei de Israel introduziu, sem autorização divina. Ele mudou:
1.Os símbolos da religião dos israelitas. A adoração verdadeira envolvia a arca da aliança, o altar dos holocaustos, o templo em Jerusalém, etc. A religião inovadora de Jeroboão tinha outros símbolos – bezerros de ouro e altares em Dã e Betel. Ele tinha um certo apoio histórico, pois o primeiro sumo sacerdote de Israel havia feito um bezerro de ouro (Êxodo 32:1-29). Precedente histórica, sem a aprovação divina, não serve para guiar o nosso caminho.
2.O lugar da adoração. Quando o povo estava prestes a entrar na terra prometida, Deus falou que designaria um lugar exclusivo para determinadas comemorações e sacrificios (Dt 12:1-14). Jerusalém foi o lugar que o Senhor escolheu, e ali Salomão construiu o templo. Mas, Jeroboão tinha alguma base histórica na escolha de outros lugares, especialmente Betel. A própria palavra significa “casa de Deus”, pois foi ali que Jacó encontrou Deus (Gn 28:10-22). Duas gerações antes, o próprio Abraão sacrificou ao Senhor perto de Betel (Gn 12:8). O fato de Deus ter aceito uma coisa numa época não é prova de que ele aceitará a mesma coisa numa outra época.
3.O sacerdócio. A lei dada por meio de Moisés foi clara. Os sacerdotes de Israel seriam levitas. Jeroboão não respeitou esta limitação e ordenou pessoas de outras tribos como sacerdotes. Quem tivesse dinheiro para fazer os sacrificios que o rei pediu poderia ser sacerdote. Quando Deus dá qualificações posições de serviço no reino dele, devemos respeitar todas as condições por ele impostas. Apesar de tais orientações na palavra, quantos homens hoje continuam agindo como pastores, mesmo não tendo todas as qualificações que Deus exige deles? Quem tiver dinheiro para pagar mensalidades de algum curso de teologia se torna pastor, ignorando e desrespeitando as qualificações bíblicas (1Tm 3:1-7 e Tt 1:5-9).
4.As datas das festas. Deus ordenou algumas festas especiais, inclusive a Festa dos Tabernáculos que foi comemorada no sétimo mês do calendário judaico. Jeroboão escolheu o oitavo mês para a festa inventada por ele. Nosso serviço deve ser feito para agradar a Deus, nunca colocando a nossa vontade acima da palavra dele.
Deus disse “não” cinco vezes!
Deus só precisa falar uma vez, e nós devemos respeitar a palavra dele. Às vezes, ele mostra sua longanimidade, dando diversas oportunidades para o prcador enxergar seu erro e se arrepender. No caso de Jeroboão, podemos identificar cinco vezes que Deus condenou seu pecado.
1. Deus disse “não” na lei. Todas as inovações de Jeroboão feriram os principios da lei dada ao povo 500 anos antes (Êx 25-28; 30:1-10; Lv 23:33-44;Nm 3:3,44-45; Dt 12:1-14).. se Jeroboão tivesse respeitado a palavra já escrita, não teria causado os grandes estragos que ele trouxe sobre sua familia e sobre o povo de Israel. Também, não teria perdido o apoio dos levitas e outros fiéis que saíram de Israel e foram para Judá, um lugar onde seria possivél continuar servindo ao Senhor (2Cr 11:13-17).
2. Deus disse “não” pela boca de um profeta de Judá. Deus mandou um profeta de Judá a Betel, onde fez profecias detalhadas (cumpridas 300 anos depois) sobre os pecados de Jeroboão. A palavra foi confirmada por uma série de sinais miraculosos. Mesmo assim, Jeroboão não se arrependeu de sua maldade (leia o relato em 1Rs 13:1-10,33-34).
3. Deus disse “não” pela boca do profeta Aías. Alguns anos antes, Deus tinha usado Aías para falar para Jeroboão que este seria rei de Israel. Desta vez, o mesmo profeta, já velho e cego, viu claramente os pecados que o rei cometera. Ele falou das consequencias graves: a aniquilação da casa de Jeroboão e o cativeiro de Israel além de Eufrates, uma profecia cumprida 200 anos mais tarde (1Rs 14:1-16). A palavra de Aías foi confirmada pela morte do filho de Jeroboão, mas este ainda não se arrependeu.
4. Deus disse “não” pela boca do rei Abias. Jeroboão ainda estava reinando em Israel quando Abias, o neto de Salomão, começou a reinar em Judá. Durante este período, houve guerra entre os dois reinos. Abias tinha uma desvantagem militar, contando com 400.000 soldados para guerrear contra os 800.000 homens no exercito de Jeroboão. Antes de travar a batalha, o rei de Judá foi para Israel e tentou convencer Jeroboão de seus erros e da futilidade de entrar nesta batalha. Ele começou com um resumo da história da divisão dos reinos, e passou a mostrar a posição precária de Jeroboão e seus homens. Observe alguns pontos de contraste que ele frisou (2Cr 13:8-12):
Israel
a) Exercito maior (800.000 homens)
b) Bezerros de ouro feitos por Jeroboão
c) Sacerdotes não aprovados por Deus
d) Adoração errada
e) Deixou de servir a Deus

Judá
a) Exercito menor (400.000 homens)
b) O Senhor
c) Sacerdotes do Senhor, levitas
d) Adoração autorizada por Deus
e) Guarda os preceitos do Senhor
Quando Abias falou, Jeroboão deveria ter ouvido. Mas ele estava muito ocupado preparando a sua resposta – planejando a tática militar e organizando uma emboscada para vencer o inimigo. Como é comum a mesma atitude hoje. Quando alguém nos repreende, damos ouvidos para aprender como melhorar e corrigir erros, ou ficamos o tempo todo pensando em como responder para nos defender e nos justificar? Jeroboão deveria ter ouvido as palavras de Abias!
5. Deus disse “não” pela derrota esmagadora no campo de batalha. Jeroboão, na sua esperteza, tentou ganhar a vantagem decisiva sobre Judá. Mas Abias havia falado a verdade – Deus estava com Judá. Os bezerros de ouro e 800.000 soldados não resistiram os 400.000 apoiados pelo Senhor. Naquele dia, meio milhão de soldados de Israel caíram mortos, e Deus deu uma grande vitória ao povo de Judá, comandado por Abias. Jeroboão nunca recuperou força para desafiar Judá outra vez (2Cr 13:14-20).
Aplicações
Observemos algumas lições importantes desta história de Jeroboão:
1.Quando Deus fala, devemos ouvir. Ele não precisa, falar cinco vezes. Uma vez na palavra dele basta. Se Jeroboão tivesse respeitado a lei já revelada, poderia ter evitado muito sofrimento (Pv 16:20; 19:16).
2. Nunca devemos introduzir doutrinas ou práticas na igreja sem a autorização da palavra de Deus (Cl 3:17; 2Jo 9).
3. Devemos rejeitar qualquer pastor que não tenha todas as qualificações reveladas pelo Espirito Santo em 1Tm 3:1-7 e Tt 1:5-9. Pastores não qualificados devem obedecer a Deus e renunciar as suas posições.
4. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31). Por outro lado, “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127:1).
5. Devemos ouvir aquele que nos corrige, ao invés de nos preocupar com as nossas defesas e justificativas (Pv 15:5,31-32; 19:27; 27:5). Se Jeroboão tivesse ouvido Abias, 500.000 homens poderiam ter sobrevivido naquele dia.
6. Devemos abandonar o erro e buscar um lugar para servir ao Senhor conforme a vontade dele. Quando Jeroboão conduziu Israel ao pecado, os servos do Senhor deixaram o pais e foram para Judá. Quando igrejas hoje se desviam da palavra de Deus e recusam se arrepender, somos obrigados a sair delas e procurar outras pessoas que respeitam a palavra de Deus (2Co 6:14 – 7:1). Os pecados de Jeroboão levaram Israel à destruição, pois Deus se afastou deste povo rebelde (2Rs 17:21-23). Vamos evitar os erros deste rei rebelde!

O Senhor é o meu Pastor, nada me Faltará

O SENHOR É O MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ
Salmo 23:1-6
INTRODUÇÃO
O salmo 23 é o Salmo do Pastor. É uma canção de fé. O salmista tinha larga experiência como pastor de ovelhas. Num breve texto, ele conseguiu resumir diversos aspectos do cuidado de Deus para com os seus servos, “ovelhas do seu pasto” (Sl 100:3).
I. Os cuidados do Pastor
1. O Senhor como pastor. O salmista tinha em mente o que Jeová-Raá (o Senhor como Pastor) representava para ele. Davi conhecia reis, profetas, sacerdotes, generais etc, mas, para expressar melhor a sua visão de Deus, tomou emprestada a figura de um bondoso pastor de ovelhas, e o seu relacionamento com o rebanho. Davi sabia o que era ser pastor, pois exercera essa atividade quando jovem (Sl 78:70-71). Sabia que Deus é o Pastor de Israel (Sl 80:1); que “ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão” (Sl 95:7; Sl 100:2b; Is 40:11; Ez 34:6-19).
Nós, os que aceitamos a Cristo, também somos comparados a ovelhas, pois Jesus é o nosso Pastor. Ele disse: “Eu sou o bom Pastor...” (Jo 10:11a; 14a). Ver Hebreus 13:20 e 1Pe 5:4).
2. O pastor que provê. O salmista começa, falando do Pastor: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (v.1b). O Senhor é ao mesmo tempo Pastor e também Jeová-Jeré: o Senhor que Prové. Isto fala do cuidado e do amor de Deus para com os seus servos, individual e coletivamente. Ele não deixa faltar nada que seja útil e necessário à vida do crente fiel que se comporta como sua ovelha, buscando obedecê-lo e fazendo a sua vontade. Se o Bom Pastor não nos dá algo é porque, certamente, não é bom para nós. Mas tudo aquilo de que necessitamos para o nosso bem, Ele provê na medida certa e no tempo certo.
3. O pastor que alimenta. “Deitar-me faz em verdes pastos” (v.2a). O bom Pastor não leva o rebanho a alimentar-se em qualquer pastagem. Conhecendo os campos, ele sabe onde encontrar o melhor alimento para as ovelhas. Não lhes dá pasto seco nem contaminado. Na vida espiritual, o Senhor Jesus Cristo, o bom Pastor, nos alimenta com a sua Palavra (Cf Jo 6:32-35; 8:31; 10:9c; 15:7).
4. O pastor que guia. “Guia-me mansamente a águas tranquilas” (v.2c). O pastor cuidadoso leva as ovelhas a se alimentarem nos verdes pastos, diante de águas tranquilas, apropriadas para dessedentar-lhes a sede, ao mesmo tempo em que lhes dá a sensação de paz e descanso. E o faz mansamente. Adiante das ovelhas, Ele as guia “pelas veredas da justiça” (v.3b). As ovelhas são conduzidas em direção à paz e à justiça “por amor do seu nome”. Jesus Cristo, nosso bom Pastor, nos deixou a sua gloriosa paz (Jo 14:27), que “excede a todo o entendimento” (Fp 4:7), e nos deu o exemplo, cumprimendo “toda a justiça” (Mt 3:15).
5. O pastor que dá refrigério. “Refrigera a minha alma” (v.3a). Em meio ao calor sufocante, o pastor procurava lugares altos, onde as ovelhas pudessem sentir o soprar aconchegante do vento suave. Nosso Pastor, Jesus Cristo, nos refrigera a alma. Ele prometeu, e enviou, o Consolador, o Espirito Santo (Cf Jo 14:16-18; 7:37-39).
Quando o crente está desanimado, abatido, sufocado pelas lutas e tribulações, ouve ele o Espirito Santo soprar-lhe aos ouvidos: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus...” (Is 41:10). O Senhor restaura as nossas forças, aliviando-nos da fadiga, do cansaço (Is 40:29). Através do arrependimento e da conversão, “os tempos do refrigério pela presença do Senhor” chegaram até nós (At 3:19).
6. O pastor que dá segurança. O pastor do salmo dá segurança à ovelha, mesmo que ela esteja passando “pelo vale da sombra da morte”. Este vale é uma figura das situações de perigo pelas quais o crente pode passar: doenças, acidentes, agressões ou ameaça de morte. O bom Pastor dá segurança à ovelha, através de três coisas:
a) Através de sua presença, “Porque tu estás comigo”. É o Jeová-Shamá – o Senhor que está presente, no meio de seu povo. O crente fiel, sentindo-se na presença de Deus, não teme mal algum. Jesus, nosso Pastor, prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28:20).
b) Através de sua vara. Em hebraico, vara é shábet, um instrumento de defesa usado pelos pastores de ovelhas para afugentar lobos, leões e ursos. Era uma especie de bastão não muito longo, porém muito resistente. As ovelhas eram contadas, passando por “debaixo da vara” (Lv 27:32). A vara representa a autoridade e o poder do Senhor. Hoje, o que põe o “leão” em retirada é o nome de Jesus (Mc 16:17-18).
c) Através do seu cajado. Segundo Matthew Henry, o cajado é um instrumento distinto da vara. Enquanto esta era mais curta, aquele era mais comprido e delgado, podendo ser até curvado. Com ele, o pastor guia as ovelhas, levanta as que estão cansadas, trazendo-as para junto de si. Jesus, nosso Pastor, cuida de nós com o “cajado” do seu amor. Quando estamos fracos, Ele nos fortalece; quando estamos caidos, Ele nos levanta; quando estamos querendo afastar-nos do rebanho, Ele nos toca com o seu cajado, e nos reconduz “pelas veredas da justiça, por amor do seu nome” (Sl 23:3b).
II. O Hospedeiro Divino
Nos versículos 5 e 6, o cenário muda, e o salmista passa a falar com o Pastor. Davi sente-se como um hóspede honrado e feliz, na casa do hospedeiro divino, desfrutando da segurança, da provisão e da alegria proporcionadas pela Casa do Senhor.
1. Preparando uma mesa farta. O salmista traslada-se, mentalmente, do ambiente pastoril para um cenário doméstico, rico e abundante, em que Deus, o Jeová-Jiré, propicia todo o suprimento necessário ao seu servo, providenciando uma mesa perante ele. É mesa de bênçãos: salvação, paz, alegria, gozo do Espirito Santo, segurança e muito mais.
2. Na presença dos inimigos. Por ironia divina, o Senhor nos prepara a mesa na presença de nossos adversários. Enquanto estes nos desejam a morte, Deus nos dá vida abundante; enquanto nos almejam a queda, Deus firma-nos sobre a Rocha; esta é a mesa que o Senhor nos preparou.
O Bom Pastor, como se vê, leva-nos continuamente à “sala do banquete” (Ct 2:4). E, como está escrito em Provérbios, o que tem o coração alegre tem um banquete continuo (Pv 15:15).
3. Ungindo a cabeça com óleo (v.5b). O bom anfitrião, na Palestina, ungia o visitante com óleo. Era um gesto de honra. Jesus censurou um fariseu, que o hospedara, por não lhe ter ungido a cabeça com óleo (Lc 7:46). No salmo em estudo, o hospedeiro unge a cabeça do hóspede com óleo, ou azeite perfumado, representando a unção de Deus através do Espirito Santo.
4. O cálice transbordando Isso nos fala da alegria transbordante do Espirito Santo. Jesus disse que não nos dá o Espirito por medida. Isto é, de modo mesquinho, racionado (Jo 3:34). Ele promete bênçãos sem medida (Ml 3:10). Ele veio para que tenhamos vida com abundância (Jo 10:10). O Senhor prometeu um transbordar de “rios de água viva” do interior do crente cheio do Espirito Santo (Jo 7:38-39).
5. Bondade e misericórdia para sempre
a) A bondade de Deus (v.6a). Bondade é a qualidade daquele que é bom. Deus, o hospedeiro divino, retratado no salmo em estudo, reflete em si a bondade absoluta. O Senhor é bom e reto (Sl 25:1). A Palavra nos manda provar e ver que “o Senhor é bom...” (Sl 34:8). Ele é bom para os que nele esperam (Lm 3:25). A bondade de Deus excede a tudo o que se possa entender a respeito dessa qualidade. É sinônimo de benignidade, de beneficência (Cf. Ne 9:17; Sl 17:7; 106:4; 119:64).
Davi, vendo-se como hóspede na Casa de Deus, tinha a certeza de que a sua bondade não seria somente por um dia, mas para sempre. Jesus, nosso Senhor e Salvador, prometeu estar conosco de igual modo: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos”. (Mt 28:20).
b) A misericórdia de Deus. O salmista tinha a convicção de que a bondade e a misericórdia do Senhor o acompanhariam por todos os dias de sua vida (v.6a). Ele via a compaixão de Deus pelos seus servos em suas dores e lutas. Ter misericórdia é sentir a miséria alheia. Ninguém melhor que Deus para se compadecer de nós. Ele está sempre ao nosso lado quando enfrentamos dificuldades seja na vida espiritual, seja na familiar, pessoal, financeira, ou na saúde etc.
A misericórdia de Deus é tão grande que, enquanto visita a maldade dos pais nos filhos até à quarta geração. Ele faz misericórdia em milhares de gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos (Êx 20:6). Deus é misericordioso e compassivo (Sl 103:8). A misericórdia de Deus é tão grande que se eleva até os céus (Sl 57:10) e dura para sempre (Sl 100:5). Nós, hoje, pela graça de Deus, contamos com a sua eterna misericórdia. Ele viu a nossa miséria quando andávamos desgarrados como ovelhas que não tem pastor (Mt 9:36; 6:34), e nos amou tanto que enviou o seu Filho unigênito para morrer em nosso lugar (Jo 3:16).
Conclusão
O Salmo 23, um dos mais conhecidos, lidos e recitados, em todos os tempos e lugares, tem mensagens profundas para o nosso viver. Se nos colocarmos na condição de ovelhas do seu pasto, Ele será sempre o nosso Pastor “e nada nos faltará”. Se confiarmos no seu cuidado e proteção, Ele será sempre o nosso querido anfitrião, preparando-nos uma mesa farta, com todo o provimento necessário à nossa vida espiritual e material. É uma grande bênção poder recitar o Salmo 23, conhecido como o Salmo do Pastor. Contudo, mais importante, é conhecer o Pastor do Salmo e ter intimidade com Ele.
Questionário
1. Qual a expressão, na lingua hebraica, que identifica o Senhor como o Pastor?
2. Na vida espiritual, com que o Senhor Jesus nos alimenta?
3. Através de que o Bom Pastor nos dá segurança?
4. Nos versiculos 5 e 6, que outra figura o salmista usa para identificar o Senhor?
5. Que representa para nós a unção da cabeça com óleo de que fala o Salmo 23?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

O Propósito da Obediência

O PROPÓSITO DA OBEDIÊNCIA

Gary Henry
“As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29:29).
A palavra de Deus não é nos dada para o propósito de especulação sem ação, mas para o propósito da obediência. Nós nos apropriamos erroneamente da verdade que Deus revelou quando a tornamos meramente o motivo de um debate intelectual. O propósito maior das Escrituras – exigindo mais esforço e prometendo uma recompensa mais rica – é formecer os materiais práticos para construir uma vida melhor, mais obediente. Quando estudamos, devemos procurar estas informações para serem obedecidas. Estudar por qualquer outro motivo é, na verdade, perigoso.
Em relação à obediência, um problema é que demoramos em obedecer aquilo que já aprendemos das Escrituras porque não conseguimos ver tão longe quanto gostariamos de ver na estrada teórica. Talvez não entendemos completamente por que Deus exigiria tal coisa como as Escrituras indicam. Ou pode não estar claro para nós quais seriam as consequencias se aceitássemos a palavra de Deus sem questionamento. Ou podemos não ver como este ou aquele ato de obediência se encaixa no plano geral da vontade de Deus. Não há falta de obstáculos, mais ou menos teóricos, que podem atrapalhar o aluno sério que não só quer obedecer, como também deseja entender o que está sendo feito. A ironia do crescimento, contudo, é que a compreensão vem de levar adiante a nossa obediência ao invês de segurá-la. “A compreensão pode esperar, a obediência não pode”.
Um outro problema relacionado à obediência é que, muitas vezes, demoramos em fazer o nosso dever até achamos que está tudo certinho. Podemos pensar que é necessário progredir mais na área da teoria espiritual antes de conseguimos melhorar na área da prática espiritual. E assim nós demoramos nas muitas coisas abstratas, buscando a força necessária para a vida obediente. Porém, o caminho para a satisfação de progresso espiritual vai por meio da obediência honesta daquilo que já sabemos ser certo, não pela trilha sinuosa de curiosidades teóricas. Não podemos buscar a Deus sem usar as nossas mentes de acordo com toda a nossa capacidade, é verdade. Mas nem podemos encontrar a Deus sem cumprir aquilo que as nossas mentes já aprenderam.
A coisa mais importante na vida não é evitar os erros, mas sim praticar a obediência da fé. Pela obedência, o homem é levado passo a passo a corrigir os seus erros, enquanto nada acontecerá com ele se ele não começar.
(Paul Toumier)

O Perfil do Verdadeiro Cidadão dos Céus

O PERFIL DO VERDADEIRO CIDADÃO DOS CÉUS
Salmo 15:1-5
INTRODUÇÃO
No Salmo 15, encontramos preciosas lições sobre o caráter e o perfil do verdadeiro cidadão dos céus. O crente tem dupla cidadania. Uma, terrestre; e outra, celestial. Para ser cidadão da terra, é necessário que possa exercer os seus deveres e direitos civis. Mas para ser cidadão do céu, as qualificações requeridas são muito mais elevadas.
I. Uma Pergunta Pertinente
Cremos que Davi estava em atitude de oração ao ser levado a perguntar a Deus: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo?” (v.1a). Com esta pergunta, o salmista obteve mais do que uma resposta para si mesmo. Obteve uma revelação das qualidades necessárias a todos os que querem ir para o céu.
1. Quem habitará no tabernáculo de Deus? O salmista conhecia o tabernáculo terrestre, que fora construido no deserto. Era um lugar santo. Aí, manifestava-se a presença de Deus. Davi também sabia da existência de um tabernáculo melhor, eterno, nos céus. Mas queria saber quem seriam os seus babitantes.
Perguntas semelhantes foram feitas a Jesus. O jovem rico perguntou-lhe o que deveria fazer para herdar a vida eterna (Lc 18:18). O carcereiro de Filipos fez idêntica indagação a Paulo e a Silas (At 16:30). Mathew Henry (Livros Poéticos, p. 54) compara a Igreja Militante ao tabernáculo do deserto, pois era um lugar de reunião que estava sempre em movimento.
2. Quem morará no teu santo Monte? Em Israel, havia muitas cidades e aldeias. Entretanto, era um privilégio morar no Monte Sião. No tempo de Neemias, só dez por cento dos habitantes tiveram o privilégio de morar em Jerusalém. Foram abençoados os que passaram a residir ali (Ne 11:1-2). Para Mathew Henry, o Monte Sião é uma figura da Igreja Triunfante: jamais será abalada. Os crentes fiéis estarão para sempre na Nova Jerusalém (Ap 21:2-3).
II. A Resposta Esclarecedora
No salmo em estudo, encontramos 11 (onze) qualidades que indicam o perfil do verdadeiro cidadão dos céus.
1. Qualificações diante de Deus (v.2a).
a) Ainda em sinceridade. Esta é uma qualidade do verdadeiro cidadão do céus, demonstrada, primordialmente, diante de Deus. Em Gênesis 17:1, Deus ordenou a Abraão: “...anda na minha presença e sê perfeito”. Isso equivale a ser integro diante do Senhor. A palavra hebraica para integridade é tamim, significando que o individuo integro é aquele que diz o que faz e faz o que diz (Tg 2:12). O apóstolo Paulo faz idêntioca exortação: “Procura apresentar-se diante de Deus aprovado” (2Tm 2:15).
b) Pratica a justiça. A justiça emana de Deus. O crente só consegue viver bem diante do Senhor, se tiver a justiça divina. Noé foi um exemplo de homem que pratica a justiça e a retidão (Gn 6:9). Davi conhecia a Deus como o verdadeiro Pastor, pois somente Ele (Deus) pode nos guiar pelas veredas da justiça (Sl 23:3b).
2. Qualificações diante dos homens. Estas qualificações referem-se ao comportamento, ou conduta ética, do cidadão dos céus diante dos homens, sejam estes salvos ou não. Refletem o caráter ideal do servo de Deus. Tais qualidades podem servir de parâmentro para a nossa auto-avaliação. Devemos julgar a nós mesmos (1Co 11:28,31).
a) Fala a verdade. O cidadão dos céus chegou a essa condição porque, um dia, creu na verdade (Jo 14:6b). Ele foi liberto pela verdade (Jo 8:32). Passou a adorar a Deus “em espirito e em verdade” (Jo 4:24). Foi santificado pela verdade (Jo 17:17). Em consequência, tem como característica básica ser pessoa que só fala “verazmente segundo o seu coração” (v.2b).
b) Não difama o próximo (v.3a). Difamar vem do Latim (diffamare), significando “tirar a boa fama ou o crédito”, falar mal de alguém. E isto é crime! O verdadeiro cidadão dos céus, o crente realmente salvo, não age assim. Se ele não poder falar bem do seu próximo (crente ou não), não há de falar mal. Tiago exorta a que não falemos mal uns dos outros (Tg 4:11).
c) Não faz mal ao próximo (v.3b). Fazer mal é próprio dos malignos, dos maldosos, dos impios, que “...não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém” (Pv 4:16). O cidadão dos céus demonstra, em todos os aspectos de sua vida, cultivar a benignidade, qualidade daquele que só faz o bem. Fazer o mal, no texto, tem um sentido amplo: refere-se a qualquer tipo de atitude que venha a prejudicar o próximo em qualquer circunstância, quer no aspecto moral, quer no social, quer no espiritual ou fisico. Quem faz o mal colherá o fruto do que anda semeando (Gl 6:7).
d) Não aceita afronta contra o seu próximo (v.3c). Afronta quer dizer ofensa, ultraje, humilhação, de modo agressivo, de uma pessoa contra outra. O cidadão do céu é capaz de suportar a afronta contra si mesmo, demonstrando o fruto do Espirito, da longanimidade, mas não “aceita nenhuma afronta contra o seu próximo”. O “espirito de fuxico” não pode existir no meio dos crentes em Jesus. O “disse-quie-disse” é instrumento utilizado pelo diabo para semear a intriga e a discórdia entre os irmãos. Numa casa de crentes, vimos certa vez um quadro, logo na entrada, em que estava inscritos “Aqui não se fala mal dos irmãos. Ora-se por eles”.
e) Despreza o réprobo (v.4a). Réprobo é sinônimo de reprovado, mal, perverso. O cidadão dos céus não pode aprovar, por ação ou omissão, o comportamento dos impios. Deve amá-los, espiritualmente, como Cristo os ama, mas desprezá-los em suas práticas pecaminosas. Neemias, ouvindo o falso convite de Sambalate, Tobias e Gesém, logo os desprezou: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (Ne 6:2-3). Jesus, diante da ameaça de Herodes, um governante reprobo, desprezou-o de imediato, chamando-o de raposa (Lc 13:32).
f) Honra aos que temem a Deus (v.4b). Os que temem a Deus, de modo geral, estão entre os que são considerados “como lixo deste mundo e como a escória de todos” (1Co 4:23). Desse modo, só quem está em condições de honrar aos que temem a Deus são os verdadeiros cidadãos do céu. Os pais crentes devem amar e honrar a seus filhos; estes devem honrar a seus pais; os esposos devem honrar as esposas e vice-versa; os fiéis devem honrar os pastores e estes aos fiéis.
g) Cumpre os seus compromissos (v.4c). O texto do salmo diz: “aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda”. No AT, as pessoas faziam juramento diante de contratos e acordos. No Novo Testamento, vemos que Jesus nos ensinou a não jurar nem pelo céu nem pela terra (Mt 5:34). Ele exortou seus seguidores a serem pessoas íntegras no cumprimento da palavra, dizendo: “Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não, por que o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5:37). Uma pessoa, que se diz cristã, e compra e não paga; pede dinheiro emprestado, prometendo pagar tal dia e, depois, fica evitando o credor, não é cidadã do céu. Que Deus guarde as igrejas desse tipo de gente.
h) Não empresta seu dinheiro com usura (v.5a). Pedir dinheiro emprestado não é coisa boa (Ver Pv 22:7). Às vezes, porém, certas circunstâncias obrigam o crente a fazê-lo. Se tivermos condições de ajudar alguém, concedendo-lhe um empréstimo, devemos fazê-lo de modo cristão e compassivo (Sl 37:26), sem explorar o próximo, nem lhe cobrando a usura.
i) Não aceita suborno (v.5b). Suborno quer dizer peita, corrupção. Subornar é dar dinheiro para conseguir alguma coisa que vá de encontro à moral e aos principios cristãos. O cidadão do céu jamais aceita tal prática seja contra o culpado e muito menos contra o inocente. No AT, o suborno era condenado com rigor (Is 1:23; 5:23; Ez 22:12). No mundo sem Deus, a prática do suborno é quase a regra. Mas, como cidadãos dos céus, devemos condenar esta prática.
III. A Promessa ao Cidadão do Céu
Seis palavras apenas são usadas, no final do salmo, para descrever o galardão do verdadeiro cidadão do céu: “quem faz isto nunca será abalado”. Isto é, quem age de acordo com as qualidades do verdadeiro cidadão dos céus, jamais sofrerá qualquer abalo. Jesus deixou bem claro que não é aquele que diz: “Senhor, Senhor!” que entrará no Reino do céus, mas o que faz a vontade de Deus (Mt 7:21).
O Senhor Jesus disse que muitos, naquele dia, alegarão que profetizaram, expulsaram demônios e até fizeram “muitas maravilhas” no seu nome (Mt 7:22). Mas tudo em vão, pois, embora agissem como se fossem justos, no íntimo, eram falsos crentes. Hoje, há pessoas que se admiram com as “maravilhas” que estão acontecendo por aí, em certos movimentos religiosos. Mas a promessa de Deus não é para quem opera milagres, nem para quem enche igrejas; é para quem tem e pratica as qualidades do verdadeiro cidadão dos céus.
Conclusão
Ser cidadão dos céus, ao mesmo tempo em que se é cidadão da terra, não é coisa fácil. Estamos num mundo em que a corrupção campeia por toda a parte, e, infelizmente, tem atingido até mesmo o meio evangélico em alguns casos. Contudo, conhecendo as qualidades do verdadeiro cidadão dos céus, devemos esforçar-nos, pedindo a Deus que nos ajude não só a entendê-las, mas a colocá-las em prática em nosso viver diário.
QUESTIONÁRIO
1. Quantas qualidades do cidadão dos céus são apresentadas no salmo?
2. Quais as qualidades do cidadão dos céus diante de Deus?
3. Que significa difamar?
4. Qual o ensino de Jesus sobre o juramento, em Mt 5:34?
5. Como deve ser o falar do crente?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

O Amor Fraternal

O AMOR FRATERNAL

Dennis Allan
Num livro que desafia todo cristão a ser santo como servo e imitador de Jesus Cristo, encontramos uma ênfase especial no amor fraternal. A primeira carta de Pedro destaca vários atributos importantes do amor entre irmãos:
1.É sincero. Muitos demonstram um amor superficial e artificial, ao se recusarem a fazer qualquer sacrificio para beneficiar os outros. Mas o amor dos discipulos de Jesus não é fingido (1:22).
2.É de coração (1:22). Este amor não é apenas “da boca para fora”. É uma genuina preocupação com os irmãos.
3.É ardente (1:22) e intenso (4:8). O verdadeiro servo do Senhor ama com fevor.
4.Trata os irmãos como amigos (3:8-11). Este amor se manifesta na compaixão, misericórdia e humildade. Jamais procura a vingança, e não usa a lingua para falar mal. O amor fraternal busca a paz.
5.Cobre os pecados dos outros (4:8). A mesma expressão em Tiago 5:19-20 explica o sentido desta linguagem. O amor não minimiza os pecados, nem passa a mão na cabeça do pecador. O verdadeiro amor corrige o pecador para ajudá-lo a se arrepender e voltar para op Senhor. Os pecados perdoados são cobertos e não voltarão para condenar o pecador resgatado.
6.Demonstra a hospitalidade e se dedica no serviço aos outros (4:9-10). O próprio Jesus veio para servir, não para ser servido (Mateus 20:28). Devemos imitar a mesma atitude de serviço humilde.
7.Saúda os irmãos com amor (5:14). O cumprimento entre irmãos reflete o amor mútuo que existe na familia de Deus.
Todos os que buscam a santificação como discipulos de Jesus devem demonstrar “o amor fraternal não fingido”, amando “uns aos outros ardentemente” (1:22).

Nenhuma Comunhão com os Incrédulos

NENHUMA COMUNHÃO COM OS INCRÉDULOS
Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras, e eu vos recebereis, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espirito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus. (2Co 6:14-18 e 7:1)

Farinha Pouca, meu pirão Primeiro

“FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO”

O EGOÍSMO
1Co 10:24
INTRODUÇÃO
Este provérbio popular ressalta o sentimento egoísta comum na sociedade sem Deus. Levar vantagem sempre tem sido a filosofia de muitos que não pensam no irmão e no próximo. Veremos como a Bíblia condena o egoísmo, o egocentrismo e o individualismo. Nossas prioridades devem ser acertadas.
I. O que é o Egoísmo
Segundo A Enciclopédia de R.N. Champlin, o egoísmo é a idéia de que todos os atos de uma pessoa, bons e maus, são auto-orientados, isto é, feitos por interesse próprio, ainda que em alguns casos essa atitude possa ser perfeitamente disfarçada.
II. O Egoísmo na Bíblia
a) Suas muitas formas: Acumular e não repartir alimento (Pv 11:26; Mt 25:35); Cobiçar propriedades (Is 5:8); Desprezar os direitos dos outros (Ez 34:18; Os 10:1; Hc 2:6; Zc 7:6). Negligenciar o necessitado e os que sofrem (Mt 25:43); Manter-se indiferente para com os pecadores (Mt 27:3,4), etc.
b) Exemplos de egoísmo na Bíblia: Nabal recusa a dar alimento a Davi (2Rs 7:8; Is 25:11); A presunção egoísta de Hamã (Et 6:6; Is 56:11); Tiago e João buscando para si os melhores lugares (Mc 10:37); o sacerdote e o levita que negligentemente passam indiferentes pelo homem ferido (Lc 10:31,32; Fp 2:21), etc.
III. O Altruísmo
A palavra altruismo vem do latim alter, que quer dizer “outro”. Assim, Champlim nos diz que o altruismo é a devoção ao interesse do próximo, ou ação desinteressada. O perigo, porém é o egoismo disfarçado de altruismo, pois de nada adiantaria, como afirmou Paulo em 1Co 13:3.
Textos e exemplos biblicos de altruismo e generosidade: Fp 2:4; Abraão em Gn 13:9; José em Gn 50:21; Moisés em Nm 11:29; Jônatas em 1Sm 18:4; Daniel em Dn 5:17; Paulo em 1Co 10:33; Cristo em 2Co 8:9.
Conclusão: Reparta a farinha e coma do pirão da generosidade
Ficar por último às vezes é ser o primeiro. Lança o teu pão, reparte, pois como disse o sábio em Eclesiastes você não conhece o futuro (Ec 11:1,2). O egoismo deve ser rechaçado da vida da Igreja. Devemos ser conhecidos pelo amor, pela generosidade e pelo altruismo. Dos dez mandamentos, seis são sobre como amar o próximo. Êx 20.
(EXTRAÍDO da “Explicando as Escrituras” Jovens e Adultos 2 Semestre/2005))

Exortação à Unidade

EXORTAÇÃO À UNIDADE
Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer. Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo? Dou graças (a Deus) porque a nenhum de vós batizei, exceto Crispo e Gaio; para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome. Batizei também a casa de Estéfanas; além destes, nãop me lembro se batizei algum outro. Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo. (2Co 1:10-17)

Deus Jamais Desistiu de Você

DEUS JAMAIS DESISTIU DE VOCÊ

Sabe, diante de tantas tragédias que tem acontecido, eu tenho pensado muito em você, em, como você tem conseguido viver longe de Deus, porque apesar de todas as lutas que você enfrentava, mesmo estando dentro da Igreja, pare para pensar, você era muito mais feliz, não era?
Eu sei que você deve pensar, mas o que as pessoas vâo dizer, não importa o que vâo dizer ou pensar, o que importa na verdade é você ser feliz, então aproveite esta oportunidade que o Senhor Jesus está lhe dando, porque apesar de você ter desistido de continuar lutando, ele jamais desistiu de você e continua de braços abertos para você.

As Bênçãos decorrentes da Obediência

AS BÊNÇÃOS DECORRENTES DA OBEDIÊNCIA
“Portanto, se obedeceres de fato à voz de Iahweh teu Deus, cuidando de pôr em prática todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, Iahweh teu Deus te fará superior a todas as nações da terra”.
Estas são as Bênçãos que virão sobre ti e te atingirão, se obedeceres à voz de Iahweh teu Deus:
Bendito serás tu na cidade, e bendito serias tu no campo!
Bendito será o fruto do teu ventre, o fruto do teu solo, o fruto dos teus animais, a cria das tuas vacas e a prole das tuas ovelhas!
Bendito será o teu cesto e a tua amassadeira!
Bendito serás tu ao entrares, e bendito serás tu ao sáires!
Iahweh te entregará, já vencidos em tua frente, os inimigos que se levantarem contra ti; sairão contra ti por um caminho, e por sete caminhos fugirão de ti.
Iahweh ordenará que a bênção permaneça contigo, em teus celeiros e em todo empreendimento da tua mão; e te abençoará na terra que Iahweh teu Deus te dará.
Iahweh te constituirá para si como povo que lhe é consagrado, conforme te jurou, se observares os mandamentos de Iahweh teu Deus e andares em seus caminhos.
Todos os povos da terra verão que levas o nome de Iahweh, e ficarão com medo de ti.
Iahweh te concederá abundância de bens no fruto do teu ventre, no fruto dos teus animais e no fruto do teu solo, este solo que Iahweh jurou aos teus pais que te daria.
Iahweh abrirá o seu bom tesouro para ti, o céu, para dar no tempo oportuno a chuva para a tua terra, abençoando todo trabalho da tua mão; e emprestarás a muitas nações, porém nada tomarás emprestado.
Iahweh te colocará como cabeça, e não como cauda; estarás sempre por cima, e não por baixo, se ouvires os mandamentos de Iahweh teu Deus, que hoje te ordeno observar e pôr em prática, sem te desviares para a direita ou para a esquerda de qualquer uma das palavras que hoje vos ordeno, indo seguir outros deuses e servi-los. (Dt 28:1-14)

A Vocação dos Santos

A Vocação dos santos
Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. (2Co 1:26-29).

A Vitória de Cristo e o seu Domínio sobre as Nações

A VITÓRIA DE CRISTO E O SEU DOMÍNIO SOBRE AS NAÇÕES
Salmo 2:1-12
INTRODUÇÃO
O salmo segundo é um cântico messiânico. Nele, vê-se a vitória de Cristo, o Ungido de Deus, sobre as nações rebeldes e a implantação do seu Reino Eterno. Este salmo pode ser melhor compreendido, se visto em quatro cenários, a cada três versiculos.
I. A Rebelião das nações
1. Contra Deus
a) A pergunta irada de Deus. “Porque se amotinam as nações... Os reis da terra se levantam, e os principes juntos se mancomunam contra o Senhor...?” É uma pergunta irada contra o absurdo da natureza humana, no seu atrevimento em levantar-se contra o Deus Todo-poderoso!
b) A origem da rebelião. Trata-se de um prolongamento da rebelião iniciada nos céus, por Lúcifer. O adversário de Deus e de seu povo, não podendo lutar diretamente contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores, sempre procurou, ao longo dos séculos, encontrar lugar no coração dos homens, levantando-os contra a soberania de Deus, contra suas leis e principios.
c) A imaginação vã dos povos (v.1b) Os povos e seus governantes, tanto no passado quanto no presente, sempre deram lugar a imaginações vãs contra Deus. Filósofos e até teólogos chegaram a “decretar” a morte de Deus! É como se o vaso pudesse ter argumentos contra o oleiro (Is 29:16-17).
Na Espanha, o imperador romano, Diocleciano, mandou erigir um monumento, no qual se inscreveu: “A Diocleciano, máximo Hércules de César Augusto, por ter estendido o Império Romano de Leste a Oeste, e por ter apagado o nome dos cristãos”. É “o caso entre os outros cacos de barro” (Is 45:9), contendendo com o oleiro.
2. Contra o Filho de Deus
a) “Rompamos suas ataduras e sacudamos suas cordas” (v.3). O Evangelho de Cristo trouxe ao mundo a mensagem que liberta o homem do pecado, do diabo, mas que, ao mesmo tempo, liga o homem a Deus, através de ataduras espirituais, de cordas de amor. “Tomai sobre vós o meu jugo...porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11:29-30). Em lugar do jugo de Cristo, as nações preferem o julgo do pecado.
b) Os sistemas mundiais contra Cristo. A última parte do versiculo 2 do Salmo diz: “...e contra o seu ungido”. Não podia ser diferente. Os sistemas das nações estão arregimentados contra o Ungido de Deus. É que as nações rejeitaram e rejeitam a Jesus Cristo como o seu Senhor. Todos os sistemas do mundo estão se preparando para servir o Anticristo. Ver Jo 15:18; At 4:26-27.
3. Contra a igreja. A rebelião das nações contra Deus e contra o seu Ungido vem materializando-se de forma sistemática e cruel contra a Igreja de Cristo. Nero (66 a 68), Marco Aurélio (161 a 180 a.D.), Septímio Severo (202-211), entre outros imperadores romanos, mataram muitos cristãos, lançando-os às feras, trucidando-os, queimando-os vivos etc. Hoje, nos países muçulmanos, a Igreja é ferozmente perseguida.
II. A Resposta de Deus à Rebelião das Nações
No segundo cenário, vemos a maneira pela qual Deus responde à rebelião das nações.
1. Deus responde, rindo (v.4a). “Aquele que habita nos céus se rirá”. É algo um tanto inusitado para nós, que fomos ensinados a ver Deus sempre sério, severo, de semblante grave e circunspecto. Mas, diante do ímpio, dos rebeldes, Deus se ri (Sl 37:13; Sl 59:8).
2. Deus responde, zombando (v.4b). “...o Senhor zombará deles”. Deus não se ri nem zomba daqueles que o honram. Mesmo diante da morte do pecador, Deus não se ri nem zomba (Ez 33:11). Entretanto, diante dos seus inimigos, diante daqueles que deliberadamente se levantam contra Ele, Deus não somente se ri, mas zomba deles.
3. Deus responde com ira (v.5). “Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá”. Deus contempla a rebelião das nações, e começa a rir. Ele não se deixa escarnecer (Gl 6:7). Dos imperadores que perseguiram os cristãos, praticamente todos tiveram morte cruel. De um, os olhos saíram da órbita; outro foi estrangulado, ainda outro morreu afogado; dois suicidaram-se, cinco foram assassinados pelos seus servos. Jujião, o apóstata, levantou a espada para o céu, desafiando o Filho de Deus, a quem chamava, zombando, de “o Galileu”. Mas, quando caiu moribundo, gritou para os céus: “Tu venceste! Tu venceste, Galileu!” Deus se ira! “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31). Ver Isaías 40:15,17.
III. O Reinado do Messias
1. Sua primeira manifestação. “O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei”. A expressão refere-se, literalmente, a dar à luz um filho. Nos países orientais, referia-se à apresentação do filho do rei ao povo. Espiritualmente, porém, é uma referência a Cristo, o Filho de Deus. Em Marcos 1:1., lemos: “Principio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Trata-se, pois, de uma visão da proclamação de Cristo “como Filho de Deus e à sua unção como profeta, sacerdote e rei” (Nota da BEP, p. 818).
2. Seu cumprimento escatológico (vs. 8-9). No terceiro cenário, vemos o Reino Messiânico que será implantado após a segunda etapa da volta de Cristo. Na primeira fase de seu segundo advento, Ele será recebido apenas por aqueles que o aceitaram como Rei. Mas, na segunda fase. Jesus há de ser reconhecido por todos como o Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Todos hão de se submeter ao seu senhorio. Todos, sem exceção! As nações mais rebeldes e contumazes hão de se curvar diante do cetro do Filho de Deus.
3. Jesus reinará sobre todas as nações (v.8). “Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão”. Este é o oferecimento legitimo do Senhor de toda a Terra ao seu Filho, ao seu Ungido. A promessa do domínio universal de Cristo cumprir-se-á quando da implantação do Reino Milenial (Zc 9:10; Dn 2:34-35; 44-45).
4. O juizo implacável de Cristo sobre as nações (v.9)
a) A vara de ferro. “Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro”. Normalmente, um rei não usa vara ou cetro de ferro, que é material inferior, mas de puro ouro. Contudo, no texto em apreço, vemos que Cristo, para esmagar o poderio das nações, usará uma força implacável, representada pela “vara de ferro”: um instrumento de castigo e juízo sobre todos os reinos e nações rebeldes.
b) A fragilidade das nações. As nações serão esmigalhadas como se fossem vasos de barro sob o peso do juízo divino. Apesar de seu poderio bélico, econômico, politico e tecnológico, elas serão destruidas pela força do braço do Senhor. Conforme viu Daniel, todos os reinos serão espalhados como a “pragana das eiras no estio, e o vento os levou...” (Dn 2:35). Nem o Anticristo com todo o seu esquema poderá evitar que isto se suceda. Ele também será fragorosamente derrotado pelo Ungido de Deus.
IV. A Conclamação de Deus às Nações
No último cenário do Salmo 2. Deus, em sua infinita misericórdia, conclama as nações rebeldes a obedecê-lo, dando prova de reverência, honra e respeito àquEle a quem odiaram durante tantos séculos. Esta conclamação é apresentada em cinco exortações distintas:
1. Exortação à prudência. “Agora, pois, ó reis, sede prudentes” (v.10a). O Rei dos reis, como que lhes dando “um puxão de orelhas”, diz aos governantes: “Sejam prudentes, tenham juízo”. É uma lição para quem deseja realmente servir a Deus; devem fazê-lo com redobrada prudência e não de qualquer maneira.
2. Exortação ao aprendizado divino. “...deixai-vos instruir, juízes da terra”. Os juízes e os magistrados são chamados à responsabilidade. São intimados a deixarem-se instruir pelo Senhor. Jesus convida a todos a aprenderem com Ele (Mt 11:29).
3. Exortação a temer a Deus. “Servi ao Senhor com temor...” (v.11a). As nações rebeldes, derrotadas por Cristo, são convocadas a prestarem serviço com temor ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, que terá o dominio universal.
4. Exortação à alegria. “...e alegrai-vos com tremor” (v.11b). Deus quer que o sirvamos com temor, mas também com alegria (Sl 100:2). Mas não é uma alegria qualquer. É um misto de alegria e temor. É a alegria reverente e a reverência jubilosa.
5. Exortação à adoração ao Senhor Jesus. “Beijai o Filho para que não se ire...” (v.12). Quem o odiava, terá de beijá-lo. Trata-se de um sinal de reverência, de respeito, de consideração. Os cristãos dos primeiros séculos usavam o beijo (ósculo) santo (1Co 16:20; At 20:37). As consequências para os que não se dispuserem a beijar o Filho será a morte, o furor e a ira do Todo-poderoso (v.12c).
Conclusão
O Salmo 2 mostra-nos, acima de tudo, que toda a rebelião contra Deus será esmagada pelo poderio irresistível do Reino Eterno de Cristo, o Filho Ungido de Deus. Só haverá um escape para as nações: beijar o Filho, ou seja, honrar a Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Questionário
1. Como podemos classificar o Salmo 2?
2. Qual a origem da rebelião das nações contra Deus?
3. Como Deus responde à rebelião das nações?
4. Quando Jesus reinará sobre todas as nações?
5. Quais as exortações de Deus às nações rebeldes?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

A Sementeira e a Colheita

A SEMENTEIRA E A COLHEITA
E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceilherá. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito:”Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus”. Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus. Visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuis para eles e para todos,enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós.
Graças a Deus pelo seu dom inefável! (2Co 9:6-15)

A Sabedoria; Discurso aos Indiferentes

A SABEDORIA: DISCURSO AOS INDIFERENTES
A Sabedoria apregoa pelas ruas, nas praças levanta a voz; grita nas encruzilhadas, e nas portas da cidade anuncia: “Até quando, ingênuos, amareis a ingenuidade, e vós zombadores, vos empenhareis na zombaria; e vós, insensatos, odiareis o conhecimento? Convertei-vos à minha exortação: eis que vos derramarei o meu espirito e vos comunicarei minhas palavras. Porque vos chamei, e recusastes, estendi a mão e não fizestes caso, recusastes os meus conselhos e não aceitastes minha exortação: por isso vou rir da vossa desgraça, vou me divertir quando vos chegar o espanto. Quando vos sobrevier o espanto como tempestade, quando vossa desgraça chegar como um turbilhão, quando cairem sobre vós a angústia e a aflição! Aí vão me chamar, e eu não responderei; vão me procurar e não me encontrarão! Porque odiaram o conhecimento e não escolheram o temor de Iahweh; não aceitaram o meu conselho e recusaram minha exortação; comerão, pois o fruto dos seus erros, ficarão fartos dos seus conselhos! Porque a rebelião de ingênuos os levará à morte, a despreocupação de insensatos acabará com eles; mas quem me escuta viverá tranquilo, seguro e sem temer nenhum mal”. (Pv 1:20-33)

A Oração Perseverante Alcança Sempre a Resposta

A ORAÇÃO PERSEVERANTE ALCANÇA SEMPRE A RESPOSTA
Salmo 40:1-11
INTRODUÇÃO
Davi, ao compor o Salmo 40, tinha em sua alma a gratidão a Deus por tê-lo livrado de uma tribulação comparada a “um lago horrível” e a “um charco de lodo”. A paciência e a perseverança na oração constituem-se numa prova de confiança incondicional na bondade de Deus, no seu amor, no seu cuidado, na sua provisão.
I. A Paciência na Oração
1. A oração faz parte de nossa disciplina pessoal. Ela não pode ser uum mero hábito. Não pode ser uma reza, nem vãs repetições. Davi tinha experiência quanto ao exercicio da oração. “Esperei com paciência no Senhor...” (v.1). No hebraico, a expressão literal é “esperei e esperei” ou “esperando, esperei”. Ele orava sistematicamente três vezes ao dia: pela manhã, ao meio-dia e à tarde (Sl 55:17). Homens e mulheres de oração demonstraram, ao longo da história sagrada, possuir disciplina nesse aspecto. Daniel também orava três vezes ao dia (Dn 6:10). A oração é uma arma poderosa na vida do crente. Disse certo pregador: “Satanás ri da nossa sabedoria, zomba de nossas pregações, mas treme diante de nossas orações”.
2. A oração implica em nossa comunhão com Deus. Orar não é repetir frases decoradas. Orar é conversar com Deus. É chegar “com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:16). Em nossa vida devocional, que inclui a leitura bíblica, o louvor e a oração, esta constitui-se no meio pelo qual entramos em contato com Deus.
II. A Recompensa da Oração Paciente
1. Deus se inclinou para o seu servo (v.1b). Quer dizer que Deus se voltou para Davi, atraído por sua paciente súplica. No Salmo 113:6, o salmista declara: “O Senhor nosso Deus, que habita nas alturas, se curva para ver o que está nos céus e na terra”. É evidente que o Altíssimo não precisa inclinar-se para ver algo, mas, no salmo, o escritor quer dizer que Deus atentou para a sua prece.
2. Deus ouviu o seu clamor. Davi esperou no Senhor. Respostas à oração nem sempre são imediatas. Se assim fosse, muitos crentes poderiam pensar serem merecedores das bênçãos de Deus. No caso em estudo, a resposta ao clamor do salmista teria demorado bastante. Isto, segundo a avaliação do próprio Davi. Mas, para Deus, a resposta foi dada no tempo oportuno.
3. Deus tirou seu servo de uma tribulação tremenda (v.2a). A expressão “tirou-me dum lago horrível, de um charco de lodo” dá idéia da situação angustiante em que Davi se encontrava. Charco de todo, em outra tradução, equivale a “um tremedal de lama”, ou pantanal, em que não há qualquer firmeza: quanto mais a pessoa tenta deslocar-se, mais afunda.
4. Pôs os seus pés sobre uma rocha e firmou-lhe os passos (v.2b). Não foi isto o que Deus fez conosco? Ele nos salvou e nos pôs sobre a Rocha dos Séculos – Jesus. Feliz o homem que tem a sua casa (sua vida) edificada sobre a Rocha (Mt 7:24).
5. Pôs um novo cântico na sua boca (v.3). O versiculo não se refere apenas a uma nova canção composta pelo salmista, mas a uma nova forma de louvor ao Senhor. No hebraico, temos literalmente, “um novo cântico de louvor a Deus”. De fato, na última parte do versículo, o escritor acrescenta: “um hino ao nosso Deus”. Para que isso aconteça, é necessário que atendamos ao que diz Paulo: “...mas enchei-vos do Espirito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coraao...” (Ef 5:18:b-19).
III. O Efeito do Louvor a Deus
1. Muitos o verão e temerão ao Senhor (v.3b). Quando um servo de Deus o louva, dando testemunho em gratidão pelos livramentos e bênçãos recebidos, muitas são as pessoas que se despertam para buscar e temer a Deus.
2. Muitos confiarão no Senhor. Diante do testemunhão agradecido e do poderoso livramento que o Senhor concedeu ao seu servo, muitos passaram a confiar em Deus. Os sinais do poder divino são mais necessários hoje do que nos tempos do AT e dos apóstolos.
IV. Um Louvor Profético (vs 4-8).
1. Bem-aventurado o que confia no Senhor (v.4a). No texto em estudo, vemos o salmista afirmar que é bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança.
2. Bem-aventurado o que não respeita os soberbos nem os mentirosos (v.4b). Não sabemos porque o salmista incluiu esta referência no seu louvor. Certamente, teria ele passado pela amarga experiência de ter de lidar com os sobrerbos e mentirosos. Por isso, conclui, afirmando que não é certo dar valor a tais individuos.
3. As maravilhas de Deus são inumeráveis (v.5). Davi passou a exaltar o Senhor, dizendo que suas maravilhas são muitas, e que os pensamentos do Altíssimo não se podem contar. Jó também percebeu que as maravilhas de Deus são incontáveis (Jó 9:10). Da mesma forma, nosso Senhor Jesus Cristo, quando de seu ministério tereno, operou tantas coisas que, se fossem todas escritas, “nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (Jo 21:25).
4. A pontando para Cristo (v.6). “Sacrificio e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste”. Apontando para Cristo, o salmo afirma, profeticamente, que os velhos rituais e sacrificios involuntários de animais não seriam suficientes para agradar a Deus. O que conta, para Deus, é o novo concerto, através do sacrificio voluntário de Jesus, conforme Hebreus 10:5-10. O texto do v.6 foi citado literalmente em Hebreus 10:7, mostrando que Cristo cumpriu a vontade de Deus na obra da redenção. (Ver Isaías 53:11).
5. A alegria em fazer a vontade de Deus (v.8). Não adianta louvar a Deus só na aparência ou apenas da boca para fora. Se assim agirmos, nosso louvor jamais chegará aos céus. Devemos fazer a vontade de Deus com alegria, porque a sua vontade é “boa agradável e perfeita” (Rm 12:2).
V. O Tema da pregação que agrada a Deus
Nesstes versículos, o salmista, após reconhecer o livramento de Deus, e louvá-lo de modo solene, passa a enumerar o que constitui os temas de sua pregação.
1. A justiça de Deus (v.9-10a). Há igrejas em que não se fala mais no sangue de Jesus. Fala-se apenas em amor, paz, bondade etc. Entretanto, se o pecador não se convencer de que está diante de um Deus que é amor, mas também justiça, jamais virá a sentir a miséria de seus pecados.
2. A fidelidade de Deus (v.10b). O salmista declara ter apregoado a fidelidade do Senhor. É importante que os ouvintes da Palavra de Deus saibam que Ele é fiel, e que vela pela sua palavra (Jr 1:12b).
3. A salvação de Deus (v.10b). Paulo encarou essa tarefa com tanta responsabilidade, que declarou: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho” (1Co 9:16).
4. A benignidade de Deus (v.10c). O salmista maravilha-se ante a benignidade do Senhor: “Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! E por isso os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas” (Sl 36:7). Isso quer dizer que os homens são salvos, não por seus méritos, e sim pela benignidade, ou misericórdia, de Deus.
5. A verdade de Deus (v.10c). A verdade de Deus tem atributos maravilhosos: guia e ensina (Sl 25:5); é pavês e escudo (Sl 91:4). O Espirito Santo é o Espirito da verdade (Jo 14:6; 16:13). A palavra de Deus é a verdade que santifica (Jo 17:17).
VI. Oração de Quem Continua a Esperar em Deus (v.11-17)
1. Rogando pela prontidão divina (v.11). Davi pede a Deus que não detenha para com ele a sua misericórdia, suplicando-lhe que a sua benignidade e verdade guardem-no continuamente. Não parece contrasenso que ele assim ore, quando, no inicio do salmo, demonstra ter esperado pacientemente? Não! Na verdade, isso acontece com os servos de Deus. Embora julguem possuir muita fé, voltam ao vale da realidade para então reconhecerem que precisam sempre mais de Deus.
2. Rodeado de males e inimigos (v.12-14). No inicio do texto, o salmista louva a Deus por tê-lo livrado de “um lago horrível, de um charco de lodo”, referindo-se a uma situação especifíca. No verso 12, revela que continua cheio de problemas, dependendo do socorro divino. No versiculo seguinte (13), roga que o Senhor se apresse em auxiliá-lo. No verso 14, mostra ele que tem inimigos que buscam tirar-lhe a vida, por isso suplica a Deus que sejam estes confundidos. Em nossa vida, também acontece isso. Jesus disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16:33b).
Conclusão
Ao fim de sua oração, Davi conforta os que buscam ao Senhor e a sua salvação, exortando-os a professar: “Engrandecido seja o Senhor” (v.16). Finalmente, o salmista declara sua confiança, dizendo que é pobre e necessitado, mas o Senhor cuida dele, como seu auxílio e libertador.
Por isso, precisamos continuar buscando e louvando a Deus, pois somente Ele pode libertar e cuidar dos que nEle confiam.
Questionário
1. Que significa a expressão “ele se inclinou para mim”?
2. No salmo 40, que significa “um novo cântico na minha boca”?
3. Na lição, quais os efeitos do louvor a Deus?
4. De acordo com o texto estudado, como devemos fazer a vontade de Deus?
5. Quais os temas que Davi usou na pregação?
(EXTRAÍDO da “Lições Bíblicas” Jovens e Adultos 3 Trimestre de 1997)

A Mensagem da cruz

A MENSAGEM DA CRUZ
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruidos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. (2Co 1:18-25)

Carta de Jeremias

CARTA DE JEREMIAS
“Cópia da carta que Jeremias enviou aos que iam ser levados para Babilônia como prisioneiros pelo rei dos babilônios, a fim de lhes dar a conhecer o que lhe fora ordenado por Deus”.
É por causa dos pecados que cometestes diante de Deus que seria levados para Babilônia como prisioneiros por Nabucodonosor, rei dos babilônios. Quando chegardes, pois, a Babilônia, ai estareis por muitos anos e por longo tempo, até sete gerações. Depois disto, porém, vos farei sair de lá em paz. Em Babilônia vereis deuses de prata, ouro e madeira, carregados aos ombros e inspirando temor às nações. Tomai cuidado, portanto, para não procederdes semelhantemente. (Baruc 6:1-4a)

domingo, 21 de dezembro de 2008

Monólogo do Natal

Monólogo do Natal

Não gosto de você Papai Noel.
Também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia.
Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humildade, jogavam pedra nessa fantasia.
Você talvez nem se recorde mais. Cresci depressa, me tornei rapaz, sem esquecer, no entanto, o que passou.
Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente e, à noite inteira, eu esperei contente.
Chegou o sol e você não chegou.
Dias depois, meu pobre pai cansado trouxe um trenzinho feio, empoeirado, que me entregou com certa exitação. Fechou os olhos e balbuciou: "É pra você, Papai Noel mandou". E se esquivou, contendo a emoção.
Alegre e inocente nesse caso, eu pensei que meu bilhete com atraso, chegara às suas mãos, no fim do mês.
Limpei o trem, dei corda, ele partiu dando muitas voltas.
Meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez. O resto só eu pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade.
Meu pai chegou um dia e disse, a ledo: "Onde é que está aquele seu brinquedo? Eu vou trocar por outro, na cidade".
Dei-lhe o trenzinho quase a soluçar, e como quem não quer abandonar um mimo que nos deu, quem nos quer bem, disse medroso: "O senhor vai trocar ele? Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele. E por favor, não vá levar meu trem".
Meu pai calou-se e pelo rosto veio descendo um pranto que eu ainda creio, tanto e santo, só Jesus chorou.
Bateu a porta com muito ruído, mamãe gritou; ele não deu ouvidos. Saiu correndo e nunca mais voltou.
Você Papai Noel, me transformou num homem que a infância arruinou. Sem pai e sem brinquedos. Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre para a riqueza do menino pobre que sonha o ano inteiro com o Natal.
Meu pobre pai doente, mal vestido, para não me ver assim desiludido, comprou por qualquer preço uma ilusão e, num gesto nobre, humano e decisivo, foi longe pra trazer-me um lenitivo, roubando o trem do filho do patrão.
Pensei que viajara, no entanto, depois de grande, minha mãe, em prantos, contou-me que fôra preso. E como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia. Foi definhando, até que Deus um dia entrou na cela e o libertou pro céu.
(Aldemar Paiva

sábado, 6 de dezembro de 2008

Ovelhas não Pastoreadas

OVELHAS NÃO PASTOREADAS

Maurice Roberts
Se não estamos enganados, há um crescente número de crentes infelizes. Sua infelicidade não resulta de uma natural indiferença ou de um descontentamento temperamental, e sim de sua insatisfação com aquilo que, em suas igrejas, lhes está sendo oferecido sob o nome de adoração e pregação. Sentimos profunda compaixão por esses crentes. Eles merecem atenção especial, e devemos orar com regularidade em seu favor.
Nas últimas décadas, tem existido tantos ventos de doutrina soprando sobre as igrejas, que com justiça podemos dizer: tais vemos de doutrinas atingiram proporções de um tufão. Mas o problema não se limita á doutrina. Estende-se a formas e estilos de adoração pública. Se tem fundamento os rumores que chegam aos nossos ouvidos, parece que metade das igrejas que outrora eram saudaveis e evangélicas entraram em uma segunda infância. Com frequencia, a única qualificação necessaria para que os adoradores recebam aceitação de seus lideres é serem capazes de levantar as mãos e balançarem-nas, assim como as folhas de uma palmeira ao vento, e serem fluentes em falar palavras incompreensiveis. Possuir uma mente capaz de avaliar essas coisas é uma desvantagem positiva, visto que coloca a pessoa que a possui na indesejável posição de compreender quao ridicula e sem proveito é essa situação.
Igrejas em confusão
Devem existir diversos fatores que levaram igrejas evangelicas, no passado grandes e firmes, a decidirem-se por uma adoração infantil. Um desses fatores é a necessidade que muitos sentiram quando ao cuidado pelos jovem. Entre 1960 a 1970 ficou evidente que a geração em crescimento estava se tornando desinteressada em ir às igrejas. Os jovens não eram mais atraidos aos cultos pelos velhos hábitos das gerações anteriores, mas foram envenenados em relação às coisas de Deus por meio da música popular daquela época e por meio da galopante influência da televisão e dos esportes.
Esse fenômeno levou muitos lideres de igrejas evangélicas a se preocuparem intensamente a respeito de sua “imagem” aos olhos dos jovens. Pensava-se que não era mais possivel aos pais crentes disciplinarem seus lares ou preservarem seus filhos incontaminados pelo mundo. A culpa, dizia-se, era da própria igreja, que permanecia “antiquada” e não proporcionava “empolgação” ou “atrativos”. Se os jovens deveriam ser preservados do mundo, novos e mais estimulantes estilos de adoração precisavam ser introduzidos na igreja. Desse modo, o argumento se propagou.
Sem dúvida, esse tipo de raciocinio resultou em uma boa medida de incredulidade. Os lideres, em muitos casos com bons motivos e pressentimentos intimos, cederam aos jovens a maneira de conduzir a adoração na igreja. Pouco a pouco, a confusão se espalhou. Seriedade e ordem, antes sustentadas como virtudes elementares na adoração ao Todo-Poderoso, foram ridicularizadas como arqui-inimigas da adoração espiritual. “Liberdade e espontaneidade” tornaram-se as novas regras da adoração. Afinal de contas, onde está o Espirito do Senhor, ai há liberdade; e não deveria tal liberdade estar disponivel a todos os crentes? Acabemos com os grilhões que prendiam as gerações anteriores! Finalmente, chegara a época da adoração. Homens, mulheres, crianças e jovens, todos deveriam ter liberdade de participarem ativa e audivelmente. Os resultados estão conosco até hoje. Os frutos de uma anarquia geral de adoração são estes: o barulho suplanta a reverência e a superficialidade substitui a maturidade espiritual, enquanto outras coisas menos importantes reduzem o tempo da pregação da Palavra. Como alguém tem dito, o adorador tipico bem poderia deixar em casa a sua cabeça ao vir à igreja, porque essa parte de seu corpo é irrelevante enquanto participa desse tipo de culto.
Grande prejuizo aos verdadeiros crentes
Nosso propósito ao salientar esses males é procurar mostrar quão prejudicial eles são ao verdadeiro rebanho de Cristo. Aqueles que desejam alimentar sua alma e vêm à igreja com interesse podem ficar alarmados e ofendidos diante dessa adoração superficial. Os filhos da graça sabem que Deus é glorioso em santidade. Eles vão à casa do Senhor com reverencia e temor. O Espirito Santo lhes ensina que precisam ter uma atitude sublime e reverente em relação a qualquer coisa e a tudo que se refere à adoração a Deus. Anelam sentir a presença de Deus em seus corações e desejam muito que a verdade de Deus se torne poderosa e clara em suas mentes. Ficam indignados em seus corações, quando vêem outros crentes adorando motivados por coisas irrelevantes, quer na adoração, quer na pregação. Sentem-se tristes, pois sabem que o Espirito do Senhor está sendo entristecido.
Infelizmente, isso é o que está acontecendo em igrejas evangélicas de todas as denominações. Crentes sérios, que seriam capazes de dar a sua vida por Cristo, se lhes fosse exigido, estão sendo levados a sentirem-se mal acolhidos em suas próprias igrejas. Sua espiritualidade é considerada como desajeitada. Grande parte dos crentes maduros na igreja estão sentindo-se isolados por seus companheiros, por não poderem entoar canções festivas que os outros utilizam em nome da “adoração”. Assim, existe uma situação em que o culto é frequentemente um teste de paciência, ao invés de ser um tempo de devoção para o povo de Deus. Os crentes maduros não querem criar problema, mas suas consciências agravadas não podem aprovar as novas músicas, cânticos e hinos, as gesticulações e a nova atmosfera nos lugares onde anteriormente eles e seus pais adoravam a Deus com santo temor.
A espiritualidade em jogo
Sem dúvida, essa não é uma simples questão de época ou de geração. Mais do que isso, é uma questão de espiritualidade, maturidade e conhecimento. Existem crentes velhos que se comportam como crianças. Mas, graças a Deus, também existem crentes novos que tem feito bom uso das Escrituras, de livros evangélicos e confissões de fé ao ponto de serem já crentes firmes e bem instruídos.
Pessoas espirituais vem à igreja para encontrar-se com Deus; não desejam que entretenimento lhes seja oferecido. Aqueles que desejam entretenimento podem obtê-lo a qualquer hora, indo a teatro e lugares de diversão, onde lhes será abundantemente oferecido por pessoas do mundo. Na vida cristã, existe lugar para diversão e alegria saudável e pura. O povo de Deus precisa tempo de sorrir, assim como as outras pessoas. Enquanto eles evitam formas de entretenimento mundanos, não se recusam a ocasionalmente desfrutarem de alegria e despreocupação. Mas o povo de Deus não vai à igreja em busca de divertimento. Não procura entretenimento, tampouco sente-se tranquilo ao encontrá-lo na igreja. Adoração e entretenimento nunca andam juntos; adoração e leviandade jamais caminham lado a lado.
O que está em jogo em tudo isso é aquela preciosa coisa que chamamos espiritualidade. O homem espiritual treme diante da Palavra de Deus e possui um elevado conceito sobre cada aspecto e elemento da adoração a Deus. Ele não apenas exige espiritualidade na pregação; também exige e espera vê-la na leitura da Bíblia, nas orações públicas e na mensagem e tonalidade dos cânticos espirituais. Ele anela contemplar espiritualidade na casa de Deus e tem todo o direito de encontrá-la ali.
Solidão espiritualidade
Não é dificil perceber porque muitos do povo de Cristo hoje são crentes solitários no meio da multidão reunida na igreja. Eles se alegram quando o templo está repleto de pessoas, mas ficam perturbados se percebem que nada existe na igreja, exceto uma multidão barulhenta. Estão propensos a questionar, com admiração, se, afinal de contas, cem adoradores – ou mesmo vinte e cinco – não é preferível a uma multidão irreverente. Isto não deve ser confundido com uma mentalidade de “pequeno rebanho”. No aplaudimos a teoria de que as igrejas devem sempre ser pequenas. Pelo contrário, em nossa opinião elas devem ser grandes. Pensamos que igrejas com mil membros não são grandes demais. Desejamos que nosso pais se encha desse tipo de igrejas.
No entanto, ter muitos membros apenas por amor a números em geral é uma traição a Cristo. A liderança abaixa os padrões de santidade para atrair grande número de pessoas. Em um ponto critico desse processo de diluição, a adoração deixa completamente de ser reconhecida como adoração por aqueles que andam em intimidade com Deus. O número de membros talvez aumente, mas o crente espiritual e solitário, que testemunha esse declinio, receia que o Espirito Santo esteja sendo abafado e Se retraindo. “Icabode” é o verdadeiro nome de tal igreja. É quase impossível acharmos comunhão espiritual. Os poucos crentes realmente santos que restam isolam-se e mantêm-se solitários.
Nenhuma solidão é tão dificil de ser suportada quanto a solidão experimentada em meio a multidões. Quantos crentes percebem essa situação em suas próprias igrejas! São os últimos a falarem sobre isso, porque são pessoas pacientes, dedicadas a oração e longânimes. Não é bom para seus pastores e lideres permitirem que situações como esta permaneçam em suas igrejas. Ao diluirem a adoração, atraíram à igreja multidões inconstantes, e entristeceram o coração dos justos.
Prejuízos resultantes da mudança
Existem prejuízos visiveis resultantes desse tipo de mudança sobre a qual já falamos. Um destes prejuízos é o tratamento cruel demonstrado ocasionalmente à ovelhas fiéis que se recusam a mudar. Devido ao fato que eles não podem, em boa consciência, seguir a debanda geral para “abrilhantar” a adoração a Deus, bons ministros do evangelho tem de abandonar suas igrejas. Não se leva em conta que eles passaram vinte ou trinta anos expondo com fidelidade e devoção a Palavra de Deus aos seus rebanhos. Seu crime é resistirem ao clamor universal por inovações. Portanto, esses homens bons tem de ceder lugar ao menu de aprimoramentos que pastores jovens e líderes fracos insistem em oferecer à igreja.
Outro fruto menos agourento desse novo estilo de vida da igreja é o surgimento, em nossa época, da rejeição da lei de Deus na vida prática. Alguém pode evitar referir-se a isso em detalhes; mas o fato evidente é que os novos membros de igreja tem se revelado menos felizes em resistir à tentação do que os crentes antigos costumavam ser. Sem dúvida houve excesso de severidade na adoração praticada por igrejas do passado. Mas os crentes sentiam-se seguros. Eles não brincavam com a tentação. Não apelavam à carne. As pessoas vinham à casa de Deus com roupas estritamente adequadas e decoro completo. Infelizmente, isso não pode ser dito sobre muitos dos cultos modernos. Uma grande multidão diversificada na casa de Deus abaixa todo o nivel da adoração. Todo pastor sabe que existem prejuízos morais resultantes dessa falta de santidade prática. Não deveria ser assim.
É uma consolação para as ovelhas de Cristo não pastoreadas saberem que nos céus elas tem um Pastor que contempla seu estado. Precisam recordar sua verdadeira posição, retratada pelo Pastor em passagens bíblicas como Ezequiel 34. Estão solitárias por causa da incompetência e inaptidão de seus lideres. Os outros crentes não as amam nem desejam sua companhia, porque são muito espirituais para sua geração. Mas um dia Cristo exigirá de seus pastores negligentes uma explicação para essa negligência. Além disso, o próprio Senhor Jesus tomará para Si mesmo seu povo solitário e desprezado, outorgando-lhes sua graciosa presença, nesta e na vida por vir.
Os crentes solitários de nossos dias devem meditar nessas palavras maravilhosas: “Estou contra os pastores e deles demandarei as minhas ovelhas” (Ez 34:10); “Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei” (v.11); “livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão” (v.12); “apascentá-las-ei de bons pastos, e nos altos montes de Israel será a sua pastagem” (v.14). “Eis que julgarei entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e bodes” (v.17); “Eu, o Senhor, lhes serei por Deus, e o meu servo Davi (Cristo) será principe no meio delas; eu, o Senhor, o disse” (v.24).
Com tais promessas, que não desejaria estar sozinho com Cristo por breve tempo nesse mundo?